Capítulo 7

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Ernesto observava o corpo a sua frente.
— David, pobre David. — Murmurou enquanto colocava as luvas para tocar o corpo. Ele ficara responsável pelo corpo até a hora do enterro.
— Ernesto? — ele ouviu a voz de Emma chamar e se virou para a porta.
— Ei, Emma — ele deu um meio sorriso e a mulher entrou na sala, soltando um suspiro pesado.
— Depois do enterro... Charlie quer conversar com a gente — ela deu de ombros. — Você sabe que ele cismou de criar a tal "equipe especial" — ela fez aspas com as mãos — e nós estaremos nela, como já era de se esperar e... Ele quer todos nós lá, ele vai apresentar o resto do pessoal e pediu para eu avisar à todos — ela revirou os olhos. Estava cansada.
— Certo — Ernesto suspirou. — Vou terminar de checar o corpo e já libero, ok?
— Ok. Faça isso com calma — ela pediu dando uma risada fraca.
Ernesto balançou a cabeça negativamente com um sorriso torto nos lábios.
Soltou um suspiro pesado e começou, tinha muito trabalho para fazer.
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— Não podemos ir no policial de novo — disse a mulher, soltando a fumaça do cigarro. — Eles vão desconfiar e vão nos pegar.
— Nos pegar eles não vão — o mais velho disse dando um meio sorriso. — Nosso rapaz é inteligente. Ele pensou em tudo.
— Pensou, claro que pensou! — a mulher revirou os olhos. — Pensou em tudo o que será bom para ele! Não para nós! — ela se levantou e apagou o cigarro de qualquer jeito na mesa antiga. — Vocês sabem porque ele está fazendo isso tudo e porque está nos ajudando. Ele pensou somente nele. Não vamos em cima do policial de novo. Não podemos!
— Concordo com ela — um dos outros homens se manifestou. — Estamos nessa pelo dinheiro. E, para ele, é fácil se livrar de qualquer tipo de ameaça ou coisa do tipo. E para nós? Se formos no policial de novo vamos ser pegos. Se formos direto para a outra vítima, será mais fácil de correr. Todos ficarão tontos. Principalmente se formos amanhã mesmo. Estão todos perdidos devido a morte do filho do Raymond.
Ficaram cerca de uma hora debatendo e vendo a pequena "lista de vítimas" que tinham. Porém precisavam do velho Robert Castellamare, ele comandava ali na ausência de seu sobrinho. Mas nenhum dos dois apareciam, provavelmente o sobrinho de Castellamare estava no tabalho e se ele realmente estava trabalhando, não sairia de lá sem nenhuma pista... Mas... Castellamare. Niguém fazia a menor ideia de onde ele poderia estar. Talvez investigando mais ou se fazendo de velho inocente e bonzinho... Ah, eram hipóteses demais para eles ficarem se martelando com aquilo.
— Tenta falar com um deles, Lucy — um dos homens disse para a única mulher do grupo.
— Se eu ligar para o pequeno Castellamare agora, do celular que eu estou aqui, ele me mata, Jesse — ela respondeu mordendo o lábio e encarando o teto, como se estivesse pensando.
— Então, certo, fiquem se matando. Eu tenho mais o que fazer — disse o outro homem.
— Você não vai a lugar nenhum! — Lucy disse em um tom mais alto.
— Lucy, pelo amor de Deus, eu não aguento mais ficar trancafiado nisso aqui — ele revirou os olhos. — E, de qualquer forma, eu não tenho que obedecer você, bonitinha — ele deu um sorriso debochado e se virou em direção a porta.
— James! — ela gritou e recebeu apenas o famoso "dedo do meio" em resposta.
Tinham coisas importantes para resolver e esse tal James sempre fugindo das "responsabilidades" dele. Ele tinha que ir embora dali. Estava dando trabalho... Muito trabalho. E, bem, de trabalho eles já estavam cheios.
