Chapter fifteen🌗

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Gilbert

Hoje a Anne está péssima e isso quebra meu coração. Desde que recebemos o diagnóstico 3 meses atrás, ela piorou muito. Ela está com muitos tremores involuntários, muitas manchas na pele e está cheia de olheiras.

-Quer fazer alguma coisa, linda? Podemos ir no nosso lugar especial... -sugiro.

-Não estou no clima.

-E que tal você tocar uma música pra mim, huh? Saudade de ouvir sua voz!

-Tudo bem... -ela se levanta da cama e vai em direção ao seu violão.

Anne pega seu violão e volta a se sentar na cama. Ela começa a tocar, mas suas mãos tremem muito, o que a faz largar o instrumento na cama.

-Não consigo, Gilbert. É inútil. -bufa frustrada.

-Se acalme, meu amor. -a abraço tentando acalma-la.

Estou tentando ser forte por ela, mas pra falar a verdade, eu também não estou nada bem. Não consigo suportar a ideia de que ela vai mesmo morrer. Foram míseros três segundos, que porra!

-Podemos assistir sua série favorita, Criminal Minds... o que acha? Você pode boiolar pelo Spencer Reid. -ela dá risada.

-Eu amo o Spencer! -sorri e liga a TV.

Anne

Gilbert foi embora tem mais ou menos duas horas e agora Diana está aqui. Eles estão vindo aqui em casa sempre que podem, querem passar o máximo de tempo comigo.

-O Gilbert e eu tivemos uma ideia brilhante! -a morena comenta. -Sempre foi seu sonho velejar, não é?

-Aham.

-Então, ele vai te levar para velejar esse final de semana, não é maravilhoso?!

-É sim. -dou um sorriso pequeno.

-Oh Anne, tente ficar mais animada...

-Estou tentando, Di, mas não consigo tirar o fato de que estou morrendo. A cada dia eu pioro cada vez mais, não percebe? Está perto, muito perto. -deixo algumas lágrimas caírem.

-Não pense nisso! -ela me faz deitar em seu colo. -Vamos pensar que em pouco tempo você irá fazer uma viagem muuuito longa e vai ficar um tempão sem nos ver, mas depois desse tempo, nós todos iremos nos encontrar novamente. -faz carinho em meus cabelos ruivos.

Diana quase não fala sobre o fato de eu estar morrendo. Ela quer pensar que eu vou viajar por muito tempo, igual ela disse aí em cima. Tenho tanta sorte de ter a morena do meu lado, de ter Gilbert e de ter meu pai. Não preciso de mais nada. Sei que irei morrer feliz, muito feliz.

-Agora ânimo, garota! Que tal pedirmos comida chinesa para o jantar, hein? -abro um sorriso e ela também. -Essa é minha garota! -descemos as escadas.

[...]

A comida chinesa estava deliciosa e passar um tempo com minha melhor amiga e com meu pai foi muito bom. São esses momentos que vou sentir falta...

-Papai?

-Sim, filha? -ele responde enquanto lava a louça.

-Promete que quando eu morrer, vai encontrar alguém para não ficar sozinho?

Ele ficou calado e engoliu em seco. Não quero que ele fique sozinho para sempre.

-Anne...

-Pai... por favor, não quero te ver sozinho. A Diana e o Gilbert vão fazer faculdade e viver a vida deles... mas e você? Vai ficar sozinho? Não têm mais ninguém da nossa família vivo.

-E-eu... eu prometo, Anne. -abro um sorriso contente. -Não queria que você fosse embora...

-Nem eu, papai. Nem eu...

Corro até meu pai e o abraço apertado. Nós dois estamos chorando agora. Que droga!

Midnight SunOnde histórias criam vida. Descubra agora