¹¹ - era para ser sem compromisso

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O tempo passa rápido, escorrendo pelos nossos dedos feito areia fina. E quando você empurra para frente atitudes que deveriam ser tomadas logo, a impressão é que passa ainda mais depressa. Havia uma coisa que eu tinha deixado de fazer, mesmo sabendo do que era dito por aí sobre como a comunicação é importante. Perdi pontos nesse quesito, me encontrava engasgada, todos os dias com o que precisava ser dito na ponta da língua.
Porém, sempre perdia a coragem e engolia sílaba por sílaba, voltando a sentir a sensação de certa forma angustiante. Mas era tão difícil tentar falar. Principalmente quando ele me encarava com aqueles olhos, depois de perguntar "Está tudo bem?". Perdia as forças, porém minha vontade era vomitar as palavras em cima dele e talvez sair correndo depois.
Além de me sentir intimidada, tinha também a insegurança. Aos meus olhos, eu estava na frente, avançada, precipitada, emocionada e receosa. Por mais que fosse incrível me sentir como se fosse a garota dele, eu não era. Não tinha idéia de como ele estava se sentindo, mesmo quando estávamos entre gemidos e sussurros na minha cama. Eu nunca fui capaz de ter certeza sobre Taehyung e seus sentimentos por mim.
Tae era sempre bom, afetuoso, gentil, gostava de me mimar, às vezes me enchia de beijos, mas também me dava espaço. A gente se encontrava sempre que podia, quando não, ele se lembrava de mandar mensagem ou ligar. Segundo Rosalie e sua teoria, eu estava cega pela insegurança.
Mas como não ficar? Taehyung parecia um sonho e mesmo vendo ele no mesmo instante em que estava presa aos meus devaneios e debates internos, não conseguia ser capaz de falar. Ele vestia uma camiseta simples marrom e shorts, na minha cozinha diante a bancada preparava o que ele chamava de vitamina, o que era: morangos e leite fermentado.
Da entrada do cômodo, vestindo um robe de cetim, o observei desmanchando de paixão outra vez em todas aquelas semanas que passamos juntos. Era mais uma manhã em que ele tinha acordado ao meu lado, braços presos ao meu redor e nossos corpos despertavam aquecidos no inverno presente.
Por sobre o ombro ele me olhou, os cabelos escuros e mais curtos.
- Hm? - ergueu uma sobrancelha.
- Gosto de te olhar.
- Vem mais perto. Está pronto e dessa vez coloquei blueberry - ele serviu dois copos os colocando na mesinha redonda já posta para nosso café da manhã. Tae puxou minha cadeira para que me sentasse e sentou-se perto - Acho que quer me contar algo.
Meu coração gelou.
- Por que? - peguei o copo de vitamina, dando uma golada generosa.
- Porque tem estado muito calada e pensativa, e acredito que quando fala menos e pensa mais, está guardado algo.
- Você é afiado.
- Vê, só sei disso porque estou vendo um pouco de mim em você - disse suavemente.
O fitei por instantes.
- Tenho que parar de andar com você, - brinquei - mas não me sinto pronta para falar.
- Tudo bem. Tem certeza?
Dei de ombros.
O vi pegar uma fatia de torrada e passar geléia por cima. Veio na minha direção, dando na minha boca. Mordi um bom pedaço, lambendo os cantos sujos da boca.
- Tem que parar de me mimar.
- Só queria te ver dar um sorrisinho para tirar essa expressão séria - disse ele.
Mastiguei no tempo em que ele comia o restante da torrada.
- Desculpa, estou arruinando o momento.
- Não está. Eu só não gosto de te ver preocupada. Posso fazer alguma coisa por você?
Pode dizer que me ama como eu te amo? Pensei.
Abri a boca e fechei sem dizer nada. Ao invés disso, me levantei apenas para me sentar em seu colo. Peguei um biscoitinho amanteigado lhe dando na boca. Olhei dentro de seus lindos olhos.
- Eu vou te falar, mas pode continuar sendo esse mar de paciência comigo?
- Por um beijo, eu posso.
Me abraçou tomando meus lábios, um beijo calmo. Fora como se ele quisesse me confortar. Funcionou.
- Doce - sussurro e passou a língua nos próprios lábios.
- Sua vitamina é uma pote de mel, aliás ficou incrível com blueberry - usei os dedos para alisar parte do rosto alheio, sentindo a maciez da pele - Obrigada por ser maravilhoso comigo.
- Você me faz querer ser o homem melhor, Eva. Então, também posso agradecer. Nesse tempo em que estamos juntos eu me esqueci de como era quando sentia-me frio.
Afaguei seu queixo. Pensando em como começar a falar.
- Ficar com você é tão bom. Sabe que desde o início eu me joguei toda, agora eu não sei... Queria saber como está aqui dentro - pressionei minha palma sobre seu peito - Mas não sei se quero saber a resposta que tem para me dar, Taehyung.
- Anjo, o que quer me perguntar? Não precisa se martirizar tanto assim. Pode falar comigo.
E lá estava minha outra chance de deixar de ser "bunda mole".
- J-já disse que gosta de mim e... - desviei o olhar - Me pergunto se-
Ele riu me fazendo interromper a fala.
- Me desculpe.
- Taehyung! - fiz menção de sair de seu colo, no entanto ele me agarrou me segurando no lugar apertando os lábios, contendo o riso - O que é tão engraçado?
Meu tom transpareceu minha irritação.
