Capítulo 9

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Louise abriu os olhos lentamente vendo que o quarto ainda estava escuro, ela passou as mãos nos olhos se sentando na cama devagar enquanto se espreguiçava, foi quando notou que não estava em casa e nem em seu quarto, ela colocou a mão na boca evitando um gritinho de surpresa, que ficou preso em sua garganta e em seguida arregalou os olhos encarando as grandes cortinas.

— Onde eu estava com a cabeça! — exclamou ela indignada consigo mesma.

Ela se levantou devagar, como se estivesse com medo de fazer algum barulho, e caminhou até o banheiro que havia ali no quarto. Ao acender a luz seus olhos passaram pelo cômodo e ela sorriu aproveitando o luxo do lugar, caminhou até a pia e lavou o rosto, afim de acabar com a cara de sono. Saiu do banheiro e pegou seus sapatos no canto da cama, os calçando com calma, enquanto observava o quarto. Louise se levantou e foi na direção da porta, abriu-a e saiu, dando de cara com uma das empregadas, que a olhou e esboçou um sorriso gentil.

— Senhorita, Bom dia — ela sorriu e Louise retribuiu o sorriso. 

— Bom dia — respondeu ela.

— Venha, o café já está servido — a empregada fez um gesto para que Louise a seguisse e assim ela o fez.

As duas caminharam pelo corredor e desceram as escadas, enquanto Louise observava tudo de modo curioso, pois nunca havia estado numa casa tão grande daquele jeito. O cheiro do café e de outras coisas a mais invadiram as narinas de Louise, fazendo sua boca encher d’água, ela sorriu ao entrar na sala de jantar e ver a mesa bem colocada, como no café da tarde no dia anterior. A empregada puxou a cadeira com calma e sorriu quando Louise se sentou, e assim a mesma começou a servi-la.

— Onde está o Adrian? — perguntou Louise olhando a mulher que ajeitava tudo com muito cuidado. 

— O senhor Ferrero pediu que o desculpasse, ele não está se sentindo muito bem — respondeu a mulher mantendo a formalidade ao falar do chefe, mas para Louise, Adrian e ela já haviam se tornado tão próximos que usar formalidade com ele, em certas coisas, já tinha se tornado desnecessário. 

— Ele... ele está bem? — desta vez o tom dela soou com preocupação.

— Oh sim está, é só um cansaço que ele sente de vez em quando, nada que um repouso não ajude — respondeu a empregada sorrindo e deu a ela o café. — Tome café senhorita, fique a vontade, estarei na cozinha caso precise de mais alguma coisa — ela sorriu para Louise e se abaixou num gesto cortês — Com licença.

A empregada se retirou deixando Louise na sala de jantar sozinha, com uma mesa enorme, cheia de variedades e coisas diferentes para ela experimentar. Ela sorriu e se inclinou pegando queijo e bebendo café, em seguida provou suco e riu sozinha enquanto provava do glacê do bolo que estava a sua frente. No canto da parede, atrás de Louise, entre as sombras, estava Adrian, ele a observava quieto e com um sorriso tranquilo nos lábios, seus olhos castanhos acompanhava cada movimento dela. Mas seu sorriso se desmanchou, dando lugar a uma face de tristeza, quando ele olhou para as grandes cortinas e viu os pequenos raios de sol que entrava pelas frestas, ele abaixou a cabeça e saiu dali voltando para a escuridão da sua sala.

Louise acabou de tomar café e se levantou devagar, caminhando até a cozinha onde viu a empregada entretida com alguns afazeres, ela limpou a garganta devagar chamando a atenção da mulher, que logo que escutou sorriu e se aproximou dela.

— Senhorita, tudo bem? Precisa de algo mais? — perguntou a mulher  a olhando.

— Sim, sim, está tudo bem, obrigada. Eu só queria dizer que já estou indo embora — Louise caçou em sua bolsa um pedaço de papel e uma caneta e rabiscou rapidamente seu número de telefone e logo o entregou a mulher — Pode dizer ao Adrian para me ligar mais tarde?

Entre o Sangue e a Magia |Concluída|Onde histórias criam vida. Descubra agora