2. PROPOSTA INDESEJÁVEL

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ESTE CAPÍTULO CONTÉM CENAS DE GATILHO!


Elsie praguejava aos resmungos a caminho de casa. Uma nevasca havia assolado Alicante, e suas botas de salto afundavam toda vez que andava sobre eles, e não seria louca de deixar seus pés congelarem até o caminho. Passou pela Praça do anjo acenando para os idosos que conhecia. Puxou o casaco sentindo frio e tentou andar apressada, o que rendeu em uma queda com a cara direta na neve. Se levantou chutando a neve furiosa, e sentiu seu supercilio cortado com o impacto na neve.

Atoa quem pensa que neve não machuca. Pensou irritada. Voltou sua longa jornada para a casa que ficava nos campos perto da casa Lightwood, Herondale e outras famílias importantes como se ali fosse a verdadeira elite. Parou em frente à uma mansão trabalhada em branco e dourado, e abriu o portão entrando apressada. Limpou as botas de neve e sacudiu o casaco, antes de entrar na casa. Seu corpo relaxou ao sentir o calor vindo do aquecedor da casa, e tirou os casacos os dependurando.

— Achei que demoraria mais nessas suas passeatas — a voz grossa de seu pai ecoou da enorme mesa da sala de refeições. Sua mãe estava ao lado dele bordando um tapete qualquer com a cabeça baixa, sem nem a olhar.

— Vim o mais rápido que pude quando soube que me chamava, meu pai — respondeu firmemente ajustando sua perfeita pode diante dele. O estrondo do jornal de Idris indo de encontro com a mesa a fez se assustar, e sua mãe se sobressaltou.

Kraven se levantou calmamente e analisou sua postura procurando algum erro, e um indício em sua expressão que estaria armando algo contra ele. Elsie se manteve ereta prendendo a respiração sem nem perceber. Seu pai sabia como intimidar muito bem alguém.

— Onde esteve?

A pergunta foi simples, mas tensionou os ombros da caçadora. Kraven agarrou sua mandíbula olhando diretamente em seus olhos.

— Irei te perguntar mais uma vez. Onde você esteve? — sussurrou com os lábios perto do nariz da filha que tremeu.

— Na nossa casa de campo com Viktor, ele é meu parabatai. Não se lembra?

As mãos de Elsie tremiam, e mais uma vez naquele dia ela praguejou. Sua mãe ao canto olhava para seu bordado sem se pronunciar.

— Oh, Viktor — sorriu como se ouvisse o nome de um anjo e a soltou. Elsie respirou fundo sentindo seu coração palpitar no peito. Kraven se afastou milímetros e sorriu como um pai que revia o filho a anos — Tenho uma novidade para você, minha princesa.

O peito de Elsie se estufou com a raiva que sentia, sua mente imaginando mil e uma formas de cravar sua adaga em seu crânio até que sangue jorrasse em seu rosto e tivesse que dar um jeito para que sua mãe não testemunhasse contra ela, mas piscou afastando suas imaginações criminosas e encarou o pai esboçando um sorriso.

— Que novidade, senhor? — observou o pai se sentar abraçando sua mãe de lado que ficou rígida com o gesto.

— Você sabe o quarteto das famílias de Elite prestigiadas por aqui, não? — arqueou a sobrancelha esperando uma confirmação.

— Hoffmann, Herondale, Branwell e Lightwood — sussurrou sabendo que ele ouviria muito bem, e recebeu um olhar orgulhoso.

— Só que a família Lightwood decaiu muito ultimamente com a chegada da menina Morgenstern, até seus filhos se tornaram desobedientes. Por isso sempre digo a todos que se deve criar os filhos a mão de ferro e moldar seu futuro.

Deve cria-los como escravos e ferrar com o psicológico dele pra se te satisfazer, seu sádico. Pensou, mas olhou para o pai esperando continuar.

HELLISH HUNTER || ALEC LIGHTWOODOnde histórias criam vida. Descubra agora