- É sério, me desculpe. Não estou tirando sarro, só achei que tivesse percebido já que eu também não falei nada. O engraçado é que estamos do mesmo jeito, mas vejo que está mais mexida. Uh... O que vamos fazer sobre a situação, Eva Santana?
- Não brinca comigo assim - murmurei, minha respiração ficando curta quando ele se aproximou roçado os lábios nos meus.
- É disso que tem medo?
- Eu tenho medo de ser a única.
- Não é, anjo - mordeu o lábio fitando os meus - Não é a única que teve medo também. Pensei que você tivesse saído na frente, mas não ficamos distantes por muito tempo nesta corrida, uh?
Sua fala e olhar faziam meu coração subir pela garganta. Para aumentar a sensação, ele fechou a mão grande na minha cintura.
- 'Tô apaixonada por você - finalmente falei. Ele fez uma expressão de falsa surpresa - Argh! Para, eu 'tô me tremendo toda e você brincando. Pensei que você pudesse ser uma cilada.
- Para mim você tinha tudo para ser.
- Olha para mim, sou tão simples que não sei como pode ver potencial de destruídora de coração.
- Não é isso. E está longe de ser simples. Como já lhe disse uma vez, houveram pessoas na minha vida, em quem confiei e não deu certo.
- Ex-namoradas?
Ele sorriu de canto.
- Uh, não foi só nesse tipo de relação. Amigos que não eram tão amigos, familiares que não foram tão fiéis. Muitos ao meu redor se aproximaram porque buscavam o que eu posso proporcionar, porém não ficaram por mim, entende?
- Entendo. Eu não sou assim - falei rapidamente - Quero você, não seu dinheiro ou qualquer coisa. É só... você.
Minha fala o fez sorrir.
- Minha intuição diz que posso seguir com você - falou.
- Só se quiser, Tae - falei suavemente, mexendo em uma mecha perto de sua orelha.
- Bom, segundo os costumes deste país, estamos namorando desde nosso primeiro encontro.
Pestanejei.
- Uau! Era para ser sem compromisso, nós combinamos.
- E onde estamos? - olhou o redor dramaticamente.
Eu ri. Algo em mim havia mudado, de repente.
- Então, essa é nossa confissão oficial? - indaguei. Tae fez que sim com a cabeça.
- A parte divertida vem agora - disse.
O olhei desconfiada.
- Qual...?
- Te apresentar para minha família.
Eu quase caí do colo dele.
- Quê?! - Taehyung soltou uma gargalhada alta e gostosa - 'Tá falando sério?
- Sim - falou ainda meio a risos - Todos sabem sobre nós, só não te conhecem ainda. Minha mãe disse que você é bonita.
Eu estava feliz, leve e desesperada.
- Mas-
Ele me cortou com um beijo.
Partiu meus lábios, penetrando a língua quente com sabor doce, massageando levemente contra a minha. A mão pressionou minha pele por cima do tecido do meu robe, que deslizava facilmente. Taehyung começou a se levantar sem partir o beijo, e de pé me puxou para si, fazendo-me ficar na ponta dos pés.
Passei um braço em torno do pescoço e ombros, o abraçando esmagando nossos peitos juntos. Kim Taehyung tinha um beijo profundo, molhado e quente. Só parou depois de arrancar todo meu fôlego, ambos ofegantes.
- Eu mostrei uma foto que tirei enquanto estava dormindo nos meus braços. Era segredo, até agora.
- Desde quando está andando por aí com uma foto minha?
- Não precisa saber. Quer namorar comigo? - perguntou com sua voz grave e baixa.
Eu sorri largo mexendo a cabeça com um sim. Taehyung me levantou do chão, girando comigo fazendo-me rir da cena que estávamos protagonizando.
- Ai meu Deus! - me colocou no chão - Parece tão fácil agora que me abri.
- Sim. Para mim também.
Lhe roubei um selinho demorado.
- É sério que quer me apresentar para as suas pessoas?
- Claro, se estiver à vontade.
- Só estou um pouquinho nervosa - confessei.
- Vamos com calma, okay? Não vou pressionar.
- Certo. Mas eu quero conhecer seus irmãos primeiro, o Bangtan.
- Sério?
- Sim.
- Podemos fazer isso hoje.
- Hoje? Disse sem pressão!
- É - fez um biquinho mínimo - Mas o que me diz?
Ponderei a ideia. Por que não?
- Eu quero.
Os olhos dele brilharam.
- Jimin-ah, vai gostar de você.
- Espero que sim, sei como ele é muito importante para você.
- Todos são, mas ele é meu melhor amigo.
- Entendo.
- Vou avisá-los.
- Isso vai ser interessante - murmurei.

(...)

Taehyung estava contente. Depois do café da manhã, voltamos para a cama e assistimos um pouco do noticiário. Fazia frio e a neve estava prestes a chegar na cidade. Nos envolvemos no edredom e deixei que escolhesse um filme, tivemos a ideia de colocar meu projetor na direção da parede.
"Meia noite em Paris", um dos filmes que ele mais gostava sendo reproduzido na parede branca. Taehyung me tinha em seus braços, minha cabeça sobre seu peito e nosso corpo vibrando junto quando riamos das cenas engraçadas. Pernas entrelaçadas, exatamente como um verdadeiro casal em um dia de inverno.
















um capítulo pequenino, mas importante para gente matar um pouquinho da saudade :) espero que tenham gostado

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um capítulo pequenino, mas importante para gente matar um pouquinho da saudade :) espero que tenham gostado. desconsidere qualquer erro, obrigada. bjos da lolo ♥️





O Vê Em Vênus | kim taehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora