Anne
-Bom... você sabe que eu gosto muito de ti, né? Tipo, muito mesmo. Pra valer...
-Não estou entendendo o que você quer dizer, Anne. Seja mais direta. -ele me olha confuso.
-Euachoqueestouapaixonadaporvocê.
-Que? Eu não entendi nada, fala mais devagar. -dá risada.
-Eu acho que estou apaixonada por você, Gil. De verdade. -falo pausadamente.
Gilbert ficou calado e sem reação. Minha nossa, o sentimento não é recíproco! Eu sabia, mano. Ainda bem que não contei da minha doença, se não aí sim o sentimento nunca seria recíproco.
-Fale algo, Gilbert. Estou ficando nervosa.
-Eu... não sei o que dizer. Não esperava uma declaração sua bem na véspera de Natal! Bom, Anne Shirley, você é uma menina sortuda.
-Sou, é? Posso saber o porquê?
-Eu também acho que estou apaixonado por você. Acho não, tenho certeza. -abre um sorriso. -Você é tão única, Anne. Em pouco tempo, você me fez sentir coisas que nunca pensei em sentir. Não consigo te tirar da cabeça. Você é uma bruxa?
-Seu bobo! -gargalho e chego mais perto dele, encostando nossas mãos e entrelaçado-as. -Então... preciso lhe contar algo.
-O que é?
-Eu tenho uma doen... -meu pai me interrompe.
-Anne, Gilbert! O jantar está pronto. -bufo frustrada.
-Depois continuamos a conversar, certo? -Gil me olha e assinto, me levantando do sofá.
Ele precisa saber. Se começarmos a namorar ou a ter algo mais sério, ele precisa saber que posso ser um peso, que sou frágil, que posso... morrer.
Gilbert
Faziam anos que não comia tanta comida! Geralmente lá em casa é arroz, feijão e algum tipo de carne. Isso se não estivermos com dívidas, porque se estivermos, é farinha e olhe lá.
-Uau, Nate, esse pernil está delicioso! -me derreto por dentro.
-Obrigado, Gilbert. Bash, se vocês quiserem, podem levar um pouco de comida para casa. Como só moramos eu e Anne, vai sobrar bastante.
-Nós aceitamos, muito obrigado. -meu tio sorri.
Eu e Anne estamos um pouco mais calados, mas sempre trocamos olhares intensos e sorrisos bobos, pois é assim que me sinto perto dela, completamente bobo!
Nós jantamos e agora faltam 5 minutos para dar 00:00. Que emoção! É meu primeiro Natal ao lado de Anne e está sendo perfeito.
-Contagem regressiva, galera! -Mary anuncia, ficando ao lado de Bash.
Fazemos uma fileira, ficando assim: Nate, Anne, eu, Mary e Bash. Cada um segurando a mão da pessoa ao lado. Olho para a ruiva e abro um sorriso.
-10, 9, 8... -todos começam a contar.
-7, 6, 5... -olho para meus tios e sorrio. Sou tão grato à eles. Sem eles, não seria nada.
-4, 3, 2, 1... FELIZ NATAL!
Abraço minha tia e meu tio, um abraço em grupo.
-Feliz Natal, tios. Obrigado por tudo.
-Te amamos, Gilbert. -os dois falam juntos.
-Gilbert, filho! -Nate se aproxima de mim e nos abraçamos. -Você já é da família. Obrigado por fazer Anne feliz.
-Eu que agradeço por ter feito a Anne nascer. -ele dá risada.
E meus olhos param nela. Na única menina que já amei e sempre irei amar, independente de qualquer coisa.
-Venha! -puxo-a para fora da casa.
Corremos pela neve até a parte de trás da casa de Anne. Espero que meus tios e o pai dela não percebam que nós sumimos.
-Gilbert! -ela ri. -Está nevando! -abre os braços, rodopiando.
-Sim, está! -sorrio. -Anne...
-Sim?
-Preciso fazer uma coisa antes que eu perca a coragem.
-O que foi, Gil? -uma de suas sombrancelhas se ergue.
É agora ou nunca. Me jogo na neve e em seguida ela faz o mesmo, o que faz nós dois darmos altas gargalhadas.
Ela está perfeita. A cor do seu cabelo se destaca na neve branca. Seu nariz e seus lábios estão vermelhinhos por conta do frio, o que a deixa adorável. Engulo em seco, sentindo meu corpo inteiro entrar em um colapso nervoso. E se ela nunca mais querer falar comigo?
Deixo meus pensamentos negativos de lado e junto nossos lábios num beijo lento e calmo. Minha mão vai para o seu rosto, fazendo um carinho ali. Ela pede passagem com a língua e eu dou, me sentindo completamente feliz por estar beijando-a. É como mágica! Não havia mais ninguém ali, apenas eu e Anne. Estávamos em completa sintonia, numa valsa.
-Sonhei com esse momento por muito tempo. -digo quando nos afastamos.
-Eu também... -ela sussurra baixinho e junta nossas testas.
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Midnight Sun
RomanceAnne Shirley Cuthbert, uma garota que não conhece o amor. Nunca sentiu o calor do Sol na pele por causa de sua doença chamada "XP". É doce e inocente, apenas tendo uma melhor amiga, Diana. É proibida de pegar Sol, caso contrário, pode morrer. Nunca...