Chapter eight🌗

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Gilbert

Estou prestando atenção na letra da música que está tocando na rádio, "Somebody To You" da banda The Vamps. Batuco meus dedos no volante, repetindo para eu mesmo que vai dar tudo certo.

Ah, querem saber o motivo deu estar nervoso, não é? Bom, hoje irei conhecer o pai de Anne. Sim, o senhor Shirley. Quero tanto causar uma boa impressão, mas estou inseguro pra caralho...

No momento que estaciono na frente da casa de Anne, a música para de tocar. Solto uma longa lufada de ar e saio do meu carro com um buquê de girassóis. Um passarinho me contou que são as flores favoritas dela. Quando eu digo passarinho, me refiro à Diana.

Toco a campainha e aguardo alguém atender. Que seja a Anne, que seja a Anne, que seja...

Merda, é o pai dela. Obrigado, destino!

-Olá, senhor Shirley. Boa noite! -engulo em seco.

-Boa noite, querido! -ele abre um sorriso aconchegante e vou soltando a respiração aos poucos. -Calma, fique tranquilo. Você está parecendo que está tendo um ataque epilético de tão nervoso! -solta uma risada e me convida para entrar em sua casa.

-E aonde está a Anne?

-Terminando de se arrumar. Mulheres, não é? -pisca para mim. -Gilbert, certo?

-Isso mesmo, senhor.

-Pode me chamar de Nathaniel, filho. Só te peço uma coisa, traga a Anne antes das 02:00 pm, certo?

-Certo!

-Suponho que você saiba da doença dela, não é?

-Doença? Do que o senhor está... -não pude terminar de falar, pois ouvimos passos vindos da escada.

Uau. Belíssima. Inefável. É isso que sempre penso quando vejo Anne. Ela, como sempre, está perfeita! Hoje ela resolveu fazer um babyliss no cabelo, e tenho que dizer que minha ruivinha ficou uma graça com esse penteado.

-Boa noite, Gil... -abre um sorriso tímido.

-Oi, Anne! V-você... ah... -solto um suspiro. -Está linda! Trouxe isso para você. -lhe entrego o buquê.

-Eu adorei! Como sabia que eu gostava de girassóis?

-Ah, um passarinho me contou. -dou de ombros, acompanhado de uma risada.

-Diana... -ela ri também. -Papai, pode colocar o buquê na água?

-Claro! Se divirtam, mas juízo! Foi bom te conhecer, Gilbert.

-Igualmente, Nate! -damos um abraço breve e eu e Anne caminhamos para o carro.

Já tem 5 minutos que estamos dentro do carro em silêncio e algo me incomoda.

-Anne, antes de você aparecer, seu pai ia me contar sobre uma coisa. De qual doença ele estava falando?

Anne

Estou paralisada. Ofegando como se acabasse de ter corrido uma maratona. Estou intacta como se alguém tivesse jogado um feitiço em mim. QUE DIABOS?!

-D-doença? C-como como assim? -sinto minhas mãos começarem a suarem frio.

-Isso mesmo. Seu pai disse que você tinha uma doença... porquê não me contou, Anne?

-Não tem doença nenhuma, Gilbert. Você está delirando.

-Não estou, não adianta fugir desse assunto!

Quando eu ia responder, o moreno quase bate num carro e ele freia o veículo fortemente.

-MERDA! -ele bate no volante com raiva.

-Se acalma, Gil... estou bem, nós estamos bem. -como forma de consolo, seguro em sua mão.

Caramba, que toque. Sempre quando seguro na mão dele, sinto um formigamento pelo meu corpo, quase um choque elétrico!

Ficamos em silêncio até chegarmos no cinema. Gilbert compra dois ingressos e eu compro a pipoca grande junto com o refrigerante do mesmo tamanho. Ele não tocou mais no assunto da doença, e eu agraciado aos céus por isso! Se ele souber, nunca mais irá querer me ver.

-Qual filme iremos ver? -pergunto me sentando no assento do cinema.

-As Patricinhas de Beverly Hills!

-Acredita que eu nunca assisti? -ele me olha completamente chocado.

-Você vai ver o melhor filme do mundo, Shirley.

As luzes da sala de cinema se apagam e logo o telão se liga. Hora do show!

Gilbert

-Caramba, a Cher é incrível! Não gostei dela no começo, mas... uau! -damos risada.

-Sim, ela é bem legal mesmo. -vejo as horas no relógio. -Eita, já está tarde! Preciso te levar de volta pra casa, amanhã nós dois temos aula.

Anne assente com um aceno de cabeça e entramos no meu carro.

Durante o caminho, ficamos em silêncio apenas apreciando a música tocando na rádio, "What Makes You Beautiful" da One Direction.

-Anne? -a chamo.

-Hum?

-Sabe essa música que está tocando na rádio?

-Sei, eu amo ela!

-Eu também... bom, sabe quem ela me lembra? -a ruiva nega. -Você.

Por alguns segundos, Anne fica em silêncio.

-Por que?

-Você não vê o quanto é linda, Anne Shirley. Tu é a menina mais bela que já vi, e não só como aparência. Esto falando de alma.

-Minha nossa, Gil, muito obrigada! Foi o melhor elogio que já recebi. -ela sorri largo e me dá um beijo estalado na bochecha, quase perto da boca. -Até qualquer dia desses, Blythe.

-Até, Shirley. -me certifico que minha ruivinha entrou dentro de casa e dou partida no carro.

Ela ainda será minha perdição, mas também minha salvação...

Midnight SunOnde histórias criam vida. Descubra agora