Capítulo 5

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Emma parou o carro em frente ao restaurante tão conhecido.
William a encarou um tanto quanto emburrado. Não queria descer do carro, não queria ver Fátima, não queria estar ali, não queria dar entrevista nenhuma, não queria falar da porcaria do atentado que sofrera, porém sabia e tinha certeza absoluta que Fátima não desistiria enquanto ele não contasse tudo nos mínimos detalhes.
— Vai logo, William — Emma murmurou revirando os olhos. — Tenho mais o que fazer e você sabe.
— Não quero — ele respondeu parecendo uma criança mimada.
— Isso não importa mais, William — ela revirou os olhos de novo. — Você já marcou e ela provavelmente já está chegando. Agora vai.
— Tá, tá — ele fez uma cara emburrada e, com a mão livre, abriu a porta do carro.
— Boa sorte — Emma gritou para William, que revirou os olhos para ela.
Emma abriu mais um de seus impecáveis sorrisos e apontou para trás do rapaz, que girou o pescoço na direção apontada e logo pôde ver o carro de Fátima.
O rapaz bufou e Emma, sem tirar o sorriso dos lábios, arrancou com o carro deixando-o lá de vez e sem chances de desistir.
William atravessou a rua e parou em frente ao restaurante enquando Fátima estacionava o carro.
Alguns segundos depois ela saiu do carro e ele deixou com que seu queixo caísse ao vê-la. Ela estava linda, sem mais.
Fátima vestia uma calça jeans skinny, uma blusa fina preta de mangas longas, um sobretudo vermelho e botas um tanto quanto longas de saltos finos e pretas, seus cabelos longos estavam soltos, a maquiagem não estava nem tão forte e nem tão fraca, mas era o suficiente para deixá-la ainda mais bonita.
William engoliu seco quando ela se aproximou com um sorriso no canto dos lábios — os quais estavam vermelhos pelo batom e o deixando louco — e segurando sua bolsa com uma força um tanto quanto... fora do normal.
— Bom dia, Bonner — ela disse com a voz firme.
— Bom dia — ele respondeu com a voz baixa. Ainda estava sob o efeito de choque pela beleza extraordinária de Fátima que ele nunca notara.
— Vamos entrar? — ela perguntou fazendo um gesto com as mãos para apontar para a porta do restaurante.
— Vamos, claro — ele respondeu piscando algumas vezes e balançando a cabeça levemente para afastar os pensamentos maldosos sobre Fátima que insistiam em surgir em sua cabeça.
Tudo bem, Bonner. Ela pode ser gostosa. Mas é insuportável também, ele disse — em silêncio...? — para si mesmo.
Entraram no restaurante e William fora direto para uma das mesas em silêncio, enquanto Fátima pedia o seu famoso café.
— Prometo ser rápida para não te atrasar — Ela disse assim que se sentou em frente à William.
— Certo — ele respondeu e a encarou. — Fátima, por que exatamente você quer tanto essa entrevista? — ele perguntou, direto, fazendo-a levantar os olhos para ele e dar um sorriso debochado.
— A jornalista aqui sou eu, Bonner — ela respondeu e deu de ombros, sem tirar o sorriso dos lábios. O rapaz estreitou os olhos e abriu a boca para rebater, porém ela o cortou. — Vamos começar?
William soltou um suspiro alto e não a respondeu, pois o garçom estava chegando com o que Fátima pedira. Ela sorriu para o garçom e William deixou seus pensamentos voarem, ele já estava estressado, seu ombro latejava e ele não queria estar ali. Sua vontade era de se levantar, mandar todo mundo para a casa do caralho, sair dali e fumar o seu lindo maço de cigarro, que o esperava em seu bolso, em paz. Fátima lhe tirava toda a paciência que tinha — por mais que fosse pouca — somente com algumas palavras.
— Começa logo com isso antes que eu saia por aquela porta — ele apontou para a mesma — sem te dar entrevista nenhuma — finalizou encarando a mulher, que tomava seu café tranquilamente.
William revirou os olhos e bufou. Ele realmente queria levantar dali e sair o mais rápido possível. E seria ótimo! Fátima ficaria sem ter o que falar em sua matéria. Mas algo estava segurando-o ali.
— Tá bom, senhor estressadinho — ela disse dando uma risada fraca e provocativa. Há tempos Fátima não o provocava, já estava quase se esquecendo de como era bom vê-lo bufar loucamente e ficar totalmente estressado a ponto de querer matar o primeiro que ver.
— Olha aqui, querida Bernardes — ele começou, encurvando-se por cima da mesa em direção a garota —, vamos parar com isso, ok? Vamos começar logo essa merda antes que eu faça o que não posso e vá parar na cadeia.
