¹² - strawberry smoke

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“... o amor nasce quando os corações colidem
Toda vez que você me toca
Você me lembra que eu ainda estou vivo

Então prometa que nunca mudará
E eu sempre serei o mesmo”

17, pink sweats

17, pink sweats

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Eu alisava meu cabelo preso no meu coque baixo de sempre, usando as pontas dos dedos, me olhando no espelho do quebra-sol do carro. Ao meu lado na direção do Hyundai futurista, estava meu lindo Kim Taehyung rindo do meu nervosismo.
— Parece que está a caminho de um encontro importante — comentou com os olhos na rua.
— E não é?
— Eles são pessoas comuns, Eva. Não tem com o que se preocupar. Lhe disse antes. Eu só desejava que a gente pudesse fazer da maneira correta, sabe… Uh, te apresentar para as pessoas que estão presentes na minha vida — falou agora num tom mais sério — É importante para mim, mas não estou te colocando no meio do fogo cruzado, prometo.
Me encostei no banco de couro espaçoso, respirando fundo duas vezes.
— Okay… Certo. Não tenho com o que me preocupar — tentei mentalizar — Só não quero parecer estranha demais, sabe? Me atrapalhar.
— Precisa relaxar — ele colocou a mão na minha coxa exposta por meu vestido, de forma despretensiosa, dando um leve aperto. E obviamente aquele gesto fez meu estômago dar piruetas — Meus irmãos são caras simples, talvez estejam mais nervosos que você, já que esse evento nunca aconteceu antes.
O fitei e nossos olhares se encontraram por curtos segundos. Meu coração estava sempre aquecido. Ele me lembrar de que era a primeira que apresentava para seus queridos, me fazia sentir nas nuvens, não sabia bem como explicar, simplesmente especial.
— Prometo não te envergonhar — eu disse.
— Aigoo! Não diga coisas sem sentido.
Eu ri descontraída.
— Sabe que posso ser bem atrapalhada.
— E tão linda que ninguém se importa — me olhou de canto de olho, com um sorrisinho malicioso.
— Não sei dizer ainda se está me tranquilizando.
— Por que? Como estou te fazendo sentir? — sua mão subiu na minha pele empurrando o tecido da minha roupa um pouco.
Observei a palma larga e dedos deliciosamente longos e de certa forma elegantes. Ele usava um relógio bonito, um ponto a mais para meu fetiche em suas mãos.
— Levando em conta que sabe exatamente o que está fazendo, Kim, tenho certeza de que pode adivinhar — coloquei minha mão por cima da dele, virando a palma para entrelaçar nossos dedos — Não vai prestar se me provocar agora, Tae. É sério.
Ele afagou meus dedos entre os dele.
— Então, vou fazer isso mais tarde, anjo — disse suavemente.
É, ele com certeza faria.
De todo o tempo que já passamos juntos, mesmo antes de nos metermos nesse relacionamento, ele vivia a me provocar, provavelmente sua atividade favorita ou talvez fosse apenas minha mente arrumando pretexto, pregando peça para que eu caísse mais de paixão. A tal auto-sabotagem.
Mesmo com minhas dúvidas, gostava de como ele fazia desde o jeito mais sutil até o nível hardcore. Tudo relacionado a Taehyung me tirava da linha, fazia de mim uma boba apaixonada, pronta para suspirar e voar sobre as nuvens.
Durante o restante do caminho ele colocou música, eu as conhecia de meses atrás.
— Tae, eu queria saber por quê ainda não lançou seu projeto. 'Tá tudo tão lindo! — falei por cima da melodia.
Ele já havia soltado minha mão, e tamborilava os dedos no volante acompanhando o ritmo.
— Eu… Eu quero ter cem por cento de certeza de que vou entregar algo bom o suficiente. E esse momento ainda não chegou.
