Chapter twelve🌗

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Anne

Vocês já ficaram ansiosos para contar algo para algum amigo ou amiga? Ou talvez para algum parente seu? Pois é, eu também. Estou ansiosa para contar sobre minha doença para o Gilbert e não é um ansiosa bom. Nada bom.

Eu sei como é difícil fazer parte da minha vida. Meu pai e Diana vivem preocupados comigo. Minha melhor amiga manda mensagem para mim todos os dias, sem exceção, para saber como eu estou e se tive contato com o Sol. Já meu pai é grudado em mim, mas nada que seja desconfortável, ele também me dá meu espaço pessoal. Minha preocupação é: e se Gilbert não quiser nem ser mais meu amigo? Eu entenderia ele completamente, mas sofreria pela minha vida toda -não há chances de que eu chegue aos 60 anos -, sem brincadeira.

Nesse momento estou na estação de trem, vou levar Gilbert a um lugar perto daqui. Não irei usar o trem, vamos caminhando mesmo.

Quando vejo o moreno, meu coração começa a bater fortemente e minhas mãos começam a soar. Minha nossa senhora!

-Olá, Anne. -ele me dá um beijo na bochecha, bem pertinho da boca.

-Oi, Gil! -lhe dou um sorriso amarelo. -Quero te levar num lugar, vamos?

-Vamos!

Ele entrelaçou nossas mãos e ali minha ansiedade diminuiu um pouco. Incrível como ele é meu porto seguro.

Gilbert

Chegamos num campo lindíssimo cheio de flores belíssimas. Pego um girassol e entrego para Anne, que sorri como agradecimento.

Nos sentamos na grama mesmo e a seguir nos deitamos para apreciar o céu cheio de estrelas.

-Aqui é bonito, não é? -ouço sua voz doce.

-É sim! Como encontrou esse lugar?

-Ah, gosto de explorar cada cantinho de Hampstead, então um belo dia estava caminhando perto daqui e achei esse campo. Venho aqui de noite com a Diana às vezes... a maioria das vezes eu venho sozinha, na verdade. Gosto de pensar aqui. Ah, também já compus algumas músicas aqui, bem ali. -ela aponta para uma árvore grande e esbelta.

-Que interessante, Anne! Então esse seria seu lugarzinho de paz?

-Exatamente! -ela sorri.

-Sabe qual é o meu lugarzinho de paz? -a ruiva murmura um "não". -Qualquer lugar, desde que eu esteja com você.

Anne vira de lado e faço o mesmo. Sua mão vai em direção à minha nuca e ela junta nossos lábios num beijo quentinho e delicioso. Nossas línguas estão se movimentando lentamente num ritmo único, num ritmo que é só nosso. Amo Anne com todo o meu coração!

Infelizmente, a felicidade é apenas um momento e acaba rápido, então separamos nossos lábios e ambos sorrimos.

-Sabe... eu trouxe meu violão para cantar para você! -diz animada. -E trouxe também essa cesta com morangos e chocolate derretido. Você gosta?

-Amo! Morango é minha fruta favorita.

-A minha também! -ela ri.

Amo a sua risada. É um pouco estranha, mas extremamente fofa. É uma característica única dela.

-Falando em música, eu compus uma para você, ruivinha...

-Você sabe cantar, tocar violão, compor e não me contou?! -ela me olha incrédula e dou risada. -Trate de cantar essa música agora, Gilbert Blythe!

-Na verdade, eu não sabia tocar violão até duas semanas atrás. Aprendi com Noah, um amigo meu, para poder tocar pra você.

-Oh, Gilbert!

-Se chama Song 2 You.

Anne

Ele solta um longo suspiro e dedilha as primeiras notas no violão. Naquele exato momento nada mais existia no mundo, só eu e Gilbert. Só eu e o amor da minha vida.

I don't wear designer clothes
I don't go to the finest schools
But, I know? I ain't no fool baby
I may not be a star
I'm not driving the sickest car
But, I know? I can make you happy baby
I don't know what you been used to
Never been with a girl like you
But, I can give you a love that's true to
Your heart, not material things

A letra é belíssima e a música mal começou. Estou de queixo caído! Gil canta muito bem e aprendeu rápido a tocar violão.

I'll give you my song
These words to you
Sing you what I feel
My soul is true
I don't have the world
Can't give it to you girl
But all that I can do
Is give this song to you

Ele não precisa me dar o mundo, pois meu mundo está bem na minha frente cantando uma música muito linda e cheia de verdades, cheia de paixão.

Gilbert continuou cantando a letra com todo seu coração, pude perceber isso. Ele olhava para mim fixamente, como se tivesse perdido na imensidão dos meus olhos.

Quando o moreno dedilhou as últimas notas, senti lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas e o abracei fortemente.

-Então... gostou? -ele pergunta depois de um tempo.

-Gilbert, eu amei! Minha nossa, essa música é realmente sobre mim?

-Sim, Anne. Tudo isso que eu te disse é verdade. Posso não ser uma pessoa famosa e rica, mas prometo que posso te fazer feliz, muito feliz. Viajaremos o mundo juntos... faremos tantas coisas juntos, ruivinha! Por isso quero te perguntar.

Quando vejo ele se ajoelhar, comecei a chorar ainda mais e a rir de nervoso.

-Anne Shirley Cuthbert, mais conhecida como minha ruivinha, aceita namorar com esse humilde homem que está perdidamente apaixonado por você?

-Claro que sim, sim sim sim! -o ajudo a levantar e beijo-o como se não houvesse amanhã.

Ficamos nos olhando por certo tempo, ainda em pé, sorrindo feito dois bobos. Nós realmente somos bobos!

-Eu te amo, Anne. Minha Anne com um "e".

-Eu te amo, Gilbert.

Midnight SunOnde histórias criam vida. Descubra agora