Chapter thirteen🌗

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Gilbert

Estou com meu celular na minha mão e acabou de dar 00:00. Tchau, 2020. Olá, 2021!

-Anne, já é 2021.

-Oh! -exclama animada. -Feliz ano novo, Gil.

-Pra você também. -lhe dou um selinho.

Puxo ela para deitar-se no meu peito, então começo a fazer um cafuné. Sou sortudo por ter ela do meu lado. Esse ano vai ser o melhor!

-Eu trouxe cobertor para nós. -ela tira um cobertor de sua bolsa e dou risada. -O que foi?

-Você realmente veio preparada. -coloco uma mecha do seu cabelo atrás de sua orelha.

Anne sorri tímida e nos cobre com o cobertor azul turquesa.

-Pode dormir, linda. Tô vendo que você está bocejando...

-Sim, estou cansada. -boceja novamente.

Ela se aconchega perto de mim e fecha os olhos. Enquanto ela dormia, fiquei olhando as estrelas e de repente vejo uma estrela cadente. Preciso fazer um pedido!

-Eu desejo que esse ano seja um ano melhor para mim, meus tios e para Anne e seu pai. -sussurro baixinho.

Sinto a respiração da ruiva ficar pesada e olho para seu rosto sereno. Ela dormiu. Sorrio feito bobo e me permito fechar os olhos também. Quando menos percebo, estou dormindo e sonhando com uma menina de cabelos ruivos e sardas encantadoras no rosto...

Anne

Acordo sentindo uma mão na minha cintura e por um momento me assustei, mas depois vi que era Gilbert e fiquei mais tranquila.

Ia fechar os olhos novamente, mas olho para o céu e arregalo os olhos.

-Merda, merda, merda! -olho para o moreno. -Gilbert, acorda! ACORDA!

Ele acorda assustado sem entender nada.

-Me leva pra casa, agora! Por favor! -digo levantando e guardando o cobertor na minha bolsa.

-O que tá acontecendo, Anne? Me fala, estou preocupado!

-Não dá para explicar agora!

Estou com os nervos à flor da pele, eu não posso pegar Sol e já está quase para amanhecer. Olho meu celular e vejo 21 chamadas perdidas do meu pai e 15 mensagens de Diana. Agora 16, ela acabou de mandar mais uma.

Começo a correr com meu violão e minha bolsa na mão, com Gilbert atrás de mim. Corro como se o mundo estivesse acabando, como se minha vida dependesse disso -olha só, ela depende-.

Estou quase chegando em casa, ainda dá tempo. Não vou ficar exposta ao Sol, vai ficar tudo bem. Isso, isso mesmo! Não preciso surtar.

Subi os degraus do lado de fora da minha casa e a partir daí tudo começou a acontecer em câmera lenta. Diana subia os degraus atrás de Gilbert, que estava atrás de mim. Meu pai abria a porta de casa vindo atrás de mim.

Quando subi o último degrau, senti o Sol bater em meu rosto, mas logo entrei em casa. Foram apenas três segundos, nada irá acontecer.

Abraço meu pai que estava desesperado e preocupado. Diana também se junta ao abraço e Gilbert fica ali na porta de minha casa sem entender nada.

-Feche a porta! -meu pai fala para o moreno e assim ele faz. -Aonde você estava, filha? Eu te liguei tantas vezes!

-Eu sei, eu sei. Me perdoe, eu acabei perdendo a hora.

Ali eu desabo no choro. Foi tudo culpa minha, eu coloquei minha própria vida em risco.

-Foram três segundos, papai... três segundos apenas. -digo entre soluços.

-Anne, o que está acontecendo? Estou confuso! -ouço a voz de Gilbert.

-Você não contou para ele, né? -agora foi a vez de Diana falar. Nego com a cabeça. -Oh, Anne...

Todos nós olhamos para Gilbert seriamente.

-Precisamos conversar, filho. -meu pai diz e vamos para a sala. -Sente-se.

Gilbert

Engulo em seco e sento no sofá ao lado de Anne. Estou tremendo e preocupado, não sei o que está acontecendo.

-Lembra quando te conheci pela primeira vez e disse que Anne tinha uma doença? -Nate me pergunta e assinto. -É verdade, ela tem uma doença rara e perigosa.

-Se chama Xeroderma Pigmentoso, mais conhecida como XP. Basicamente, Anne é sensível ao Sol e não pode se expor à ele. -Diana explica.

Agora tudo faz sentido. Ela estudar em casa; todas as vezes que eu chamava ela para sair de manhã ou de tarde; as janelas de sua casa serem escuras.

-Porque você não me contou? Você se expôs ao Sol, Anne! -exclamo preocupado.

Solto um longo suspiro e por dois minutos ninguém diz nada, então Anne diz:

-Eu tinha medo de você não querer ser meu amigo ou meu namorado. Se você soubesse sobre minha doença, eu seria um peso para você. -escorre lágrimas pelas suas bochechas.

-Eu nunca faria isso. -seguro sua mão. -Okay, ela se expôs ao Sol por alguns segundos... mas está tudo bem, né?

-Não podemos afirmar nada, mas tenho que levar Anne para o hospital hoje. O pouco que ela se expôs... pode levá-la à morte.

E ali meu mundo caiu. Anne não pode morrer!

Midnight SunOnde histórias criam vida. Descubra agora