Anne
Respira, Anne. Respira. É apenas uma saída entre dois amigos, é só ignorar que o garoto é o amor da sua vida, Gilbert Blythe. Merda, subconsciente! Você não está ajudando.
-Ficou bom, Di? -mostro meu vestido azul bebê pela vídeo chamada que estamos fazendo.
-Você está linda! Se eu não fosse heterossexual, eu te pegava. -damos risada. -Vai passar maquiagem?
-Você sabe que não. Um gloss já está de bom tamanho. -enquanto eu falava, passava o gloss.
De repente, a campainha de casa toca e arregalo os olhos.
-Ele chegou. Meu Deus! ELE CHEGOU!
-Para de gritar, maluca. -Diana só sabe rir da minha desgraça. -Seja você mesma, okay? Certeza que vai dar tudo certo!
-Okay, até mais! -desligo a chamada e guardo meu celular na minha bolsa preta.
Desço as escadas lentamente e quando chego no último degrau, posso ouvir duas vozes. Meu pai e Gilbert estão conversando!
-Ela tem algum horário para chegar? -Gilbert pergunta.
-Não pode passar das 02:00 da madrugada. -agora foi meu pai quem falou.
-Oi... -apareço na sala de estar.
Gilbert
É possível se apaixonar de cara? Se sim, isso acabou de acontecer comigo. Anne está mais linda que o normal, se é que isso é possível.
-Você está maravilhosa, Anne. -como de costume, suas bochechas ficam da cor dos seus cabelos.
-Obrigada, Blythe. Bom, vamos?
-Claro. Senhor Shirley, ela estará entregue aqui antes do horário.
-Se divirtam. Ah, e pode me chamar de Nate, rapaz. -ele sorri.
Abro a porta para Anne e faço a mesma coisa com a porta do meu jeep.
-Está pronta para ter a melhor noite da sua vida? -brinco com minhas sombrancelhas e ela dá risada.
-Com certeza, senhor convencido.
Dou partida no carro e conversamos um pouco durante o caminho sobre coisas banais. Descobri que Anne ama música e infelizmente sua mãe morreu quando ela era bem nova. Ela odeia frutos do mar e seu tipo favorito de comida é italiana.
-Agora é sua vez de falar, Gilbert. Me conte quem é você.
Essa é uma boa pergunta. Quem, de fato, é Gilbert Blythe?
-Bom, como você já sabe, sou o garoto mais popular do colégio. -reviro os olhos. Nem sei porquê tenho esse título. -Meu sonho é virar um médico e trabalhar aqui em Londres mesmo. Ah, você não acha Londres um lugar fascinante?
-Sim, acho. -ela sorri. O sorriso mais lindo que já vi.
-Não gosto muito de dançar, sou todo desengonçado. -nós dois rimos. -Mas gosto bastante de ler e escrever. É uma forma de eu desabafar.
-Eu entendo, penso da mesma forma. Qual é sua saga de livros favorita?
-Harry Potter, é claro!
-Você é mesmo minha alma gêmea, Blythe! Sou da corvinal e você? Hum, deixe-me adivinhar... grifinória?
-Acertou, Anne. -sorrio.
Estaciono o carro em frente ao lugar que escolhi para ser nosso encontro e corro até o lado do passageiro, abrindo a porta para a ruivinha.
-Aonde estamos?
-Numa praia, ué. -falo como se fosse óbvio e ela me dá um tapinha no braço, me fazendo rir.
-Disso eu sei, mas o que vamos fazer aqui?
-Você vai ver. Vem! -seguro em sua mão e corro pela areia.
Chegamos numa parte mais isolada da praia e olho para Anne pra ver sua reação. Ela está com um sorriso gigante no rosto.
A surpresa era: tinha um enorme pano de piquenique na areia, cheio de travesseiros e um cobertor para nós dois. Havia um macarrão feito por mim, morangos e uvas, vinho junto com duas taças e de sobremesa, um bolo de chocolate.
-Ahn... você gostou?
-Eu amei, Gilbert! Que lindo! -ela me dá um beijo na bochecha e sorrio todo bobo. O que Anne está fazendo comigo?
Nos sentamos no pano e começo a servir nós dois com o macarrão.
-Você sabe cozinhar muito bem. Como sabia que eu gostava de macarrão?
-Eu não sabia, fui no chute. -rio fraco e volto a comer. Modéstia à parte, estava mesmo gostoso!
Comemos e ficamos conversando por várias e várias horas. Anne amou o bolo que eu fiz e ela vai levar dois pedaços pra sua casa.
-Anne, quero te fazer outro convite.
-Pode falar, Blythe.
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Midnight Sun
RomanceAnne Shirley Cuthbert, uma garota que não conhece o amor. Nunca sentiu o calor do Sol na pele por causa de sua doença chamada "XP". É doce e inocente, apenas tendo uma melhor amiga, Diana. É proibida de pegar Sol, caso contrário, pode morrer. Nunca...