19. A Dama do Fogo

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  A luz do Sol entrava no meu novo quarto. E junto com o Sol que surgia, surgia uma nova Dama do fogo.

— Bom dia minha Dama, deseja que eu repasse as tarefas de hoje? — minha nova empregada, Viôla, disse abrindo a janela.

Junto com a recepção de Darla, Anahí e Marry, recebi também o acolhimento de Viôla Ágata Cornalina e Helena Jaspe, minhas novas empregadas e acompanhantes. As outras damas possuem apenas uma, talvez Âmbar nem possua, mas como sou nova preferiram que as duas ficassem comigo.

Viôla tinha o cabelo longo, cor alaranjada como a cornalina, um sorriso doce, uma energia que mais ninguém devia possuir pela manhã e a pele um pouco mais corada do que a minha. Helena me fazia lembrar do próprio jaspe com sua pele e cabelos castanhos claros de perfeita harmonia, delicadeza, estatura baixa e a leve timidez.

— É uma boa ideia, não me lembro de nada sobre ontem além de cores, medidas e tecidos — respondi levantando-me, um pouco dolorida com as coisas que aconteceram.

— Após seu banho a senhorita irá tomar seu café da manhã na ala de Anahí, depois retornará, trocará de roupa e conhecerá as outras alas, retornará e trocará de roupa para o almoço servido no salão principal, retornará e trocará de roupa novamente para as tarefas da tarde, incluindo o lanche, retornará e trocará de roupa para a janta e retornará e trocará de roupa para dormir — Viôla disse com serenidade.

— Tenho roupas o suficiente para tudo isso? — questionei assustada.

— Claro minha Dama. Quer que eu liste algo a mais?

— Não, tudo bem.

Me retirei com um pouco de pressa para o banho. A rainha via entretenimento nesse tipo de coisa ou era apenas regras? Seria possível em uma noite fabricarem tantas roupas? Talvez ajustaram as roupas da última Dama do Fogo para mim. Não me lembrava de Max trocando de terno tantas vezes ao dia. Se Kira estivesse aqui, ficaria estressada com tantas mudanças. Haviam sapatos para tanta mudança? Acessórios? Meu colar de Rubi combinava com todas as roupas? Eu teria que usar mesmo aqueles vestidos vermelhos chamativos?

— Dama?

— Sim, Helena — disse me recuperando de meus pensamentos e observando o belíssimo vestido que estava usando.

Helena se afastou do espelho com um semblante satisfeito. Estávamos no luxuoso vestuário, onde ela havia acabado de arrumar meu vestido após meu relaxante banho. Ele era leve, longo, de tom vermelho claro, com pedras vermelhas redondas espalhadas por todo lado, mangas que iam até o cotovelo e muito bem apertado na cintura, ajustável, mas incomodante.

— Usarei ele apenas para o café?

— Sim minha Dama, mas pode usá-lo outras vezes se for da sua vontade.

— Obrigada! — disse aliviada.

— O que deseja fazer no cabelo? Quer que eu o seque? Deseja algum chapéu ou tiara? — Helena perguntava me colocando na frente da penteadeira.

Meu cabelo estava diferente: vermelho nas pontas. Era a minha cor agora, não somente das minhas asas. Ele permanecia curto, ou talvez dois centímetros mais longos desde que saí do castelo humano. Estava perfeitamente hidratado também.

— Solto, sem nada e seco, por favor! — disse rindo.

Helena fez uma magia do ar e secou meu cabelo delicadamente, penteou-o, jogou um líquido cheiroso nos meus punhos e pescoço, colocou uma pulseira, anéis, ajustou meu colar e calçou um sapato de salto mediano, pois na noite anterior não me equilibrei nos saltos finos.

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