Assenti observando o perfil de sua face.
— Entendo. Tudo no seu tempo, contudo vou adiantar uma premonição.
— Hm, qual?
— Su-ce-sso — ditei as sílabas de forma dramática e pausada, o fazendo rir. O som era tão gostoso — É, isso não precisa ser discutido.
— Tem tanta fé assim?
— Você está se ouvindo, cara?  — aumentei o som cantando por cima totalmente desafinada, causando Tae gargalhar.
A gente seguiu cantando, até um momento em que tive de me conter apenas para apreciar a voz dele que derretia os ouvidos, o coração, a alma e outras partes. Tempos depois, adentramos o condomínio. Meu nervosismo dando as caras novamente, mas tive mais calma confiando no que Tae tinha me dito.
Que eles eram caras normais. Difícil acreditar quando não se conhecia, mas era o jeito ver por mim mesma.
Taehyung estacionou o carro, desligou e tirou o cinto de segurança. Fiz o mesmo, voltando-me para ele.
— Vou te avisar que eles fizeram questão de cozinhar para você. Todos eles, isso inclui  JK e Jimin, então se caso não gostar de algo que eles prepararam, por favor, seja sutil. Os dois vão ficar de olho para descobrir sua opinião que para ambos será importante.
— Quer dizer que se JK e Jimin tiverem feito algo que eu não goste, é para eu disfarçar? Okay. Eles são sensíveis a comentários?
Ele fez que sim com a cabeça.
— Estão ansiosos, Jimin principalmente — ele diz.
— Tenho medo dele, do que vai pensar de mim. E se ele não for com a minha cara? Oh, eu nem sei o que fazer depois disso. Ele parece ser tão intimidador. Não, os seis parecem. Minha nossa, tem o Yoongi. Como devo me comportar perto dele? — tagarelei.
— Eva — a voz limpa e grave me fez ter atenção nele, que se aproximou tomando meu rosto nas mãos, me olhando bem pertinho — Eu te quero, é o que importa. Outras opiniões são apenas outras opiniões. No fim, podemos só aproveitar a noite.
— É. Podemos — acabei com o espaço entre nós, selando seus lábios partidos.
Roubei mais alguns selinhos antes de aprofundar o beijo, buscando saciar minha vontade. Ele me beijou com carinho, envolvendo minha nuca com uma mão deixando o beijo voluptuoso, porém lento.
Se estivéssemos em outro lugar e ocasião, seria o momento perfeito para subir em cima dele. Mas tive de me conter partindo o beijo.
— É melhor a gente entrar — ele disse, roçando a boca na minha.
Saímos do veículo e fechei meu casaco que vestia por cima, me protegendo do frio. Tae veio para perto passando o braço por cima dos meus ombros, despojado, me olhando de cima com um sorriso de um campeão ao receber seu troféu. Eu me sentia bem caminhando com ele para algo que nunca tinha feito antes.
Taehyung não sabia, mas era o primeiro cara que me levava tão a sério. Isso fazia-me sentir como quando adolescente; eufórica, trêmula e faminta por dentro.
Ele digitou uma senha destrancando uma porta alta, entrou primeiro e assim que dei meu primeiro passo senti o calor e o cheiro de comida no ar.
— Seja bem-vinda, anjo — Taehyung sussurrou no meu ouvido depositando um beijinho na região — Chegamos! — anunciou para o silêncio e seguimos para onde descobri ser a sala.
O primeiro que minha vista alcança, a figura enorme assim como Taehyung, o Jin. Ele sorriu de forma tímida em suas roupas casuais e confortáveis. Eu sorri de volta, vendo o cômodo se encher com os demais que pareciam mais altos pessoalmente.
No momento em que vi Jimin, fiquei um pouco tensa. Afinal, se tratava do melhor amigo de Taehyung. Os seis me desejaram “Boas-vindas” de forma simpática e eu nunca tinha me sentido tão à vontade com tantos homens ao meu redor.
