Galera me perdoem, eu realmente comprei o computador, mas o meu celular parou KKKKK e eu não tinha como acessar, mas consegui!!!!!!
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Save me.
William sentia todo seu corpo tremer violentamente enquanto tentava, inutilmente, nadar até a beira do Tâmisa. Tinha esperanças de sair vivo de lá mesmo sabendo que tudo estava contra ele naquele momento. Estava ali há vários minutos e não conseguira nadar sequer metade da distância que precisava. Seus pulmões e cabeça doíam como nunca doeram antes, seu queixo batia tão violentamente quanto seu corpo tremia. Deus! Ele iria morrer ali? Depois de tudo o que fizera? Era isso? Matara Crowley para morrer em seguida? Por mais que tivesse pensado em tal hipótese e "aceitado", não era fácil aceitar isso na prática. Na hora do "vamos ver", era completamente diferente. Era... Desesperador. Pelo menos tinha um ponto positivo nisso tudo: morreria em pleno rio Tâmisa, de frente para a London Eye.
Tudo bem, talvez isso não fosse um ponto positivo. Até porque, William estava sentindo-se fraco. Não só no sentindo físico da coisa, mas emocional e mentalmente também. Mas era um fraco feliz! Feliz porque acabara com Crowley. Fraco porque não segurara as emoções na frente daquele verme e a última imagem que ele tivera, fora a de William com os olhos lacrimejantes de tristeza e ódio. Aí, realmente, tinha um ponto positivo: Crowley sentiu e viu todo o ódio que William sentia.
William respirou fundo e forçou seu corpo a nadar mais uma vez, sentindo-se mais cansado, a fim de desistir de tudo e afundar de vez naquela água congelante. Jesse e Eric saberiam que o trabalho havia sido feito da forma que fora o acordo. Mas, provavelmente, o que o fazia não desistir de tudo de uma vez por todas era o amor que sentia — e por mais que não demonstrasse às vezes — por Emma, Nicholas e Charlie. Eles faziam falta e, talvez, ele fizesse falta para eles também. Talvez por eles, acima de qualquer outra coisa, que ele ainda estivesse lutando naquela água maldita.
William bateu os braços e as pernas em mais uma tentativa de nadar até a borda, o que deu mais certo dessa vez. Sua respiração era pesada e a dor ainda estava presente em cada pedacinho de seu corpo, mas, agora, talvez por estar mais acostumado com a temperatura, estava nadando melhor. Ele podia enxergar a leve movimentação do outro lado da rua, mas não poderia simplesmente começar a gritar. Ninguém pararia e muito menos o ajudaria, achando que ele era algum louco bêbado que pulara no rio. Mas uma silhueta, em especial, chamou sua atenção. A silhueta não estava tão afastada assim de onde ele estava e parecia vê-lo também, já que se aproximou mais da borda e acenou para ele, como se quisesse dizer alguma coisa. William estreitou os olhos, tentando enxergar, mas mal conseguia respirar! Imagine reconhecer uma pessoa de longe! Com a curiosidade subindo a cabeça, William nadou mais rápido com um único pensamento: teria ajuda, sairia daquele frio e poderia cuidar dos leves ferimentos que tinha. Inclusive o de suas costelas, ele provavelmente fraturara alguma delas. Crowley não era fraco. Como o próprio dissera, tinha quase o dobro de sua idade. Fora que William ficara praticamente pendurado na lateral do Tâmisa também.
Dois minutos fora o tempo que William precisou para se aproximar mais da borda. Estava tão desesperado que ignorara completamente o frio e as dores para nadar mais rápido. Abriu e fechou a boca algumas vezes, tentando pronunciar alguma palavra para a pessoa, mas não fora necessário ele conseguir falar. A pessoa saíra da escuridão, mas ele não conseguiu reconhecê-la logo de cara, mas sabia que conhecia aquelas camadas loiras e bem cuidadas que caíam sobre os ombros da mulher. Ele conhecia aquela silhueta. Não se lembrava de onde, nem como conhecera, mas sabia que conhecia.
— Pegue isto — a voz dela soou alta, porém calma, enquanto ela jogava uma corda com um tipo de boia amarrado na ponta, como aquelas que pessoas que viajam de barco usam. William não questionou nem nada, apenas segurou na boia e deixou-se levar por aquela mulher. Obviamente, sozinha ela não conseguira puxá-lo tão rápido. Ela, então, virou-se para trás e murmurou alguma coisa. William estava quase inconsciente para entender o que e com quem ela estava falando. Estava mais preocupado em sair daquele rio filho da puta.
Logo, outra silhueta surgiu atrás da mulher, mas William não teve tempo de se assustar e soltar a corda. Com apenas um puxão, o homem o fizera ir para a borda. A mulher soltou a corda e correu até ele, abaixando-se em sua direção e puxando-o para fora da água de uma vez. William tremia dos pés à cabeça. O desespero não tomava mais seu interior, mas o medo sim. Ele não estava reconhecendo aquelas pessoas e sentia dores demais para poder lutar mais. Ele... Não aguentaria brigar, não tinha mais forças para bater ou até mesmo para apanhar!