Ela soltou uma gargalhada alta, fazendo-o estreitar os olhos. E, ainda com um sorriso provocante nos lábios, Fátima apoiou os dois cotovelos sobre a mesa, encurvou-se e apoiou o rosto entre as mãos, ficando cara-a-cara com William.
— Claro, Bonner — ela murmurou, fazendo-o ficar com a respiração um bocado falha por culpa da proximidade entre os dois. Ela estava mexendo com ele fazendo aquilo tudo.
Ele suspirou e deixou seu corpo cair na cadeira novamente, seu ombro estava doendo mais ainda depois do esforço que fizera para apoiar-se na mesa.
— Não tenho o dia inteiro... — ele murmurou enquanto Fátima mexia em sua bolsa.
— Só estava terminando de pegar as coisas, Bonner — ela revirou os olhos e colocou o seu gravador, seu bloquinho de papel e caneta em cima da mesa. — Podemos?
— Quanto mais rápido melhor — ele suspirou.
— Então, recentemente você sofreu um atentado. Pode me dar alguns detalhes disso? — Fátima começou, falando séria.
William mordeu o lábio inferior e suspirou. Não era acostumado com entrevistas, sempre deixava essa parte para Ernesto ou Charlie.
— Bom... Eu saí da casa do Paul, levei a Emma em casa, e quando estava a, sei lá, uma ou duas ruas da minha casa, dois carros pretos começaram a me seguir. Eu achei estranho aqueles dois carros ficarem atrás de mim o tempo todo e já comecei a me preparar psicologicamente — ele deu uma risada fraca. — Aí os caras começaram a me cercar e bater no meu carro, quando eu consegui dar uma boa distância e liguei para a Emma, eles começaram a atirar. A Emma conseguiu entrar em contato com os outros e eles me enviaram ajuda. Eu, não sei como, consegui fazer uma manobra super louca, entrei na contra-mão mesmo e passei entre os dois carros. Eles destruíram o meu carro todo, era um Impala. Eu amava aquele carro! — ele deu um sorriso de canto enquanto Fátima ouvia tudo e ficava admirada com toda a história. — Aí, depois, como eles estavam com carros mais potentes, eles conseguiram me alcançar e deram mais tiros, e um deles resultou nisso — ele apontou para o ombro. — E, bem, logo eu consegui chegar onde todos estavam e lá eles trocaram tiros, eu fui pra um lugar um bocado mais afastado para ficar longe de toda a briga. Eu estava assustado, confesso. Nunca tinha sofrido nada parecido. Aí depois de um tempo a Emma veio para o meu carro e falou que tudo já estava bem.
— E o que aconteceu com os bandidos? — Fátima perguntou.
— Dois morreram e os outros dois estão presos — ele respondeu tranquilamente.
— E você tem alguma ideia de quem possa ter mandado fazer isso com você? — Ela soltou, fazendo-o estreitar os olhos como se estivesse pensando.
— Não, pior que não. Acho que... sei lá, ninguém tem motivo pra isso. Talvez algum bandidinho idiota, que já esteja preso, tenha deixado recadinhos para os amiguinhos aqui fora pedindo pra eles me pegarem. Sabe como é, sou o mais foda daqui. Todos me querem — ele disse num tom brincalhão fazendo-a soltar uma risada.
— E como você se sente? — Ela perguntou e ele a olhou estranho. — Digo... Você é tão cobiçado por todos os tipos de bandidos existentes aqui na grande Londres, desde os bandidos mais toscos e bobos até os bandidos da alta sosciedade, todos querem pegar você, acabar com você por ser tão inteligente e, por mais que demore às vezes, sempre pega quem é preciso. Como se sente em relação à isso?
— Eu me sinto... Sei lá como eu me sinto — ele respondeu rindo um pouco e fazendo-a sorrir por vê-lo um bocado mais a vontade. — Isso tudo é muito estranho. Eu passo na rua e sempre tem alguém que me reconhece e me olha estranho, e, agora, eu ando na rua e todo mundo que me encara eu penso que pode ser mais um louco a fim de me matar.
— E vocês pretendem correr atrás para ver quem mandou fazer isso com você?
— Bom, pretender até que pretendemos sim. Mas os dois caras que estão presos não querem abrir a boca. Aí dificulta. E nós temos coisas mais importantes para fazer e investigar.
— Entendi — ela mordeu o lábio e leu novamente seu bloquinho de papel a procura de novas perguntas. — Sobre os assassinatos que vêm acontecendo por aqui. Primeiro Owen Mangor, logo depois, o Paul Garred. Vocês já têm pistas, suspeitos ou qualquer coisa do tipo?
— Infelizmente não — ele contorceu a boca. — O cara está sendo bem esperto. Ele não deixa pistas. Só bilhetinhos idiotas.
— Bilhetes? — Fátima perguntou desconfiada e William mordeu o lábio. — Pode divulgá-los?
— Sim, bilhetes. E, não, não posso divulgar nada sobre isso agora — ele respondeu calmamente.
