Vamos nos permitir

No escurinho do cinema

Pov. Phoebe

Assim que pegamos Cherry em sua casa, fomos direto para o cinema. Enquanto ela e Chloe foram para a fila da lanchonete para comprarem pipoca e refrigerante, Max e eu fomos até a bilheteria.

- Boa noite, eu quero três inteiras e uma meia para o filme Aladdin na sessão das 18:30 horas – Max foi logo tomando a frente assim que chegamos no guichê.

Eu não estava entendendo o porquê de ele ter pedido três inteiras, afinal, tirando Chloe que ainda não frequentava a escola, todos nós éramos estudantes ali, então tínhamos o direito a pagar meio ingresso.

- Max... – Eu iria questioná-lo, mas a atendente passou a frente.

- A meia entrada tem que ser para uma criança acima de dez anos, que é a faixa etária indicativa do filme. Se a criança for menor que isso, só pode entrar se estiver acompanhada dos pais – Ela disse com má vontade. Olhei em seu crachá, seu nome era Natasha.

Droga, havia me esquecido disse. Nosso filme iria por água abaixo e teríamos que esperar pela sessão do Toy Story agora. Conformada, já estava abrindo a boca para pedir os ingressos do desenho para a atendente, quando Max mais uma vez passa na minha frente:

- Se é só esse o problema, então já está resolvido. A criança só tem quatro anos, mas está acompanhada dos pais, que somos nós – Max disse me abraçando de lado.

A atendente ficou sem entender. EU fiquei sem entender. O que será que meu irmão havia aprontado agora?

- Eu não posso liberar o ingresso sem ver os documentos, e outra, eu não acredito que vocês têm idade para ter uma filha de quatro anos – Natasha disse com desprezo enquanto nos encarava com uma cara nada boa.

- Eu vou levar isso como um elogio, tanto para mim, quanto para a senhora Thunderman – Meu irmão falava enquanto tirava do bolso da jaqueta três RGs, ele os entregou para a atendente – Admito, eu e minha querida esposa fomos imprudentes e tivemos nossa pequena Chloe com dezesseis anos, mas foi a imprudência mais maravilhosa de nossas vidas, pois hoje com vinte anos, tenho a absoluta certeza de que somos o casal mais feliz do mundo junto com nossa linda princesinha e com o bebê Thunder que está a caminho – Max agora alisava minha barriga enquanto eu estava em choque tentando absorver toda aquela cena.

- Me desculpem o inconveniente, mas é que muitos adolescentes trazem seus irmãozinhos aqui desacompanhados dos pais e quando percebem que não podem entrar começam a inventar coisas, mas com vocês está tudo certo – Natasha disse mais simpática agora enquanto terminava de conferir os documentos – Tenham uma boa sessão senhor e senhora Thunderman e parabéns pelo futuro bebê – Ela agora estava com um sorriso de orelha a orelha.

- A sua mente as vezes me dá medo, sabia? – Falei assim que nos afastamos dos guichês.

- Isso não foi maldade, foi esperteza – Meu irmão sorria supersatisfeito por seu plano ter dado certo.

- Me deixe ver isso – Peguei os falsos documentos do bolso de sua jaqueta.

Era inacreditável a perfeição daqueles RGs, somente um perito poderia dizer que eles não eram verdadeiros. Max havia nos colocado como se tivéssemos vinte anos, mudou o nome de meus pais para Greg e Laís Morgan, até minha assinatura foi exatamente copiada, e no RG da Chloe constava no nome dos pais Maximus e Phoebe Thunderman. Ele havia feito tudo com perfeição e eu só não consegui entender como fez isso em apenas algumas horas.

- Pode confessar, eu sou incrível, ou não? – Meu irmão estava se gabando.

- Você é maluco, isso sim. Já pensou se eles descobrem que esses documentos são falsos? Você poderia ser preso por isso – O alertei.