O ponteiro do relógio marcava 02:06 da manhã quando acordei pela segunda vez naquela noite. Eu não conseguia mais dormir depois de ver a cena da Maryse matando William a sangue frio. As imagens ainda rondavam minha mente em um loop. Eu queria poder conversar com alguém sobre isso, mas a única pessoa que realmente confio não está aqui comigo. Viktor. Olhei para o lado, e Alec dormia como um anjo, tão em paz. Ele estava com um bico tão fofo dormindo, e eu não queria incomodá-lo. Alexander tem sido um bom companheiro, ele está tentando me fazer confiar nele e me trata tão bem. Isso está me fazendo criar um carinho por ele que não esperava, ele é diferente do que pensei que poderia ser. Desisti de tentar dormir, e tentei me levantar, mas parei ao ouvir um resmungo. Alec virou de um lado para o outro resmungando coisas que não entendi, até que ele se voltou pra mim e abriu os olhos. Ele frangiu o cenho, e esfregou os olhos.
— A onde está indo? — murmurou com uma voz rouca de sono.
— Não consigo dormir, eu ia me levantar e sair para não te acordar.
Ele resmungou de novo, e me puxou para perto dele.
— O que está fazendo? — sussurrei.
— Te ajudando — respondeu.
Alec jogou a coberta por cima de mim, e me ajeitou no peito dele. Eu travei com aquilo, não esperava ele fazer isso. A única pessoa com quem eu dormi no peito foi Viktor, mas estar aqui com ele é estranhamente confortável.
— Estamos agindo demais como um casal quando não estamos na frente das pessoas — sussurrei, e ele acariciou meu cabelo.
— Quem começou com isso foi você, ou se esqueceu que foi você que ficou me beijando? — sussurrou com os olhos fechados, e ri.
— Tem razão, eu comecei. Me desculpa.
— Eu não estava reclamando, Elsie.
Levantei um pouco a cabeça para olhá-lo, e ele abriu os olhos.
— Isso vai gerar consequências.
— Eu sou um Lightwood, aceito as consequências das minhas escolhas.
Semicerrei os olhos pra ele.
— Você está com sono, Alec, quase dormindo. Essas coisas estão saindo da sua boca em consequência disso.
— Você saberá disso mais tarde.
Alec não disse mais nada, e aparentou ter dormido de novo. Encostei a minha cabeça direito em seu peito, e prestei atenção ao ritmo calmo do seu coração, foi dessa forma que adormeci sem nem perceber.
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[...]
Senti uma leva chacoalhada nas minhas costas, e abri os meus olhos doloridos de sono e pela claridade da luz ligada. Alec estava parado, me esperando acordar. Ele já havia tomado banho ao julgar pela aparência e o cheiro bom. Voltei a cabeça na cama com preguiça demais para levantar. Novamente, Alec me empurrou pelas costas.
