Relembrando o Passado.

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Capítulo 4 – Relembrando o passado.

Fiquei o dia todo arrumando o meu armário retirando o que eu poderia doar e o que eu manteria. Tudo começou com a ligação de Sasuke. Ele havia me contratado e aquilo tinha me deixado em êxtase. Não sei dizer se era por causa do trabalho em si ou se era por saber que trabalharia ao lado dele.

Quando Ino chegou, eu estava sentada no chão do meu quarto colocando uma pilha de roupas dentro de um grande saco preto com a etiqueta "Doa-se" nele. Ela me analisava da porta com uma cara estranha, parecia que estava me analisando antes de falar o que lhe perturbava.

– O que foi? - perguntei de uma vez.

– Então. - Começou ela. - Sabe quem eu encontrei em frente ao nosso prédio?

– Quem? - perguntei sem prestar muito atenção nela.

– Kakashi.

Senti uma dor penetrar o meu corpo até chegar aos meus ossos. Segurei firme um cinto antigo que eu estava analisando momentos atrás se daria ou não com força.

– Você falou com ele? - perguntei na defensiva.

– Amiga, ele estava arrasado. - Ino sentou-se ao meu lado e começou a me ajudar com as roupas. - Ele estava muito arrependido do que fez.

– Amiga. - Comecei a dizer da forma mais polida que conseguia naquele momento. - Ele me traiu. Traiu. - Enfatizei bem a última palavra.

Kakashi e eu namoramos por mais de dois anos. Eu achava que ele era o cara da minha vida, sabe? O cara perfeito. Eu o conheci na faculdade e para ser honesta, nosso relacionamento só aconteceu por causa de terceiros. Eu não era muito sociável. Sempre fui muito tímida então não frequentava muito as chopadas da faculdade.

Estava sempre estudando e me concentrando em ser monitora na faculdade, porém Ino me fez ir em uma chopada de Engenharia Civil com ela. Eu não podia negar um pedido a minha amiga e foi lá que eu conheci Kakashi. Assim, eu já o conhecia de longe e o achava um gato com aquele cabelo platinado, olhos escuros como carvão e um sorriso estonteante. Todas as mulheres da minha sala babavam por ele. Era considerado um dos homens mais bonitos da universidade.

Nessa chopada eu acabei ficando bêbada e foi ai que algumas meninas me chamaram para brincar de verdade ou desafio e foi nesse momento que as coisas começaram a acontecer. Eu estúpida que só, pedi desafio. Estava tão tonta que nem me toquei o que estava acontecendo e quando dei por mim eu já estava nos braços dele. Depois daí a gente se aproximou. Ele começou a investir em mim e eu abri uma brecha, afinal, ele era o cara mais lindo que eu já tinha visto.

Demorou quase um ano para eu beijá-lo. Sem contar o primeiro beijo, se é que aquilo pode ser considerado um beijo. Quando eu me toquei, já estávamos namorando. Ele foi o meu primeiro namorado e até então único, então eu não tinha como comparar se o que rolava entre a gente era especial mesmo. Eu aceitava qualquer migalha que ele me dava.

A verdade é que ele não fazia o meu coração disparar, eu não sentia aquela sensação de borboletas no estômago. No fundo mesmo eu estava me enganando ao continuar em uma relação ao qual eu não sentia nada. Eu me deixei acomodar e os anos foram passando e quando faltava apenas um mês para completar três anos eu ganhei um baita chifre.

O sexo entre a gente não era lá essas coisas. Nós fomos nos afastando aos poucos. Ele vivia preso em seus estágios e eu vivia estudando. Até que teve um dia que ele me avisou que não estaria em casa, pois teria que passar a tarde inteira em uma construção, eu toda burra e ingênua, fui até o apartamento dele na esperança de apimentar um pouco a nossa relação. Não cheguei nem a entrar, pois do corredor era possível ouvir o som de gemidos de dentro do apartamento.

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