— Eva, é um grande prazer te conhecer. Nosso Taehyung falou muito sobre você — falou Jimin com um sorriso  amistoso.
— Seja bem-vinda — disse Jin.
— Hoje é uma noite especial, uh? — começou Namjoon — Espero que sinta-se à vontade, Eva. A casa é sua.
— Er… Boas vindas, Eva-ah — Jungkook me olhou rapidamente, notavelmente envergonhado. Adorável.
— É bom recebê-la aqui — Hoseok.
— É bom te conhecer, Eva. Seja bem-vinda — Yoongi deu um meio sorriso.
— Muito obrigada, meninos. Me sinto bem por estar aqui, conhecê-los pessoalmente é um grande prazer — eu finalmente disse, sincera, dando meu melhor sorriso.
— Vamos sentar, vou pegar as bebidas pra gente na cozinha — diz Jin — Jimin-ah, pode me ajudar?
— Sim — ele seguiu Jin sem demora enquanto o restante se acomodou no espaçoso e confortável sofá escuro. Taehyung e eu trocamos um olhar, ele arqueou e balançou as sobrancelhas. Passou o braço por trás do meu corpo, apoiando no sofá.
Nós dois de um lado e os outros nos olhando, me fez sentir exatamente o que eu imaginei que sentiria quando fosse conhecer os pais do Tae.
Eu imaginava que eles estavam curiosos sobre mim, ninguém importante a altura deles, somente uma forasteira apaixonada. E para não deixar o silêncio constrangedor tomar conta, iniciei uma conversa qualquer.
— Eu gostei muito da arquitetura da casa, muito bonita.
— E bem confortável — falou Namjoon.
— Depois você pode mostrar o espaço a ela, Tae — disse Hoseok.
— Sim, deixa comigo.
— Taehyung disse que você é artista de verdade — Yoongi se dirigiu a mim.
— Ah, bom, eu me formei em Arte aqui em Seoul. Foi o que me tirou do Brasil. Mas no momento, ainda não me considero uma artista.
— Deveria — Taehyung acrescentou. O olhei.
— Mas por que não? Nós vimos os quadros assinados por você, os que Taehyung comprou. São incríveis.
— Sou grata por saber que gostaram. Eu quero poder viver da Arte um dia, mas preciso me dedicar somente a ela e por enquanto, trabalho no museu nacional.
— Sério, isso é muito legal! — exclamou Hoseok.
Neste instante, Jin e Jimin retornaram com garrafas de vinho e taças numa bandeja.
O papo continuou, Jimin nos serviu com um delicioso vinho e juntou-se a conversa sobre como fora meu processo de aprendizado, perguntaram como funcionava o processo de criação. Do meu lado, Taehyung apenas observava fazendo breves comentários.
Em algum momento, quando estávamos todos mais relaxados já fazendo piadas das tentativas de Jin e Hoseok de pintar, Taehyung usou a ponta dos dedos para brincar com um pequeno cacho solto na minha nuca. Tive de me concentrar na fala para não entregar que o pequeno gesto estava a provocar o sopro no meu estômago.
Fora simples, essa era a palavra. Taehyung me fez contar qual foi minha primeira impressão dele na primeira vez em que nos vimos.
— Posso admitir que hoje em dia não sinto mais vergonha de ter passado a perna nele — admito fazendo os demais gargalharem — Talvez tenha sido meu lado vigarista que o fez se interessar por mim.
— Ah, não foi mesmo — Taehyung rebateu — Mas também não vou contar o que foi.
Cerrei os olhos.
— Vocês são bonitos juntos — ouvi Jimin dizer. Dessa vez fui eu quem se envergonhou.
— Diga algo que ela não saiba, Jimin — brincou Yoongi.
— Aish…
Eu ri.
— Obrigada, Jimin.
— Sem querer interromper, mas podemos jantar? Minha barriga dói — JK esfregou a mesma, fazendo careta.
— Não vou mentir, esse vinho abriu meu apetite — copiei o gesto do mais novo.
— Então, vamos — Namjoon foi o primeiro a levantar.

O Vê Em Vênus | kim taehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora