0² ; passar a perna

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O observei se afastar.

— Não estou acreditando que todos eles vieram – Rosalie, minha amiga diz olhando ao redor. 

— Nem eu. Mesmo com o convite que nós fizemos timidamente aquele dia no restaurante, não acreditava que eles dariam credibilidade a um evento desconhecido com pessoas desconhecidas. Bom, tirando seu marido. – digo. 

Estávamos a caminho do pequeno escritório que havia sido montando numa sala depois do salão. Lá estavam sendo feitas as contas das arrecadações e mais.

— Marcus tem mesmo a credibilidade que se gaba sobre.– ela diz.

— E a gente ainda duvida.

Entramos na sala onde um modesto grupo trabalhava por trás de tudo.

— Como estamos? – Rose perguntou.

Minha amiga e eu encaramos a moça com expectativa. A expressão dela impassível.

— Pelas minhas contas até agora… A gente tá conseguindo! 

O gritinho fora inevitável. A jovem que fora contratada para contabilizar os valores, seu nome que eu tinha me esquecido estava escrito no crachá de identificação; Minsuk. 

— Ai meu Deus, não acredito! – cobri o rosto emocionada.

— Quanto falta? – Rose indagou outra vez.

— Talvez se conseguirmos vender uma peça mais cara, o valor chega. 

Mordi o lábio. Tinha que ser mais cara?

— Tem que ser a mais cara? – Rosalie verbalizou meu pensamento.

— Sim, olha aqui. – Minsuk apontou para o computador em sua mesa — Eles colaboraram bem, porém precisamos de mais um pouco para chegar no limite que precisam. 

Rose eu trocamos um olhar breve. Eu já estava acostumada com as dificuldades no meu caminho e nem mesmo quando minha intenção era ajudar, a vida facilitava. Uma lástima, mas já que se está no inferno, abrace o cão. 

— Vamos ter de apelar. – falei — Vou voltar para o salão e encontrar alguém que tenha um bom coração generoso. 

— Vai implorar?

— Rose, já foi bem complicado chegar até aqui e não podemos fazer mais nada, porque demos o que podíamos. Lá fora 'tá lotado de gente que nada na grana e do outro lado mais de 80 alunos que precisam se formar. 

Rosalie mordeu o lábio inferior, colocando uma mecha do cabelo curto e platinado atrás da orelha. 

— Minsuk, ore por nós. – falou e gesticulou com a cabeça na direção da saída. Abri um sorriso satisfeito. Minha amiga nunca resistia a ficar do meu lado. 

Saímos às duas determinadas a fazer o que tinha de ser feito. Abordando com cautela explicando outra vez a situação e razão por trás do evento. Muitos já haviam comprado alguma peça e obviamente encontrava-se satisfeitos. Outros diziam não ter espaço para mais, não tinha certeza se era desculpa, mas também não fazia diferença. 

— Isso é mais difícil que imaginei. – Rose suspirou ao meu lado. 

— É… Merda. – cruzei os braços olhando para os meus trabalhos, todos feitos com todo meu amor, paciência e dedicação. Tinha a memória do processo de cada um. No momento em que me encontrava presa em meus devaneios a figura agora mais familiar, entra no meu campo de visão e para minha surpresa, ele olhava para mim. 

O Vê Em Vênus | kim taehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora