Chapter one🌗

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Anne

Fecho o meu laptop e me deito na cama. Ugh, química é um tédio. Para que preciso disso? Quero ser escritora, não tem nada a ver!

Oh, nem me apresentei. Me chamo Anne, sim, com um "e". Gosto sempre de sinalizar que meu nome termina com a letra "e" e não "a". Bom, agora são exatamente 03:30 pm e química foi a última aula do meu dia. GRAÇAS A DEUS!

Sou uma garota ruiva e com sardas, acho isso fofo. E sim, eu estudo em casa. O motivo? Ah, nada demais. Apenas tenho uma doença chamada "XP", e se eu pegar Sol, posso morrer. Como eu disse, nada demais.

Sonho em sentir o calor do Sol na minha pele desde que me entendo por gente. Claro que já senti algumas vezes, mas quando completei 5 anos de idade, essa doença filha de uma puta(desculpe, mãe desta doença) me impossibilitou de sentir o Sol novamente. Portanto, não me lembro da sensação. Eu tenho 17 anos e há exatamente 11 anos sonho em poder sair de dia... mas bom, quem disse que a vida é fácil, não é?

Eu amo música. Sempre compunha com minha mãe algumas músicas e, modéstia à parte, elas são incríveis! Infelizmente, minha mãe morreu quando eu tinha 6 anos, um ano depois do diagnóstico da "XP". Foi difícil lidar com a doença e com os problemas que adolescentes passam sem minha mãe. Claro que meu pai sempre me ajudou, mas ainda sinto falta de uma figura materna.

Ouço baterem na porta e nem pude responder, pois já foram entrando. E obviamente era Diana, só ela tem essa liberdade.

-E aí, ruivinha?! -Diana sorri e se joga na minha cama.

-Oi, Diana! Como foi no colégio hoje? -mordo os lábios, ansiando por sua resposta.

-Você quer saber se o Gilbert Blythe foi para o colégio hoje. Pensa que me engana, Shirley? -ela dá risada. -Bom, o colégio foi um tédio como sempre e o amor da sua vida foi sim para a aula hoje.

-Hum... e a Hannah?

-Continua sendo aquela víbora e continua dando em cima do Blythe. -dá de ombros e solto um suspiro de derrota. -Infelizmente, acho que aos poucos ela está conseguindo conquistá-lo...

-O que eu posso fazer, Di? Ele nem sabe da minha existência e se soubesse, nem iria querer ser meu amigo e muito menos meu namorado. Merda de XP! -jogo um dos meus travesseiros na parede e Diana me olha assustada. -Me perdoe, é que isso parte meu coração. Você sabe que eu o amo.

-Sei disso, Anne, mas como pode amar alguém que você nunca sequer falou?

-Amor à primeira vista, Diana. E você sabe muito bem que seria impossível falar com ele.

-Me explique o motivo. Você sabe que pode sair à noite! Tenho certeza que Gilbert entenderia, ele é uma pessoa muito gentil. -a morena segura minha mão.

-É-é... não, não e não.

Tenho medo de Gilbert me achar um peso, um encosto em sua vida. Não gosto de dar trabalho para as pessoas, ainda mais quando envolve minha doença.

-Certo, você que sabe. Hoje você irá tocar na estação de trem?

-Sim, afinal, hoje é meu aniversário! -digo animada.

-Oh, minha nossa, eu esqueci! -ela faz uma cara de espanto e depois nós duas gargalhamos. -Estou brincando, é claro que sei que seu aniversário é hoje. Por isso, lá na estação de trem você terá uma surpresa. -a mesma me lança um olhar malicioso.

Midnight SunOnde histórias criam vida. Descubra agora