Pássaro Cativo

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Todas as coisas que eu te disse e revelei,
Se insistisse em mais dizê-las e revelá-las
Por mais profundas, quando eram caladas,
Ainda te parecerão rasas (se não vês além).

E eu segui, insistindo em um não-sei-quê
Que nunca era fiel ao que eu buscava,
E quando em vão teus lábios eu beijava,
Não querias nada senão teu próprio bem...

Que adianta todo amor que eu lhe tenho,
Todo gesto de ternura que não privo,
E o quanto meu sentimento é intenso...

Se ainda, desprezando meu desejo infindo,
Tão só me prendes a armadilha do teu beijo,
Como se eu fosse um pássaro cativo?

Prelúdio às VisõesOnde histórias criam vida. Descubra agora