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(Coloquem para carregar: Skyscraper, Demi Lovato, quando eu avisar, deem play! E desculpe colocar Demi, sei que nem todo mundo gosta, mas a música encaixou bastante hahaha)
— Terminou, Ernesto? — Emma perguntou voltando ao laboratório.
— Sim, já estava indo te avisar — ele respondeu tranquilamente.
— Ok — ela suspirou. — Vou avisar a Charlie. Ele já quer arrumar as coisas para o enterro, não quer esperar mais. Quer começar tudo logo.
— Ele 'tá mal — Ernesto mordeu o lábio e tapou o corpo de David com o lençol branco.
— É. Vamos? — ela tentou sorrir e estendeu a mão para o rapaz, que sorriu de volta e arrancou as luvas para segurar sua mão.
— Vamos.
Caminharam calmamente até a sala de Charlie, onde ele conversava com William.
— Terminou, Ernesto? — Charlie perguntou, secando as lágrimas que deixara cair enquanto falava com Pirtchard, que continuava com os dentes trincados para se segurar. William não era muito do tipo que chorava na frente dos outros, mesmo tendo perdido alguém como David, que era um bom amigo apesar de sempre concordar com Emma. E era o mais novo entre eles. Faria falta.
— Terminei — Ernesto respondeu.
— Eu já arrumei tudo e já comuniquei a todos que farei o enterro hoje mesmo — Charlie fungou. — Quanto antes melhor. Vão para casa e voltem em uma hora — ele finalizou e saiu de sua sala sem se importar com os três lá.
— É melhor nem contrariar — Emma murmurou saindo da sala e sem esperar resposta dos dois amigos.
— Vamos lá — Ernesto disse bagunçando os cabelos de William e o puxando pelo braço.
— Quem fez isso vai pagar, Ernesto — William disse fechando os olhos por uns segundos. — E caro.
— Relaxa, Bonner. Vai em casa, toma aquele banho e volta arrumado. Te vejo daqui a uma hora — Ernesto murmurou e saiu do local de vez, deixando Bonner sozinho, que fechou a mão esquerda com força e socou a parede. Ele se sentia inútil... De novo.
Balançou a cabeça negativamente e saiu com raiva. Não olhou na cara de ninguém, não falou com ninguém... Porém se lembrou que ainda estava sem carro.
— Ah, foda-se — murmurou já no meio da rua e pegou o celular para ligar para um táxi.
Não demorou muito e o táxi chegou.
William explicou o caminho ao motorista e afundou no banco de trás. Estava cansado. Não dormia direito há dias, seu ombro latejava um pouco, mas já estava bem melhor e pretendia tirar a tipóia do ombro ele estando bom o suficiente ou não. Tudo estava o deixando irritado, absolutamente tudo.
Ao chegar em frente seu prédio, William pagou ao motorista e saiu do táxi sem nem sequer esperar o troco. O motorista esperou alguns segundos e ao notar que William não voltaria, arrancou com o carro.
William entrou em seu apartamente o mais rápido que conseguiu, e só ali ele notou o quanto aquilo estava bagunçado. Mas não se importava, com bagunça ele estava mais que acostumado, principalmente com a bagunça de sua vida. Não seria com a de seu apartamento que ele iria se importar.
Correu para o banheiro e tirou a tipóia do ombro, em movimentos lentos puxou a camisa para cima, movimentos bruscos ainda doíam. Observou seu ombro no espelho e mordeu o lábio inferior ao puxar o curativo que havia ali, o machucado já estava melhor já que não fora um tiro tão profundo assim.
