8. MANSÃO HOFFMANN

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POINT OF VIEW • ELSIE HOFFMANN

O cheiro de ferro velho e esgoto chegou as minhas narinas e meu estômago se embrulhou. A minha vista ganhou força a medida que sentia uma luz irritante nela. Meu corpo se jogou pra trás ao ver o rosto do homem na minha frente com um sorriso psicopata.

— Valentim — meus lábios tremeram ao dizer o nome. Tentei mover as mãos mas elas estavam presas a algo que não consegui ver.

O que acontece quando o caçador se torna a caça?

***


Levantei de supetão e me veio uma tortura infernal. Fechei os olhos até sentir aquela sensação passar, mas meu estômago continuava embrulhado. A bile subiu pela minha garganta, e corri para o banheiro. Vomitei em todo o vaso até o ácido do meu estômago. Me sentei no chão respirando fundo e bati a mão na descarga. Meu estômago havia ficado bem melhor depois daquilo. Me levantei e fui até a pia para escovar meus dentes. Minha aparência está horrível, parece que não durmo há mais de uma semana.

Entrei no box e iniciei meu banho, lavei meu cabelo e o hidratei ali mesmo. Limpei a minha pele e sai para me vestir. Hoje é o dia em que a clave está indo para a Mansão da minha família no Reino Unido, meu pai insiste nessa tradição da família de se casar em terra britânica. A minha cabeça estava cheia demais. Minha mãe fez parte do Ciclo, preciso descobrir quem matou William Valerious, Hodge quer minha ajuda, o casamento com Alec. Eu preciso de férias.
 Borrifei o perfume preferido do meu pai para agradar um pouco, quem sabe assim eu conseguia sair por cima sobre alguma crítica. Resolvi deixar meu cabelo secar naturalmente, e sai do meu quarto devidamente pronta.  Cumprimentei os caçadores que passavam no corredor com um aceno e eles devolveram sem demonstrar nenhuma hostilidade dessa vez. 

A medida que eu me aproximava da central do Instituto, ouvi múrmuros agitados demais para uma manhã que era para ser tão comum. Apressei meu passo para saber o que estava acontecendo, mas meu corpo travou assim que cheguei no palanque da central.
Meu pai estava ali em pé observando o instituto de cabeça erguida em sua pose superior, e minha querida mãe estava ao meu lado em pose de mulher do chefe. Alguns nephilims olhavam preocupados e com medo, e a outra parte era com admiração. 

— Mãe, pai  — falei em um tom alto chamando atenção dos dois e dos outros presentes.

— Querida  —  minha mãe disse sorrindo maternalmente. Eu tive que conter a expressão de desgosto e decepção ao me lembrar da sua participação no Ciclo. Não poderia entregar tão fácil assim meus sentimentos.

Meu pai me abraçou rapidamente, me apertou em seus braços como se sentisse minha falta, mas sei que não é nada disso. Eu o conheço desde que nasci.

— Senhor — um caçador deu um passo a frente fazendo meu pai me soltar e o encarar — Sei que os motivos para estar aqui é pelo casamento de sua filha com o Lightwood, mas gostaria de fazer uma reclamação diretamente ao conselheiro da clave.

Meu pai me encarou com os olhos ferventes e comprimi os lábios já imaginando o que viria.

— Diga sua reclamação — disse sorrindo minimamente.

— A srt. Hoffmann não está preparada para ser uma líder, ela não sabe conduzir este Instituto com responsabilidade e segurança. Ela tem nos dado normas totalmente autoritárias a ponto de não nos dar liberdade — O caçador disse em um tom de raiva e me encarou com certo desprezo, ouvi murmúrios de outros caçadores.

HELLISH HUNTER || ALEC LIGHTWOODOnde histórias criam vida. Descubra agora