HELLISH HUNTER || ALEC LIGHTWOOD

13. SUBMUNDO

POINT OF VIEW • ELSIE HOFFMANN

Morgenstern, Morgenstern, Morgenstern. Esse tempo todo.

Me levantei atordoada, ainda olhando para o papel ali. Minha mão estava gelada e soava, meu estômago se revirava e senti a bile subir na garganta. Eu não queria continuar, mas precisei ler todo o papel. Eu precisava entender tudo que aconteceu que ela escondeu de mim. Peguei o papel relutante e continuei a ler todas as informações.
Minha mãe era a General do Ciclo, um dos braços direitos de Valentim ao lado de Lucian Graymark. Criou diversas estratégias ao lado de Maryse Lightwood e os comandou para ataques a Submundanos. Costumavam atacar feiticeiros ricos, para matá-los e tomar sua fortuna, isso tornou suas famílias ainda mais ricas. Ela saiu do Ciclo junto com os Lightwood, mas sabia que seria condenada a morte por ser irmã do líder e a General, por isso, aceitou se casar com Kraven Hoffmann que estava prestes a se tornar o conselheiro da Clave no lugar do seu pai. Seu histórico foi limpo, e seu passado apagado. As gerações atuais não sabem da sua existência no ciclo, e muito menos quem seja sua família.
Eu queria continuar lendo, mas me assustei quando Alexander entrou na sala.

— Aldertree me contou que trouxe as pastas sobre os integrantes do Ciclo, eu quero dar uma olhada.

Eu o olhava estática, e ele frangiu o cenho se aproximando, seu olhar desviou para o papel. Eu o segurei com mais firmeza e o coloquei contra meu peito.

—  Esse papel irá ficar comigo, é confidencial.

Ele semicerrou os olhos, e ficou de frente pra mim.

— Eu também sou o diretor do Instituto, eu tenho o direito de ver esse papel, principalmente se ele é confidencial.

— Alexander...

Em um movimento rápido, ele tomou o papel das minhas mãos e eu não consegui contê-lo. Alexander corria os olhos rapidamente pelo papel, o lendo, e percebi sua expressão mudando para o horror e choque.

— A sua mãe...

— Eu não sabia — O interrompi — Juro que não.

Não se desestabilize, não se desestabilize. Merda. As malditas lágrimas começaram a cair, tudo que eu havia aprendido com os anos de convivência com meu pai se foram. Eu passo por tudo isso porque minha mãe fez as escolhas erradas, todo esse tempo por culpa de tudo isso.
Solucei com as lágrimas aumentando como enxurradas, e me virei de costa para que ele não me vesse daquela forma. Eu jamais poderia deixar que vessem uma Hoffmann tão frágil e indefesa, mas eu não conseguia conter a dor de ter sido enganada, de não saber a minha linhagem, de saber que tudo isso que passamos pela escolha que ela fez para não arcar com as consequências do Ciclo, das pessoas que ela matou.

— Eu também me senti assim quando descobri que meus pais fizeram parte do Ciclo. Eu percebi que...

— Tudo que passei foi por culpa das escolhas deles — Falamos ao mesmo tempo.

Senti a presença de Alec atrás de mim, e ele tocou meus ombros me deixando imóvel. Esperei para sentir seus próximos passos, até seus braços me envolverem de surpresa. Ele me abraçou. Alec me abraçou.

— Por que está fazendo isso? — sussurrei.

— Porque eu queria que alguém tivesse feito isso por mim, e eu acredito que você não seja uma pessoa tão ruim assim.

— Você não sabe nada sobre mim — sussurrei.

— Talvez agora me dê uma chance de saber.

Me virei lentamente pra ele para que pudesse olhar para a imensidão castanha-esverdeada dos seus olhos. Eles me olhavam intensamente.