— Não precisa se assustar, filho — uma voz grossa, porém calma, soou ao seu lado e ele sentiu algo cobrir seu corpo para tentar aquecê-lo. — Vai ficar tudo bem, sim?
— Como... — William começou a falar, mas sua voz estava falha. — Como me descobriram aqui? Quem são vocês?
— Sou uma jornalista, William — a mulher murmurou e ele abriu os olhos – que haviam se fechado automaticamente –, assustado, encarando-a em seguida. — Você deve lembrar-se de quando fora atrás de Fátima. Eu tentei impedir. Claire.
— Ah. — ele murmurou e engoliu a seco.
— Bem... Quanto a mim — o homem voltou a falar e ficou numa parte iluminada —, sou o pai de James Mangor.
William deixou seus olhos se arregalaram e encarou os dois.
— O quê? Por quê? — ele perguntou e bagunçou os cabelos, deixando um gemido de dor escapar de seus lábios. — Como sabiam que eu estaria aqui? Por que estão me ajudando e...
— Uma pergunta de cada vez — Claire o interrompeu com um sorriso no canto dos lábios. — Primeiro, vamos te levar para um lugar seguro e te aquecer. Você ainda está pálido e com os lábios roxos, pode ter algum tipo de problema, sei lá... — ela deu de ombros e estendeu a mão para William. — Depois, responderemos todas as perguntas. Prometo.
— Tudo bem — William deu-se por vencido e segurou a mão quente e macia de Claire, enquanto Mangor o ajudava, segurando-o pelo braço.
— Consegue andar legal? Tá muito machucado? — Claire perguntou.
— Eu acho que fraturei uma das costelas — ele respondeu enquanto apoiava-se em Mangor para se manter de pé. Sabia que Claire não aguentaria seu peso. — O que querem comigo?
— Dar informações e colher algumas — Claire foi direta. — Primeiro, vamos cuidar de você. Depois, conversamos.
— Sobre o quê?
— Você é tão insistente, rapaz — Mangor murmurou, soltando um suspiro pesado. — Já dissemos que somos de confiança. Não queremos te matar como o Crowley tentou naquele rio.
William engoliu a seco e não encarou nenhum dos dois, apenas deixou-se levar por eles até o carro de Claire. Pararam em frente a um Elantra branco que estava estacionado próximo dali e William deixou seu queixo cair em surpresa.
— É seu? — ele perguntou para Claire, que sorriu e desativou o alarme do carro, abrindo a porta em seguida.
— Sim — ela respondeu dando de ombros. — Agora entre antes que você tenha algum ataque, porque você não parou de tremer um segundo sequer.
William deixou um sorriso torto brincar no canto de seus lábios e entrou no banco de trás em seguida, apertando o enorme casaco que o senhor Mangor havia colocado nele.
— Vamos para a casa de Claire. — Mangor disse sério, enquanto colocava o cinto de segurança.
— Devo me preocupar? — William perguntou. — Digo, isso não é nenhum tipo de sequestro, né? — ele perguntou e Claire soltou uma risada fraca.
— William, cale a boca e pegue o cobertor que está aí atrás. Se enrole e se aqueça mais se não quiser ficar doente — ela disse firme, enquanto revirava os olhos ainda com um sorriso no canto dos lábios.
William deixou seu corpo relaxar no banco e sentiu-se mais aquecido após alguns minutos. Estava enrolado no cobertor e não se importava com as roupas molhadas. De acordo com Claire, ele poderia se trocar em sua casa e vestir alguma roupa de Cam, seu suposto irmão. William ainda estava desconfiado com aquela ajuda repentina, mas não tinha forças para se importar com essas coisas. Desconfianças não resolveriam sua vida. Se tivesse que morrer naquele momento, morreria. Mas morreria feliz por ter acabado com Crowley.
Um suspiro alto escapou de seus lábios e ele pôde sentir o olhar de Mangor sobre ele.
— Não fique preocupado, garoto — o mais velho disse com um sorriso fraco nos lábios. — Não faremos nada com você em troca de dinheiro ou algo do tipo. Só queremos que veja uma coisa e nos ajude, sabemos que é capaz de nos ajudar no que precisamos.
— Se quiséssemos te matar, já teríamos matado — Claire continuou. — Aliás, não temos motivo para isso, William. Sou apenas uma jornalista e ele é somente o pai de James, ainda fragilizado com o que aconteceu.
— Não estou preocupado com vocês — William murmurou e encolheu-se mais no banco. Ainda sentia frio.
— Certo, chegamos! — Claire exclamou enquanto estacionava o carro do lado de fora mesmo. Não tinham mais tempo para guardarem o carro e fazerem todas aquelas baboseiras de sempre.
Claire desceu no carro e Mangor fez o mesmo. Enquanto Claire destrancava a porta da frente da casa, Mangor ajudava William a sair do carro. O sangue não estava mais tão quente e ele já não tinha mais aquela adrenalina no corpo e aquilo o fazia sentir mais dor ainda; dor na costela, no rosto, nos braços, em todas as partes do corpo possíveis.
