O Cruzeiro

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Pov. Phoebe

Roupa amassada, cabelo desgrenhado, maquiagem borrada, batom inexistente, vários chupões na parte descoberta de meus seios e uma calcinha completamente molhada de tesão, esse foi o estado em que meu querido irmão me deixou. Max numa simples brincadeira havia feito tudo isso, o garoto sabe realmente o que fazer para deixar uma mulher vendo estrelas. Eu não quero nem imaginar o que vai ser de mim quando formos ter de fato nossa primeira vez.

Depois de ter conseguido ajeitar um pouco meu rosto e cabelo, fui para a cabine do vaso sanitário, precisava ver em que estado se encontrava minha calcinha, e como eu imaginei, o negócio lá embaixo não estava nada favorável para uma garota de família.

Terminei de me secar e coloquei minhas mãos para abrir a porta da cabine, mas recuei assim que ouvi a porta da frente se abrindo.

- Mamãe, eu posso explicar – Uma voz feminina falou do outro lado da porta.

- Você não precisa, Olga, a cena que eu vi já explicou tudo. Agora eu só quero entender o por que vocês fizeram isso com a gente, é rebeldia, é para provocar? Aonde nossa família errou para que isso acontecesse minha filha, me diga? – Uma outra voz falava.

Curiosa e um pouco preocupada, decidi abrir uma fresta na porta para ver quem estava ali e o que estava acontecendo: dentro do banheiro estavam uma mulher aparentando ter a idade da mamãe, ela estava colocando um bebê no trocador, era uma menina, e do seu lado estava uma garota provavelmente da minha idade, deveria ser a Olga.

- Ninguém errou, mamãe, somente aconteceu, mas eu te prometo que tudo vai se ajeitar com o tempo – Olga falou colocando a mão no braço de sua mãe, mas essa o puxou bruscamente.

- SE AJEITAR??? Como você vai conseguir ajeitar isso? Você é somente uma adolescente burra que foi engravidar do próprio primo e está deixando o mundo inteiro saber disso com a ceninha ridícula de troca de carinhos e carícias na barriga em que vocês dois estavam lá na praça de alimentação – A mãe estava muito nervosa.

- Não era para você ter visto aquilo agora, nós iríamos contar para vocês na hora certa – A garota chorava de soluçar – Mike e eu nos amamos, mamãe, e vamos criar esse bebê que está por vir, juntos. Nós só queremos ser felizes.

- SER FELIZES??? Como vocês acham que vão ser capazes disso sabendo que destruíram a família? Os seus tios jamais vão aceitar isso, Olga, assim como eu e seu pai também não – A mãe falava enquanto trocava a fralda do bebê – Nós decidimos criar vocês dois unidos para serem como irmãos, não para ficarem com essa pouca vergonha.

- Eu sinto muito, mamãe, eu juro que sinto muito, mas nós não mandamos em nossos sentimentos. Eu posso te garantir que lutamos muito para resistir a isso, mas teve uma hora que não deu mais – Havia desespero na voz de Olga.

- Eu te criei para ser feliz minha filha, mas não dessa maneira. E você já pensou se tudo isso for passageiro, se todo esse sentimento se acabar um dia, como vai ser? – A mulher agora olhava mais calma para a filha – Vocês destruíram duas famílias unidas, por uma coisa que possivelmente não vai dar certo. Quando essa paixão acabar, ainda vai restar o fruto dela, e esse bebê vai ser a discórdia entre nós.

- Agora você está exagerando – Olga disse e eu tive que concordar com ela.

- Eu conheço a filha temperamental que tenho, e meu sobrinho não fica nem um pouco atrás. Vocês dois nunca vão conseguir ser um casal felizes e por consequência disso, eu e sua tia iremos brigar, aí nunca mais vai haver natais em família, ceia de ação de graças, férias, aniversários, somente uma constante discussão sobre quem foi que criou o filho da forma errada e qual dos dois foi o enganado para tudo isso estar acontecendo.

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