Terminou de tirar as roupas e abriu a porta no box com pressa, já sentia o frio tomar conta de seu corpo. Ligou o chuveiro no quente e entrou debaixo d'água, fechou os olhos e se deixou levar com aquela água quente relaxante, como se junto com ela fosse todos os seus sentimentos ruins para o ralo. E, então, depois de uns minutos, sentiu seus olhos arderem. Ele estava, finalmente, chorando. Colocando para fora a raiva que sentia de si, o medo de ser o próximo a morrer, o medo de perder mais alguém como David, o medo de fracassar de novo, o medo de se sentir um completo inútil de vez, o medo de tudo. Ele estava simplesmente... Colocando tudo pra fora sem se importar com o que iriam pensar se o vissem daquela forma tão vulnerável a tudo.
Desligou o chuveiro e puxou a toalha, se secou o mais rápido que conseguiu — já que alguns movimentos lhe causavam um bocado de dor ainda e o frio o atrapalhava a agir tão rápido, também — e vestiu a calça. Se voltou para o espelho e encarou seu ombro, teria que fazer um curativo. E sozinho.
Respirou fundo e começou.
Depois de alguns minutos ele conseguiu terminar, ficara um bocado torto, claro, ele não tem tanto controle assim com a mão esquerda e normalmente Emma fazia aquilo para ele.
Após terminar, vestiu sua camisa branca social e colocou o blazer preto por cima. Se olhou no espelho novamente para chegar as roupas; calça social preta estava normal, pelo menos aquela ele não tinha largado toda amassada pelo seu armário...; a camisa branca; o blazer; tudo certo.
Pegou a toalha e tentou secar os cabelos rápido, o que foi meio impossível.
Bufou e voltou para frente do espelho, tentando dar um jeito naquilo que ele chamava de cabelo. E, no fim, ficou tudo certo. Correu para a sala e calçou os sapatos.
Deu uma última checada nas coisas e pegou o celular em cima da mesa, ligaria para Emma.
— Hey, Emma — ele começou quando ela atendeu.
— Diga, William.
— Tem como vir me buscar? — ele perguntou sem jeito. — É que eu acho melhor chegar lá com você... Não quero ir pra lá sozinho — ele revirou os olhos. — E até o táxi chegar eu vou me atrasar...
—Ok, relaxe — ela deu uma risada fraca. — Chego aí em dez minutos. Até.
— Até. — Ele murmurou e desligou o celular. Ainda estava pensando qual seria sua reação na sua última despedida do amigo.
Sentou no sofá e fechou os olhos tentando se acalmar. Não poderia ser pego tendo uma crise nostálgica a ponto de chorar. Mas era impossível não se sentir deprimido com toda aquela situação. David era um ótimo rapaz... Era engraçado, bonito — isso ninguém podia negar —, inteligente... Os momentos que William passara com ele podem ser considerados os melhores desde que fora morar em Londres.
Dez minutos se passaram e William ouviu sua campainha tocar. Abriu os olhos assustado e se levantou.
— Oi — Emma murmurou com um sorriso doce dos lábios. — Não irão te reconhecer quando chegarmos lá...
— Por que? — ele perguntou confuso e fechando a porta.
— Você está arrumado — ela respondeu como se fosse óbvio.
— Vou fingir que você não disse que eu não me arrumo nos outros dias, tá legal? — ele revirou os olhos e a mulher deu uma risada fraca.
Fizeram o caminho direto para o cemitério, conversaram pouco. Não tinha o que conversar numa hora daquelas.
Emma parou o carro e respirou fundo.
— Não fica longe de mim, tá? — ela pediu encarando o amigo no outro banco.
— Relaxa. Vou estar o tempo inteiro com você — ele tentou sorrir e ela respirou fundo novamente.
— Pronto?
— Pronto — ele respirou o mais fundo que conseguiu e abriu a porta do carro.

