29. MENSAGEM DE FOGO.

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POINT OF VIEW • ALEC LIGHTWOOD

A minha cabeça rodava as palavras de Magnus como uma roleta incontrolável,  quase me dando uma leve dor de cabeça. Eu ainda tentava assimilar sua teoria, analisar o quanto ela fazia sentido naquela situação, mas meu coração e todo meu emocional não me permitiam fazer isso. Eu não consigo e nem quero imaginar minha Elsie sendo um monstro como a Caçadora Infernal. Agnes pode ter tido uma história triste, mas nada muda o que ela se tornou e o que fez. Como Elsie poderia ter se tornado ela? Em que momento eu fui tão desatento a ela que não percebi uma misera mudança?

— Alexander, você sabe que isso tudo faz sentido. O futuro das cartas, a própria Elsie pedindo para a ajudar descobrir sobre a caçadora infernal, o seu desaparecimento após o ataque do Ciclo e agora essas mortes. Não tem como negar o inegável.

Eu passei a mão pelo cabelo tentando controlar a vontade de chorar e até surtar como eu queria fazer. Eu não tenho tempo para isso na frente de Magnus.

— Você tem razão — suspirei, tentando admitir isso para o meu íntimo — Você tem razão — meus olhos lacrimejaram, mas não ousei derrubar nenhuma lágrima. Ainda sim, essa reação não passou despercebida por Magnus.

— Alexander — ele tentou se aproximar, mas levantei a mão em um sinal de negação e ele parou.

— Eu estou bem. Agora mais que nunca precisamos encontrar a Elsie.

— Alexander, se ela é a hospedeira da Agnes, que é o que diz no livro que a caçadora precisa para retornar; como vamos trazer a Elsie de volta?

Magnus passou as mãos novamente pela página rasgada do livro. Uma parte que não sabemos o que está escrito, e que talvez tenha algo sobre como tirar a caçadora da Elsie. 
Com certeza foi o Ciclo quem rasgou. Se eles levaram Elsie, eles tiveram acesso a esse mesmo livro e conseguiram as informações para trazer Agnes e como a tirar de volta.

— Acha que o irmão Zachariah pode nos ajudar quanto a isso?

— Ele jamais recusaria — respondeu-me. 

— Mas precisamos localizar a Elsie primeiro, nós não temos ideia de onde ela está. Não quero usar a runa parabatai do Victor, porque eu já fiz isso uma vez e sei as consequências. Não quero correr o risco deles perderem a ligação, e perdemos a única coisa que ainda nós fazer ter contato indiretamente com ela.

— E se montarmos uma armadilha essa noite? — sugeriu — Agnes tem o prazer de matar caçadores de sombras e está fazendo isso de volta. Ela virá até nós.

— Mas precisa ser algo bem planejado, Magnus. Ela é poderosa em combate.

— Ela morreu para três caçadores de sombras, e vocês são quatro e contando com Simon, um vampiro, e eu, um feiticeiro. Ela não vai nos vencer.  A ideia é ao menos conseguirmos a trazer em um portal para a prisão do instituto, apenas como garantia que Elsie está segura aqui.

— Eu preciso falar com os meus irmãos sobre isso.

Magnus assentiu, e fechou o livro.

— Eu vou levar o livro, não acho que ele esteja seguro no Instituto com tantos traidores do Ciclo. Me avise sobre o que decidirem, eu estou apostos. 

— Obrigado pela ajuda, Magnus.

O feiticeiro me deu um olhar de pesar, e saiu com o livro em mãos. Assim que ele saiu, eu deixei que os sentimentos me inundassem e as lágrimas caíram. Sozinho, eu poderia chorar em paz.
Deixei meu corpo cair em cima da cadeira, e as lágrimas aumentaram vindo junto com os soluços.
Eu me sinto culpado por ela não ter percebido nada nela, por não ter estado com ela procurando a história da caçadora, eu não estive lá em momento nenhum. O que ela não deve ter passado até usarem ela como hospedeira? A dor que ela não deve ter sentido nesse ritual demoníaco? 

HELLISH HUNTER || ALEC LIGHTWOODOnde histórias criam vida. Descubra agora