— Tudo bem. Mas e as investigações? Como estão indo? Você está participando delas? — Ela disparou e ele ergueu uma das sobrancelhas, tentando pensar em tantas respostas, apesar de serem fáceis.
— As investigações estão indo bem, até. Todo mundo está colaborando, juntanto todas as pistas que conseguem, por menores que sejam. E, sim, apesar de estar com o ombro machucado, estou participando. Sou um dos chefes de equipe e não quero ficar de fora, apesar de poder. Não foi nada grave para eu ficar afastado — ele finalizou sua resposta, dando um meio sorriso.
— Bem... Acho que é isso — ela sorriu. — Muito obrigada, Bonner. Assim eu eu divulgar a entrevista eu dou um jeito de enviar pra você.
— Por nada e, ah, tudo bem. Não tenho pressa pra ver — ele estreitou os olhos e deu um sorriso de canto estranhando tudo aquilo. Estavam tendo uma conversa... Normal. Sem insultos, sem crises de ódio. Uma conversa... Civilizada.
William olhou para o relógio em seu pulso e arregalou os olhos levemente. Já eram dez e quinze. Eles estavam ali desde às nove.
— Preciso ir — ela disse abrindo sua bolsa e pegando o dinheiro para pagar os cafés que consumira.
— Eu também — ele murmurou pegando o celular no bolso com certa dificuldade.
Fátima pagou o que devia e William discou os números tão conhecidos.
— Emma? — ele murmurou. — Tem como você vir agora? Já acabamos e... — ele fez uma pausa. — Tá bom. Vou estar ali em frente te esperando. Não demora — ele finalizou soltando um suspiro e desligando o telefone em seguida. Estava se sentindo inútil de novo. Estava dependendo de alguém de novo. Odiava aquilo, odiava de verdade. O pior sentimento que existia, para ele, sempre fora a maldita inutilidade. Detestava ficar incapacitado, dependendo de alguém, detestava com todas as suas forças.
Fátima se levantou em silêncio e saiu andando, fazendo-o acordar para a vida. Tinha que sair também.
Levantou-se um tanto quanto apressado e sentiu seu ombro arder, mordeu o lábio inferior com força e voltou a andar sem se importar com o ombro latejando. Aquilo também estava o deixando irritado.
William se encostou numa parede qualquer e apoiou uma das pernas nela. Com a mão livre, foi até o bolso e pegou seu cigarro e isqueiro, levou o cigarro até os lábios e o acendeu rapidamente, dando uma tragada profunda e soltando a fumaça em seguida. Sentia falta de fumar, por mais que não pudesse. Mas não havia ninguém ali para o impedir, certo? Ele queria mais que os remédios para dor que estava tomando fossem para o inferno.
William notou que o carro de Fátima passava em sua frente e, de repente, foi como se tudo ficasse em câmera lenta: Fátima deixou seus lábios curvarem-se em um sorriso um tanto quanto malicioso, seus cabelos voando dentro do carro por conta da janela aberta e, debochadamente, levantou a mão direita e acenou para Bonner, deixando-o perdido por uns segundos. Até para dar um tchau ela conseguia ser... Gostosa.
William fechou os olhos com força e os esfregou, logo abrindo-os em seguida e nem sombra de Fátima mais havia ali. Estava se sentindo irritado com tudo o que pensara sobre Fátima naquela manhã, ela não podia estar bonita daquele jeito! Ela não podia ser daquele jeito! Ela não podia deixá-lo daquele jeito! Ele era William Bonner e ela era Fátima Bernardes! Sempre se detestaram. Impossível ela fazer aquilo com ele. Impossível!
Afastou todos aqueles malditos pensamentos da cabeça e olhou em direção ao som tão conhecido da buzina do carro de Emma, caminhou rapidamente até o outro lado da rua — onde ela estacionara — e abriu a porta do carro, entrando e batendo-a com força em seguida. Estava irritado consigo mesmo.
— Demorei tanto assim? — Emma perguntou arrancando com o carro.
— Não — respondeu olhando para frente.
— O que aconteceu? Brigaram de novo?
— Não. Justamente isso, nós não brigamos. Não trocamos indiretas debochadas. Foi tudo na paz — ele respondeu ainda encarando o nada.
— Então... — ela mordeu o lábio, procurando palavras.
— Não é nada — ele a interrompeu. — Eu tô estressado. Não aguento mais isso no meu ombro, não aguento mais ficar trabalhando, não aguento mais estar sendo um inútil que depende de você o tempo todo. E, ah, eu quero fumar.
— William! — Emma exclamou entre os dentes. — Sossegue. Você não é um inútil. E eu quero te ajudar, eu me ofereci. Dá pra parar de cismas agora? — Ela o olhou de relance. — E você não vai fumar de novo.
