Capítulo 23

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O dia amanheceu e Adrian estava sentado na cadeira em sua biblioteca trabalhando, seu celular vibrou com a chegada de uma mensagem e ele sorriu ao ler.

“Bom dia! Animada para hoje a noite”

Beijos : Louise 

— Ela deve ser importante para você — exclamou Dante encostado no batente da porta e sorriu.

— Você não sabe bater? — perguntou Adrian com um péssimo humor.

— Sim, mas a porta estava aberta, então aproveitei — disse ele sorrindo debochado.

Adrian bufou levemente e deixou o celular de lado, fechou o notebook e voltou a olhar Dante.

— Você disse que tinha pego a placa do carro, podemos tentar rastrear — indagou Adrian o olhando.

— Claro — ele caminhou até a mesa onde estava o primo e pegou um pedaço de papel e anotou a placa em seguida — Ai está, sou bom de memória, mas como vamos fazer isso?

— Polícia, vamos até a delegacia hoje — respondeu Adrian e abaixou a cabeça abrindo o notebook novamente.

— Está sol lá fora, não podemos sair...

— A noite Dante! — exclamou Adrian sem paciência.

— E o que vamos fazer enquanto isso? Que tal nos conhecermos melhor primo? Podemos tomar um vinho e eu posso te contar tudo o que sei sobre o tio Giovanni — Dante demonstrou animação, mas isso passou quando viu a cara de Adrian.

— Eu vou trabalhar, você pode se retirar ou só fique ai sentado, mas fique calado — indagou Adrian ignorando ele.

Dante mordeu o canto do lábio e caminhou até as prateleiras com livros, escolheu um e caminhou para fora da biblioteca, deixando seu primo quieto, pois a cara dele demonstrava que não queria conversa. 

Ainda era manhã e Dante junto de Adrian não tinham começado muito bem, e presos dentro de casa por conta da luz do sol não podiam fazer nada em relação ao sumiço de Arthur.

Arthur abriu os olhos lentamente vendo que não estava em um lugar conhecido, ele se mexeu percebendo as cordas amarradas em seus pulsos que o prendiam na cadeira da qual estava sentado, piscou algumas vezes para que seus olhos se acostumassem com a pouca claridade e foi ai que ele percebeu onde estava. Seus olhos assustados correram pelo ambiente, notando as velas nas paredes e a escada logo no canto da parede, ele virou a cabeça olhando por cima de seu ombro e viu o altar de pedra, todo trabalhado com símbolos que ele não compreendia, o pânico tomou seu corpo. Arthur se mexeu desesperado tentando se soltar, mas tudo o que conseguiu foi tombar no chão com a cadeira e ainda amarrado.

Ele não sabia que horas eram, mais estava faminto e com sede, seus lábios secos se encostaram no chão e ele respirou fundo, seus pensamentos foram em Louise e em como ela estaria agora, trabalhando? Ou de folga? Sentada na bancada da cozinha esperando o molho de seu famoso espaguete ferver, seus olhos se encheram de lágrimas ao se lembrar das últimas palavras que ele disse a ela, que foram nada mais para expulsa-la de sua casa. Arthur fechou os olhos tentando canalizar apenas coisas boas, mas com aquele cenário era quase impossível. As horas foram passando e Arthur a cada minuto ficava mais ansioso pelo que viria a seguir, em toda a sua vida ele nunca pensou que algum dia isso iria acontecer com ele, as vezes ele tinha a impressão de que seria sequestrado, mas apenas por causa de seu trabalho.

A porta se abriu e Arthur gelou ao ouvir o ranger que ela emitiu, ele travou os dentes e cerrou os punhos, um friozinho em sua barriga foi crescendo e em questão de segundos ele viu o rosto do homem que ele temia, Hector Silvain.

Entre o Sangue e a Magia |Concluída|Onde histórias criam vida. Descubra agora