Capítulo 14

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Louise abriu a boca para falar mais nada saiu, seu coração disparou sem saber o que dizer, ela puxou a mão se livrando do toque de Hector e ele a encarou. Nos olhos da garota o desespero para sair daquela situação estava bem visível, ainda sem responder, colocou sua franja atrás da orelha e fez um silêncio brutal que começou a deixar Hector inquieto.

— Hector eu... eu... não sei o que dizer — balbuciou sem voz, levou a mão apanhando a taça de vinho e bebeu tudo num gole só, devolveu a taça a mesa e respirou fundo — Eu te acho muito bonito, galanteador e bem educado Hector, mas... mas — ela se calou e o fitou vendo a tristeza e um vislumbre de raiva, o Silvain abaixou a cabeça e Louise conseguiu ver algumas lágrimas caindo — Me desculpa Hector, eu... só o vejo como um amigo, não acho que se tentarmos algo vá dar certo, pertencemos a mundos diferentes — ele levantou a cabeça com os olhos molhados a olhando curioso.

— Mundos diferentes?. — ele gaguejou.

— Você é rico eu não, e não me dou bem com isso — explicou ela.

— Isso não parece ser um problema para você quando está com Adrian Ferrero — rebateu ele com grosseria.

— Adrian é diferente Hector...

— Então gosta dele? — ele soltou uma risada psicótica que fez Louise estremecer e se arrepiar inteira.

— É Hector eu gosto dele — ela se levantou respirando fundo e Hector levantou a cabeça a olhando de uma forma na qual Louise gostaria muito de estar correndo para longe dali — Sinto muito senhor Silvain — completou ela.

— Não, você não sente não — sussurrou ele pegando na faca que estava sobre a mesa e fitou o objeto acariciando a lâmina com a ponta do dedo, Louise engoliu em seco o olhando percebendo que o comportamento dele havia mudado completamente, a poucos segundos ele estava chorando e agora estava rindo e agindo estranho. Hector a olhou erguendo as sobrancelhas e sorriu de lado.

— Boa noite —  desejou ela e deu as costas para ele saindo do restaurante de maneira apressada, Louise correu para o carro, entrou correndo ligando o veículo e acelerou saindo dali — O que foi aquilo? — indagou sozinha dentro do carro enquanto dirigia.

Louise dirigiu de volta para a casa, de minuto em minuto ela olhava no espelho do carro, como se estivesse fugindo de alguém, foi quando percebeu um carro atrás dela que a vinha seguindo desde do restaurante. Ela virou a rua e o carro também, a garota engoliu em seco e acelerou entrando em outra rua, o carro não parava e ela não conseguia ver quem dirigia, naquele momento desejou não ter pensado besteira quando viu a cara de psicopata de Hector ao acariciar a faca. Louise acelerou o carro saindo da rota para sua casa e pegou a avenida indo em direção ao cemitério em que enterraram Alice numa tentativa de despistar seu perseguidor. Ela freou o carro e estacionou em baixo de uma árvore, fechou o carro e correu pela calçada, olhou para trás vendo o mesmo carro entrar na rua no qual ela estava, Louise não perdeu tempo atravessou a avenida e viu que já estava em frente ao cemitério, forçou o pequeno portão o abrindo e entrou no cemitério, escondida entre as árvores ela viu o carro passar bem devagar e seguir em frente indo embora. Soltando finalmente o ar de seus pulmões ela se virou e caminhou devagar entrando mais para dentro do local, indo na direção do túmulo de Alice. 

Quando estava quase chegando viu que não estava sozinha no cemitério. Em frente o túmulo de Alice tinha um homem de joelhos segurando um buque com algumas flores, ainda ressabiada pela suposta perseguição que sofreu, ela se aproximou do homem e limpou a garganta.

— Boa noite — disse ela de uma distância segura, o homem se virou a olhando meio confuso.

— Boa noite — respondeu ele a olhando.

Entre o Sangue e a Magia |Concluída|Onde histórias criam vida. Descubra agora