Capítulo 11

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Ficaram durante exatamente três dias procurando o tal James. Perda de tempo? Talvez. Mas não podiam desperdiçar qualquer pista que encontrassem, e esse nome fora a primeira de muitas que poderiam vir se o encontrassem. Não foi uma coisa fácil, até porque aquele nome era bem comum e nem sobrenome eles tinham para ajudar, mas encontraram. Se era mesmo o James que os caras falaram? Era sim. Eles não mentiriam para William, porque após encontrarem fotos de vários homens com tal nome, levaram tudo para os rapazes e eles indicaram qual era o real James.
— Então, quem vai? — William perguntou.
— A Fátima — Emma disse. — Ele não vai desconfiar dela. Vai achar que ela quer falar sobre a morte da Mangor e tudo o mais.
— Certo... — William suspirou e entregou a foto com o endereço escrito atrás para Fátima. — Arranca dele tudo o que conseguir.
— Certo. — Fátima murmurou, prendendo os cabelos em um coque frouxo. — Vocês não conseguiram nenhum telefone? — ela mordeu o lábio e William balançou a cabeça negativamente.
— Por quê? — ele perguntou.
— Seria melhor. Eu falaria com ele pelo telefone dizendo que queria encontrá-lo em algum lugar para uma entrevista, aí ficaríamos em um lugar público, caso ele tentasse algo, e vocês poderiam chegar logo depois para fazê-lo falar alguma coisa que ajudasse. — ela explicou calmamente e William estreitou os olhos, tentando esconder sua surpresa pela ideia tão boa.
— Não conseguimos telefone nenhum. — Emma disse suspirando. — Mas de qualquer forma, fica tranquila. A gente vai estar lá.
— Não pode ser muita gente, Emma. — William murmurou. — Tem que ir pelo menos uma pessoa com ela.
— Um de nós, você quer dizer. — Ernesto se meteu. — Não vamos mandar a Emma ou a Lucy para "proteger" — ele fez aspas com os dedos — a Fátima. Por mais que elas saibam brigar e atirar muito bem, tem que ir um cara com ela pra ficar escoltando de longe.
William encarou o amigo e bagunçou os cabelos logo depois.
— Emma está ocupada com o Ryan organizando as outras coisas, certo? — Bonner murmurou. — Ernesto e Lucy ainda estão trabalhando nas pistas que encontramos no laboratório...
— E eu vou com Charlie hoje para pegar o resto das armas. — Brian o interrompeu.
— Não precisa ir ninguém. — Fátima murmurou ao notar que o único desocupado do dia era William. — Sério mesmo. Eu sei me virar, tá? Eu só tenho que perguntar algumas coisas. Não vai ser tão difícil.
— Você ao menos leu o endereço? — William perguntou. — É perigoso.
— É, Fátima. — Emma murmurou, dando um sorriso fraco.
— Eu não me importo de ir. — William disse num fio de voz e um tanto quanto emburrado, fazendo Emma segurar uma risada. Sabia que o rapaz estava fingindo não se importar porque Charlie mandara.
Fátima arqueou uma das sobrancelhas e depois encarou Emma, que continuava sorrindo para ela.
— Certo, então. — ela disse baixo e piscando algumas vezes.
— Vou perguntar aos caras que horas esse tal James costuma ficar lá. Porque, de fato, ele não mora num lugar desses com o pai que tem. — William disse rápido e se levantou.
Emma continuou segurando o riso e puxou Ryan pelo braço, saindo da sala com o rapaz em silêncio.
— Eu vejo os horários com eles, William. — Brian disse. — Relaxa. Tenho que me encontrar com Charlie agora.
— Ah, beleza. — William tentou sorrir. A verdade era: ele não queria ficar ali sozinho com Fátima e ter que discutir coisas de trabalho com ela. Não que ela não soubesse o que deveria ser feito, mas... Ele não se sentia à vontade. Preferia Emma no lugar dela. Ou qualquer outra mulher.
— Vamos voltar ao laboratório, Lucy. — Ernesto estendeu a mão para a ruiva, que a segurou e se levantou preguiçosamente.
Não demorou muito para Bonner e Fátima ficarem sozinhos. William se sentia... Estranho com ela ali. Ele demorara quase dois anos para conseguir uma sala só para ele. E aí, quando ele já está acostumado a ficar sozinho, uma jornalista, que Charlie de repente decidiu enfiar na equipe, tem que ficar ali, em seu lugar, escrevendo. Aquilo o deixava agoniado. Sentia-se vigiado.
— Certo, eu vou escrever em outro lugar. — ela murmurou, incomodada, e William piscou os olhos algumas vezes, notando que se perdera em pensamentos a encarando.
— Não! — ele disse alto e depois fez uma careta. — Charlie não... — ele respirou fundo e revirou os olhos. — Não me quer te tratando mal e tudo o mais. — ele mordeu o lábio e Fátima segurou um sorriso. — Fica aí, escreve, faz o que quiser. — ele finalizou num fio de voz, sem jeito.
— Eu realmente não quero incomodar, Bonner. — ela disse num tom calmo. Tentando deixá-lo menos frustrado. — E... — ela foi interrompida por Brian, que abrira a porta com pressa.
— Desculpa atrapalhar. — ele começou sem jeito. — Mas é o seguinte, o cara só tá nesse endereço aí à noite. — ele coçou a cabeça, mordendo o lábio. — À noite que eu digo é depois das dez.
— O QUÊ? — Fátima e William gritaram juntos.
— Charlie disse que não quer que passe de hoje, então decidam logo o que vão fazer. Agora preciso correr para verificar as armas. — ele finalizou com pressa e saiu, fechando a porta.
William bufou e Fátima se sentou novamente, encarando a mesa. Eles teriam que passar o dia e... A noite juntos?

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