A pedra que atiras...

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Se a culpa não te cabe num mundo que só condena,
Por que  é que para suspenderes essa noção,
Lanças a outrem os efeitos da tua pena
E anseias vê-lo cair à tua condição?

O tempo passa e o que é humano
Ao humano — e só a isso — se assemelha.
Certo é que a justiça com que julgamos
Há de ser a justiça que nos condena…

Se tua voz vocifera exigindo justiça,
Cuida que ela não seja sobre tua culpa.
E pode ser muito bem que a pedra que atiras
Alveje no fim tua própria nuca…

Se o mundo te condena, não o aflijas,
Pode ser que a mesma aflição ora te puna…

Prelúdio às VisõesOnde histórias criam vida. Descubra agora