Ele se virou para encará-la.
— Você viu? — ele perguntou estreitando os olhos.
— Não — ela deu de ombros. — E você está confessando que fumou, Bonner? — ela segurou uma risada.
— Estou — ele revirou os olhos. — Eu nunca consigo esconder nada de você. E o que tem demais eu fumar enquanto tomo remédios? Já ouvi falar que beber e tomar remédios não dá certo. Agora fumar...
— Você está com cheiro de cigarro — ela disse fungando e soltando uma risada fraca, fazendo-o a olhar estranho, como se não entendesse nada. — E fumar vai acabar com você. Tô falando.
— Tanto faz — ele bufou e se virou para frente novamente.
— E, William — ela se virou para ele já que estavam parados devido ao sinal —, por que você não pediu para se recuperar em casa?
— Porque... Sei lá. Eu quero pegar logo quem está fazendo isso. E eu não queria ficar por fora de nada. E foi só um tirozinho de nada, logo isso melhora. O médico mesmo disse — ele respondeu simplesmente.
— Pede pelo menos um dia de folga. Prometo deixar tudo em ordem pra você — ela disse preocupada e voltando a atenção para as ruas.
— Relaxa. Estou bem.
— Não está — ela revirou os olhos.
— Certo, não estou. Mas isso vai melhorar logo — ele deu de ombros levemente.
— Você tem que descansar — ela disse parando o carro em sua vaga em frente ao prédio que deveriam entrar.
— Eu vou descansar, prometo — ele sorriu e ela desligou o carro.
— Assim espero. Quero você esperto nesses casos — ela abriu um sorriso sincero.
— Sim, senhora! — ele exclamou fazendo pose de soldado.
Saíram do carro ainda conversando e entraram no prédio cumprimentando todos. Entraram no elevador e Emma apertara os devidos botões.
— Posso pedir uma coisa? — ele perguntou ficando de frente para Emma.
Só havia eles dois naquele elevador. E aquilo estava indo devagar demais... Dando uma ideia um tanto quanto... Provocante à Bonner.
— Peça — ela sorriu, inocentemente.
— Me beija? — ele sussurrou bem próximo à ela. Ele precisava de outra mulher e esquecer da imagem linda de Fátima que vira mais cedo.
Emma engoliu seco.
— William... — ela tentou falar mas ele a interrompeu pousando seus lábios sobre os dela. Contornou os lábios da mulher com a lígua, fazendo-a suspirar e ceder logo em seguida.
Emma levantou uma das mãos e pousou-a na nuca de William. Ele, com a única mão livre, puxou-a pela cintura colando seus corpos. William pretendia continuar ali e fazer sabe-se lá o que dentro daquele elevador com Emma, mas o barulho irritante que o elevador fez avisando-os que chegaram onde queriam atrapalhou seus planos, fazendo-os se afastar rapidamente e disfarçar já que haviam outras pessoas por ali.
— Você tem que parar com isso — ela soltou um suspiro fraco.
— Tenho? — ele perguntou desentendido e com um sorriso maldoso nos lábios.
— Tem — ela se virou para ele, parando no meio do corredor. — Promete que não vai ficar me agarrando por aqui?
— Não — ele revirou os olhos. — Por que você não pode me pedir pra prometer algo mais fácil?
— Sabia que não ia demorar pra você voltar ao normal — ela revirou os olhos e deu um meio sorriso. Ela gostava daquele jeito de William.
— É? — ele mordeu o lábio inferior e se aproximou, porém ela o parou pelo peito.
— Estamos no meio do corredor, William — ela disse e ele tentou protestar. — Eu já disse, eu comando, bonitinho. E nós vamos agora ver o que Charlie quer.
— Por que você faz isso comigo? — ele perguntou estreitando os olhos. — Só porque você é a loira dos olhos claros hipnotizantes e gostosa com seus trinta e poucos? Isso é maldade, Emma.
— Babaca — ela soltou uma gargalhada. — Não sei porque sou sua amiga, sério. Você não presta.
— Você me ama que eu sei — ele disse piscando um dos olhos. — E você não é minha amiga. É a minha melhor amiga colorida.
— Se fode, William — ela riu mais uma vez e deu duas batidas na porta da sala de Charlie.
— Só se for contigo, rawr — ele disse fazendo um som de tigre – ou leão, vai saber – com a boca e soltando uma gargalhada em seguida.
— Idiota — ela disse entrando na sala, já que Charlie abrira a porta. — Olá, Char.
— Olá, Emma — ele sorriu para a mulher e se virou para William. — E aí, como vai, William?
— Bem — ele respondeu sorrindo e sentando-se ao lado de Emma. — E o que aconteceu?
— Bem... — Charlie fechou a porta e se sentou. — Pegaram o David — ele fechou os olhos e suspirou.
— O que? — Emma e William gritaram juntos.

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