Arcano XXII

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Será que foge de mim a sanidade
Já que me estranho a mim mesmo?
Não me dou comigo em qualquer parte
Nem me enxergo refletido no espelho… 

Ensinaram-me que a dor de fato existe,
E que apesar de tudo devo ignorar o pranto.
Mas agora este outro está ali. Sorri-me.
E não sei qual ironia o diverte tanto…

Mas quem vejo? Por que traz este sorrir tão amplo
Por que sorri da vida e tem olhar profundo?
Fosse eu ali, em vez... Seria um eu de quando?

Poderia a loucura surgir do desdém de tudo?
Ou vir da sensação de perceber-se estranho
A ponto de me sentir capaz de abalar o mundo?

Prelúdio às VisõesOnde histórias criam vida. Descubra agora