Caminharam devagar e, antes de entrarem, Mangor olhou em volta, certificando-se de que ninguém estava seguindo-os. Claire trancou a casa assim que todos já estavam seguros lá dentro e William sentiu-se aliviado. Não sabia bem o porquê, apenas sentiu-se aliviado, em casa. A casa de Claire o passara uma calmaria esquisita, uma coisa que ele sentia quando era criança enquanto estava com seu pai e Charlie.
— O banheiro é na segunda porta à esquerda — Claire disse devagar, indicando um corredor e entregando uma muda de roupas nas mãos de William. — Não demore.
William apenas confirmou com a cabeça e caminhou devagar até o banheiro. Trancou-se e suspirou enquanto apoiava-se contra a porta, sentindo todo seu corpo doer mais. Respirar estava machucando-o. Só de pensar no que ainda tinha que enfrentar, sentia ainda mais dores. Não poderia ficar machucado por tanto tempo, não poderia ficar doente, nada poderia acontecer com ele. Estava com medo e preocupado com isso, tinha muita investigação pela frente. Tinha muita informação para vir à tona.
William bufou e arrancou o casaco enorme que estava usando. Sentiu o frio passar por seu corpo novamente, mas o ignorou completamente e arrancou o resto das roupas. Vestiu o que Claire o arrumou e parou em frente ao espelho, ainda sem camisa, e encarou a região das costelas. Havia uma enorme marca roxa por ali.
— Filho da puta! — William exclamou baixo e bufou em seguida. Crowley era um maldito desgraçado que fodera sua costela e ainda o deixara roxo! Deus, se ele pudesse, o pegaria de porrada mais uma vez e o mataria em seguida. De novo.
Terminou de se vestir e saiu do banheiro de uma vez por todas. Sentia-se melhor com roupas secas e quentes. O irmão de Claire vestia o mesmo tamanho que ele e isso era ainda melhor. Normalmente, quando precisava de roupas de outras pessoas, de Ernesto, por exemplo, elas ficavam pequenas e isso o incomodava mais que qualquer coisa. Sentia-se uma criança. Ou talvez um adolescente vestindo as roupas de uma criança.
— As roupas serviram bem — Claire disse baixo enquanto colocava chocolate quente na caneca de Mangor.
— É... — William murmurou dando de ombros e Claire apontou para uma outra caneca em cima da mesa. William pegou e estendeu para ela, que colocou chocolate quente para ele também.
— Certo, chega de enrolação — Mangor disse firme enquanto dava pequenos goles em seu chocolate.
William, por ainda estar um tanto quanto fraco, sentou-se no sofá e esperou o velho começar a falar.
— Precisamos da sua ajuda, William — Claire começou, sentando-se ao lado dele.
— Isso eu já entendi. — Ele a olhou de relance e bebericou seu chocolate. — Para quê?
— James. — Mangor respondeu e William o encarou arqueando uma das sobrancelhas.
— Mas... Ele já não está... Morto? — William perguntou com cuidado.
Claire mordeu o lábio inferior e se levantou. Deixou a caneca que segurava com força sobre a mesa e Mangor fez o mesmo em silêncio. William, confuso, fez o mesmo. Talvez esperasse que eles tentassem algo de ruim contra ele, não confiava neles completamente. Afinal, Claire trabalhava com Fátima, ele havia se lembrado dela enquanto caminhava de volta para a sala, e Mangor era pai de James. James... O drogadinho que estava morto e ele que fora atrás para conseguir informações.
— Venha comigo. — Claire disse firme e caminhou para o corredor da direita. William a seguiu, ainda desconfiado, já que Mangor estava logo atrás dele, em seu encalço.
Pararam em frente à última porta do corredor e William pôde notar uma troca rápida de olhares entre Mangor e Claire.
— Não saia correndo. — Mangor murmurou em um tom brincalhão, enquanto Claire abria a porta do quarto.
William, então, deu mais um passo a frente e pôde ouvir barulhos de aparelhos médicos. Arqueando uma das sobrancelhas, avançou de uma vez por todas. Odiava ficar curioso. Abriu a porta do quarto o máximo que pôde e passou por ela, parando de repente e encarando de olhos extremamente arregalados a pessoa que estava deitada ali. William sentia sua cabeça girar em pura confusão e seu coração estava acelerado, estava... Assustado. Que porra era aquela, afinal? Algum tipo de miragem? Alguma coisa tecnológica que ele não conhecia? Seu coração estava bombeando com mais força e rapidez que o normal.
Uma risada fraca ecoou pelo quarto e William sentiu os pelos de sua nuca se arrepiarem. Mas que caralho era aquele? Ele não estava morto?
— James? — William perguntou baixo, enquanto se encostava na parede e sentia o ar lhe faltar.
Ele estava vendo algum tipo de fantasma ou James realmente estava ali, em sua frente, deitado numa cama e encarando-o com um sorriso no canto dos lábios?