Mascherata

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Não resta verdadeira beleza neste mundo,
Nem em mim algum resquício do desejo.
Sou como um rio que flui denso e turvo 
Com águas estéreis em seu sagrado leito. 

Tudo me parece mera sombra de desespero,
Uma trama inextricável de mentiras,
Escondendo com malícia este mundo feio
Sob as máscaras da tristeza e da alegria.

E nenhum sentimento pode dar ocasião 
De elevar-me da mácula que a tudo embota ,
Como se houvera para mim a condição
De nunca ter do amor que nos conforta.

Ao ponto de que eu vivesse em inanição,
Que é ter amado em vão a quem não possa....  

Prelúdio às VisõesOnde histórias criam vida. Descubra agora