30. Corte de Espada

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— Bom dia, Max — Anthone disse, me acordando.

— Bom dia.

Me sentei na cama sem vontade de levantar. Com tudo que havia acontecido ontem, não havia motivos para ânimo.

— Os seus funcionários me deixaram te acordar. Vamos, levanta! Hoje você deve ser forte, terá que se encontrar com as humanas.

Humanas... Onde estava Scarletty? Na noite anterior soube por Anthone que ela ficou triste com a minha situação.

— Você tem alguma informação da Scarletty?

— Não sei nada desde que a vi entrando no quarto triste. Isso prova que vocês se amam, certo?

— Ela nunca disse nada para mim.

— Vocês não conversaram depois do beijo? Nada?

—Bom... Não. A Rainha Obsidiana brigou comigo e tentou me afastar dela. Depois fui para a reunião, jantei com os homens e de noite vocês investigaram. No dia seguinte, já estava preso e longe da Scarletty. Então, não.

— Isso é um péssimo sinal. Deviam ter conversado sobre o beijo! — Ele bateu em mim, que reclamei — Quem faz isso? Agora não sei se ela estava triste por você estar com outras mulheres ou por estar preso! Seu bobo! Pensei que se amassem! Mas não é mútuo! Ou talvez seja... E não sei o que você vai fazer com as humanas, mas acredito que elas estão dispostas.

Eu as conhecia e me lembrava dos nomes: Hadassa, Min Ha-yun e Micaela. A Rainha foi sábia em escolher jovens humanas com influência real. Três filhas de importantes humanos com cargos na economia e administração. Constantemente encontrava seus pais nas reuniões, bons senhores, mas não tinha nenhum interesse neles. No entanto, já havia as encontrado nos bailes e festas reais. Brincávamos como brincava com Âmbar nesses dias festivos ou de reunião, mas nunca fomos próximos.

— Eu irei rejeitá-las, sem ofendê-las, uma por uma.

— Vai mesmo fazer isso? E se a Rainha descobrir? Ela não te avisou os riscos? Eu não sou o Luka para dar bons conselhos, mas isso é arriscado.

— Eu escutei, Anthone — Luka disse entrando.

— Vocês acordam cedo... — reclamei, me levantando.

Os dois ficaram conversando comigo no quarto enquanto me arrumava no banheiro.

— Anthone está certo. É arriscado. Tem pouco tempo para o início das festas. Além disso, os convidados chegarão dois dias antes para se prepararem, deverá escolher alguma delas!

— A Rainha Obsidiana não o deixaria preso nas festas, mas antes...

— Eu não ligo para o que ela fará.

Lembrei-me do meu tio dizendo sobre como minha mãe foi teimosa e não quis o título de princesa.

— Esqueça a Scarletty, Max! Eu avisei para os dois que isso daria errado — Anthone deu um leve tapa nele. — Não me bata, Anthone, sabe que estou certo! Estamos tentando salvar a harmonia ou piorá-la?

— Parem de brigar!

— Salvar, é claro! Mas não significa que para isso teremos que sofrer! Eles são um casal perfeito, não merecem isso.

Passei pelos dois e recebi de Anthone uma forte batida nas costas, tive que me esticar para aliviar a dor. Implicância por eu estar sem camisa. Luka estava encostado na parede e apenas revirou os olhos com a imaturidade. Anthone longe da Kira só sabia dar socos e tapas para aliviar a saudade. Coloquei minhas roupas brancas e os sapatos enquanto eles me observavam pensativos.

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