12. A VERDADE

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POINT OF VIEW - ELSIE HOFFMANN

A noite foi longa até que todos os caçadores de sombras foram embora. Eu já não aguentava mais todas as piadas ditas ao meu pai sobre minha lua de mel, e as mulheres dizendo a Maryse que um filho meu irá puxar os lindos olhos de Alec.  Subimos para o meu quarto, e dormi ao lado de Alec com um travesseiro nos separando. Eu não tive uma boa noite de sono como esperava, meus pensamentos ainda estavam em Viktor e em como ele está.
O meu despertador tocou cedo, e meu corpo estava moído como se um caminhão tivesse passado por cima dele. Bati com força no despertador e ele parou. Ouvi o barulho de água caindo vindo do banheiro, e puxei a coberta da cabeça. O chuveiro foi desligado, e Alexander saiu com uma toalha enrolada na cintura. O cabelo estava penteado para trás por conta da água, e as gotas escorriam pelo seu corpo. Ele tem pelos no peito, um abdômen bem definido com marcas de runas e cicatrizes de lutas. Subi meu olhar, e ele parou na runa do seu pescoço que lhe dá um charme. Ele ia tirar a toalha, mas me apressei.

— Olá, bom dia, companheiro de guerra — falei chamando sua atenção. Ele sobressaltou e arrumou a toalha rapidamente.

— Eu achei que estava dormindo — disse com os olhos arregalados, e inibi uma risada rouca de sono.

— Perdoe-me, não fazia ideia de que você sairia só de toalha do banheiro.

Puxei a coberta de volta até minha cabeça para não ver nada, e ouvi os barulhos de Alec se trocando. Assim que tive a certeza que já não restava mais nenhuma pele desnuda, eu retirei a coberta.  Ele estava em frente a minha penteadeira arrumando o cabelo.

— Você sabe que agora teremos que realmente agir como casados. Tipo, o mesmo quarto, sem conversinha maldosa com terceiros e outras coisas.

— É algo que eu posso conseguir superar, as pessoas já estão começando a me ver melhor por estar com você. Logo irei conseguir o que quero, e serei eternamente grato a você.

— Você tem razão, vamos passar por isso juntos. Logo estaremos separados sem nem ter percebido.

Levantei me espreguiçando e senti todos os meus ossos se estralarem. Segui para o banheiro, e entrei na ducha gelada pra despertar o meu corpo. Lavei o meu cabelo, e passei um tempo embaixo de água até resolver sair. Me enrolei na toalha e ao sair vi Alec já não estava mais ali . Isso foi bom, considerando que não levei roupas para dentro do banheiro. Me troquei colocando um vestido preto de mangas longas e pescoço, e calcei meu salto fino. Sequei meu cabelo com o secador, e sai do quarto. Logo nossas malas serão pegas para ser enviadas a Nova York. Assim que desci as escadas, vi minha mãe passando e assobiei para chamar sua atenção. Ela parou e se virou para trás, sorri para ela, e ela veio como um foguete em minha direção.

— Querida, que bom que te encontrei sozinha — andou apressada até mim com um olhar assustado. Meu coração acelerou ao imaginar que meu pai possa ter feito algo contra ela, como ele sempre faz — Eu preciso te alertar sobre seu pai.

— O que ele fez dessa vez?  — falei em um suspiro.

— Tome cuidado, Elsie. Ontem pela noite observei seu pai no escritório, e consegui ver algo que não sabíamos. Seu pai tem acesso a todas as câmeras de Alicante, e isto inclui as câmeras pessoais de suas casas. 

Minha boca se entreabriu com o choque, e virei para trás para garantir que não havia mais ninguém ali para ouvir tamanha barbaridade. Cretino e filho da puta. Como ele pode invadir a privacidade das pessoas dessa forma? É um jeito de controla-las. Isto não é certo, ele deveria ser preso se não fosse a própria Clave. Mas se ele tem acesso as filmagens das pessoas, ele teria colocado alguma câmera em meu quarto e me visto com Viktor? Ou me visto me trocando fora do banheiro? Isso me faz ter vontade de vomitar.

HELLISH HUNTER || ALEC LIGHTWOODOnde histórias criam vida. Descubra agora