HELLISH HUNTER || ALEC LIGHTWOOD

16. ENFERMARIA

POINT OF VIEW • ALEC LIGHTWOOD

Quando ouvi Kraven dizer que queria apenas Elsie sozinho com ele, involuntariamente fiquei imóvel. Os receios dela que observei rodaram por minha mente, dando força ao meu sentido primitivo de proteção. Mas eu não era o único hesitante. Valerie e Viktor também. Minha desconfiança apenas aumentou. A mãe e o parabatai não reagiriam daquela forma se não existisse algo por trás.
Com a insistência de Kraven, eu acabei saindo sem ter outra opção. Eu queria poder ficar na porta para ouvir, mas fui levado para longe com a insistência dos meus pais. Foi a primeira vez que vi Maryse e Robert estapando orgulho no rosto, e por um momento me senti mais feliz. Porém, meus pensamentos ainda estavam em Elsie e Kraven naquela sala.

Inventei uma desculpa que iria atrás de Jace e Isabelle, que não puderam participar da reunião por conta de suas idades não serem o suficiente, mas voltei ao corredor da sala de reuniões.  Ao chegar perto e sorrateiro, ouvi um barulho de tapa e um pequeno grito feminino. Era o grito de Elsie. Eu fiquei sem reação por segundos ao imaginar o que deveria ter acontecido. Ele bateu nela, colocou as mãos nela. A raiva cresceu e aflorou no meu peito, e agi antes que talvez o pior  acontecesse.
Empurrei a porta com força, e Kraven estava próximo com o olhar raivoso e as mãos em punho para ela. Os olhos de Elsie estavam marejados, a mão cobria e esfregava a enorme marca vermelha de seu rosto.
Era como uma câmera lenta para mim, a minha pose séria e centrada se foi. A mulher que eu queria que confiasse em mim, e que eu não me importava de ter consequências ao lado dela fingindo ser o seu marido, estava acuada e com medo.

— Filho da mãe.

Eu o soquei com todo ódio que sentia e afim de deixar no rosto dele a mesma marca que deixou na dela. A última vez que me senti assim foi quando Valentim levou Jace com ele. Eu queria matá-lo, rasgar da pele dele cada runa ali. Ele me chamou para a briga, e eu como eu queria ir e fazê-lo engolir os seus dentes, mas Jace apareceu ao lado de Isabelle e Viktor.
Fui parado com o barulho de algo batendo no chão. Me virei assustado, e Elsie estava desmaida no chão. Corri até ela. 

— Elsie, fala comigo. Elsie — dei tapinhas fracos no seu rosto e a balancei. Meu coração parecia que ia saltar pela minha boca, o desespero tomando conta de mim por não vê-la reagir.

— Temos que levá-la a enfermaria — Viktor disse. Ele ao menos também demonstrava preocupação, diferente de Kraven no canto que não ligava para a filha ali e nem demonstrava arrependimento.

Peguei Elsie em meus braços, e sai a carregando. Kraven me deu um olhar de ódio quando passei por seu lado, mas o ignorei. A mulher em meus braços é o que mais importa.
Passei quase correndo pelos corredores, e os caçadores nos olhavam curiosos. Isabelle, Jace e Viktor vinham logo atrás. Assim que vi a ala de enfermaria, me apressei e chutei a porta com força.
Os profissionais se viraram irritados, mas suavizaram a expressão ao ver a Elsie.

— Ela desmaiou — falei.

Eles fizeram um sinal e os segui para dentro da sala. Coloquei seu corpo em cima da maca e logo trataram de agir para ajudá-la. Os aparelhos foram colocados sobre conexão ao seu corpo. 

— O senhor precisa ficar lá fora. 

 Isso me incomodou. Eu queria a manter perto para garantir que esteja bem, mas ainda não sou nenhum profissional da área de medicina, mal sei fazer um curativo. A contragosto, me retirei da sala e fiquei nos corredores. Viktor, Isabelle e Jace estavam ali em busca de respostas.

— O que aconteceu? — Viktor questionou, e o encarei — É minha parabatai que está lá, e eu estou agoniado com isso. Eu me importo com ela. Eu vim para Idris porque precisava de um tempo, mas deixaria de me importar com ela.