(N/A: Deem play na música!)


Ao saírem do carro, tudo parecia ter ficado em câmera lenta por uns segundos. Charlie estava abraçado à namorada de David, que chorava desesperadamente. Ernesto estava ao lado, tentando consolar alguns dos parentes do rapaz que ele já conhecia, Charlie tentava ficar forte... Porém não conseguia. Não demorou muito para as lágrimas começarem a rolar pelo seu rosto livremente.
Emma apertou a mão de William, que apenas abaixou a cabeça e continuou andando até onde todos os outros estavam. Ele não sabia o que fazer ou o que falar. E Emma parecia estar na mesma situação.

Skies are crying, I am watching, catching teardrops in my hands. Only silence has it’s ending... Like we never had a chance. Do you have to make me feel like there’s nothing left of me?
(Os céus estão chorando, eu estou assistindo, pegando as lágrimas em minhas mãos. Somente silêncio tem o seu fim... Como se nunca tivéssemos tido uma chance. Você tem que me fazer sentir como se não restasse mais nada para mim?)


Se aproximaram de Charlie, que deu um meio sorriso para os dois. Emma, sem se segurar muito, puxou Charlie para um abraço forte. William permaneceu parado, estava tentando não entrar naquele clima todo e começar a chorar também.
— Hey, Char — ele murmurou e abraçou o chefe. — Vai ficar tudo bem — ele se afastou um pouco e segurou os ombros do homem em sua frente, o encarando nos olhos. — A gente vai pegar quem fez isso.
— Eu sei que vamos — ele murmurou com a voz falha.
William tentou sorrir e se afastou de Charlie, deixando que os parentes o consolassem. Olhou em volta e todos estavam quietos, sentados olhando para o nada, chorando...

You can take everything I have, you can break everything I am like I’m made of glass, like I’m made of paper! Go on and try to tear me down! I will be rising from the ground like a skyscraper... Like a skyscraper.
(Você pode pegar tudo o que eu tenho, você pode quebrar tudo o que eu sou como se eu fosse feita de vidro, como se eu fosse feita de papel! Vá em frente e tente me derrubar eu vou me levantar do chão como um arranha-céu... Como um arranha-céu)


William soltou um suspiro pesado e andou até o caixão. Não havia nada melhor para fazer, certo? E era sua última despedida!
Encarou o corpo pálido de David naquele maldito caixão, sentiu o maldito nó na garganta voltar e suspirou. David não merecia aquilo! Quem começou com isso só pode ser alguém sem coração. Um monstro, talvez. Ou algo pior que isso. Um demônio, quem sabe. William sentia raiva de quem estava fazendo tudo aquilo, mesmo não sabendo quem era. Sentia todos os tipos de sentimentos ruins por essa pessoa e seus cúmplices, é óbvio. E os pegaria. Em nome de David ele pegaria todos esses infelizes e acabaria com eles. Nem que isso custasse sua vida. Era seu trabalho, não era? Ele não era um bombeiro, mas era um policial! E policiais protegem as pessoas, certo? É, certo! E ele protegeria todos que estavam a sua volta — pelo menos todos que ele amava, não que fossem muitos, mas... — e jogaria esses idiotas na cadeia, isso se não os matasse!
William piscou algumas vezes e desviou os olhos do corpo do rapaz. Sentiu alguém tocar seu ombro e mordeu o lábio, encarando a pessoa.

As the smoke clears I awaken and untangle you from me. Would it make you feel better to watch me while I bleed? All my windows, still are broken... But I’m standing on my feet.
(Enquanto a fumaça se dissipa eu acordo e desembaraço você de mim. Você se sentiria melhor assistindo enquanto eu sangro? Todas as minhas janelas ainda estão quebradas... Mas eu ainda estou de pé)


— Vamos. Vai ser agora. Charlie quer acabar logo com isso — Emma disse baixo.
— Certo... — William respondeu no mesmo tom, deu uma última olhada para o corpo do amigo e se virou para caminhar ao lado de Emma, que ainda chorava um pouco.
Foram caminhando pelo cemitério um tanto quanto afastados dos outros e dos que levavam o caixão. Charlie o enterraria ao lado da mãe, para ele era como se eles fossem ficar juntos para sempre, dessa vez. E ele já dissera para todos que quando morrer, quer ser enterrado ao lado de um deles.

You can take everything I have, you can break everything I am like I’m made of glass, like I’m made of paper! Go on and try to tear me down! I will be rising from the ground like a skyscraper... Like a skyscraper...
(Você pode pegar tudo o que eu tenho, você pode quebrar tudo o que eu sou como se eu fosse feita de vidro, como se eu fosse feita de papel! Vá em frente e tente me derrubar eu vou me levantar do chão como um arranha-céu... Como um arranha-céu...)


