Chapter nineteen🌗

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Gilbert

Já se passaram 3 meses desde aquele fim de semana que passamos na casa do lago da Diana. E devo alertá-los que estamos passando o máximo de tempo com a Anne. Os médicos disseram que ela não passa dessa semana.

Claro que eu não esqueci do nosso casamento, nunquinha nesse mundo iria esquecer disso. Vamos fazer algo bem simples, do jeitinho que ela gosta. Anne ama flores do campo, então nosso casamento será num campo cheio dessas flores. E adivinhem aonde vai ser? Sim, isso mesmo, o lugar que cantei a música para ela! Maravilhoso, não é?

Bom, o grande dia é hoje. Estou nervoso, confesso, mas não poderia estar mais feliz! Qual é, vou casar com a mulher da minha vida! Já estou no altar aguardando a música começar. A propósito, não irá tocar a música tradicional dos casamentos, e sim a música que escrevi para ela. Sim, eu gravei ela num estúdio justamente para tocarem nesse dia.

A música começa a tocar e sinto meu coração bater forte como se fosse sair pela minha boca. E assim que vejo Anne, abro um enorme sorriso e tudo ao nosso redor parou. Como ela está linda, meu Deus!

Anne

Estou tremendo e olha que não é porque estou morrendo aos poucos -sou malvada demais-, e sim porque estou prestes a casar! Meu braço está entrelaçado ao do meu pai e ele sussurra coisas lindas em meu ouvido. Isso só me faz ter mais certeza de que estou fazendo a coisa certa.

Olho para Gilbert e sorrio tímida para o moreno, observando-o de cima a baixo. Como sempre, ele está lindíssimo. Seus olhos estão se destacando no terno preto que ele alugou. Consigo sentir de longe seu nervosismo e isso só me faz querer rir, rir muito.

Quando finalmente chegamos ao altar, meu pai deixa um beijo em minha bochecha. Seguro na mão de Gil e nos olhamos profundamente.

-Você está deslumbrante! -ele sussurra.

-Você está mais, Gil! -digo no mesmo tom baixo.

A música para de tocar e o padre começa a falar. Ele fala por um tempo, e confesso que não prestei muita atenção nessa parte da cerimônia, mas quando começaram os votos, deixei meus pensamentos de lado e me virei de frente para Blythe.

-Gilbert Edward Blythe, você aceita Anne Shirley Cuthbert como sua legítima esposa, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe? -o padre pergunta para Gilbert.

-Eu aceito!

-Anne Shirley Cuthbert, você aceita Gilbert Edward Blythe como seu legítimo esposo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?

-Eu aceito! -ambos sorrimos um para o outro.

-Com o poder investido à mim, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva, rapaz!

-Com o maior prazer! -todos ali presentes dão risada.

Ele me puxa pela cintura e nos beijamos. Definitivamente esse foi o nosso melhor beijo, o mais significativo. É uma pena que isso seja uma despedida...

[...]

Os convidados já foram embora, incluindo nossa família e amigos mais próximos. Agora estamos só eu e Gilbert no lugar aonde ocorreu o casamento.

-Esse é o melhor dia da minha vida. -digo encostada na grande árvore.

-O meu também, senhora Blythe! Minha nossa, nunca vou me cansar de dizer isso.

Damos risada e de repente, sentimos pingos de chuva caírem em nossa pele. Olho para cima e realmente começou a chover.

-Vem, Anne, vamos para o carro, você pode ficar doente.

-Eu já estou doente, seu bobinho! -gargalhamos.

Ah, Gilbert está lidando melhor com o fato de que irei morrer. Bem melhor mesmo. Estamos tentando levar isso de um jeito leve e divertido.

-Vem! -o puxo para a chuva e começo a correr pelo campo.

Estamos dançando na chuva, sim, NA CHUVA! Mais um sonho meu se realizou, ele me proporcionou momentos tão incríveis...

-Isso é tão clichê. -ele revira os olhos.

-Gil, nós somos mais clichês que a própria palavra em si! -rimos. -Mas eu gosto disso.

-Eu também. -ele me faz girar.

Dançamos bastante, corremos, conversamos e rimos. Nesse exato momento, estamos deitados em cima de uma toalha no campo mesmo. Queremos dormir aqui!

-Estou ficando cansado...

-Mas já? -rio fraco. -Durma, amor, amanhã ainda podemos aproveitar mais!

-Certo. Boa noite, esposa.

-Boa noite, esposo!

Sorrimos genuinamente felizes. Dou um selinho demorado no meu marido e ele logo fecha os olhos. Em menos de 5 minutos sinto sua respiração pesada em meu pescoço.

Estou sentindo uma coisa estranha, como se fosse a última vez que irei falar com Gilbert. Deixo esse sentimento para lá e me permito dormir, amanhã será um belo dia!

[...] dia seguinte.

Gilbert

Acordo com Anne em meus braços e sorrio com isso.

-Bom dia, ruivinha... -digo beijando sua bochecha.

Espero ela responder e a mesma não responde. Que sono pesado!

-Ei, linda, acorda... temos que voltar pra casa e tomar banho.

Cinco minutos e nada.

-Anne! -cutuco seu braço. -ANNE!

Escuto sua respiração e... não, não pode ser. Ela não está respirando.

Midnight SunOnde histórias criam vida. Descubra agora