Fora a parte mais dolorida de todas. Todos estavam em volta enquanto colocavam David no maldito buraco. William continuou afastado de todos e, desta vez, sozinho. Emma preferira ficar perto do chefe. Ela e Ernesto, o contrário de William, não sentiam medo ou vergonha de chorar na frente das pessoas. Eles não tinhal essa "loucura" de que se os visssem chorando eles perderiam o respeito ou algo do tipo. William era um idiota em certas horas. Mas, claro, por serem amigos dele, o entendiam. Ele já sofrera muito tempos atrás, já chorara demais e simplesmente estava cansado dessa coisa toda; cansado de chorar na frente dos outros; cansado de ser fraco em certas horas; cansado de perder as pessoas que amava. Estava sendo tão difícil para ele quanto para os outros, por mais que ele não demonstrasse. Porém, é claro, a dor maior de todas ali era a de Charlie.
****
Estavam na saída do cemitério. A única coisa que todos ali queriam era ir para casa, tomar um bom banho quente e voltar ao trabalho, talvez.
— Vamos para o prédio. — Charlie disse passando pelo grupo dos três amigos.
— O que? — Emma perguntou. — Charlie, pelo amor de Deus!
— Eu já disse que é para voltarmos. Temos umas coisas para resolver e... — Charlie fora interrompido pelo seu celular. Puxou o aparelho do bolso e deu um sorriso de canto. — Fale!
— Ei, Raymond. Já estou no prédio. — A voz do outro lado disse, fazendo Charlie alargar mais seu sorriso.
— Chegamos aí em vinte minutos — ele disse e desligou o celular sem esperar resposta. — Vão ficar aí parados olhando pra minha cara?
— Charlie, nos dê uns minutos para irmos... — Ernesto tentou falar, porém Charlie fez um sinal para que ele se calasse.
— Já disse que é para voltarmos para o prédio. Pessoas importantes nos esperam.
— Mas que droga de pessoas importantes? — William perguntou bufando e Charlie o olhou feio.
— Se ficarem aí parados, não saberão. Se virem comigo, saberão. E aí? — Charlie disse já sentindo sua paciência se esgotar.
Os três amigos bufaram e seguiram para seus carros.
Exatamente vinte minutos depois, todos chegaram no prédio. Estavam bastante curiosos. O que diabos Charlie estava aprontando desta vez?! Como se já não bastasse a ideia de montar uma nova equipe só para esses casos, ele vem com essa agora?
William saiu do carro de Emma e foi para o lado de Charlie tentar, quem sabe, arrancar algo dele.
— O que você tá aprontando agora? — Ele perguntou, direto.
— Tirou a tipóia, William? — Charlie perguntou dando um sorriso de canto e esperando Ernesto e Emma se aproximarem. — Foi ao médico pelo menos ver se já está bom o suficiente?
— Charlie...
— Deixa pra lá, William. A gente não vai conseguir tirar nada desse rabugento — Ernesto disse de uma forma engraçada, parecendo uma criança birrenta. E, com isso, arrancando risadas de todos.
— Certo, certo — William suspirou, se dando por vencido.
Caminharam pelos corredos e a cada passo que William dava, ele notava sussurros sobre ele. Não os entendia, claro, por serem sussurros, mas sabia que eram sobre ele. Ele sentia a tensão que estava tendo ali a cada passo que dava.
— Certo. O que tá pegando? — Ernesto perguntou. — Tá todo mundo olhando pro William e soltando comentários baixinhos.
— É, notei — Emma murmurou, achando estranho.
William coçou a nuca e encarou Charlie.
— Não tenho nada com isso — Charlie murmurou abrindo a porta de sua sala. — Fiquem a vontade. Todos da nova equipe estão aí. E vocês já se conhecem.
— Puta merda! — Emma murmurou ao entrar na sala e ver quais pessoas Charlie havia escolhido. De fato, aquela era a melhor equipe já formada.
— Bom, todos aqui? — Charlie perguntou ao fechar a porta da sala e encarando todos.
— Só falta uma pessoa — um rapaz de olhos extremamente azuis murmurou.
— Acho que já sei quem é — Charlie soltou um sorriso de canto. — Bom, onde ela foi?
— Ao banheiro — uma ruiva se meteu na conversa, revirando os olhos.
— Tenha paciência, querida Lucy — Charlie murmurou e encarou a porta. Ouviu os passos se aproximarem e abriu mais seu sorriso. — Nascida em Londres mesmo, uma ótima escritora e jornalista investigativa. Já trabalhou para muita gente importante. Com vocês, Fátima Bernardes — ele finalizou no exato momento em que a mulher abriu a porta de sua sala, fazendo Ernesto, Emma e William arregalarem os olhos totalmente assustados.

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