14. ASSASINA

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POINT OF VIEW • ELSIE HOFFMANN

Eu sempre ouvi falar que o submundo costuma dar as melhores festas, e agora eu posso ter a certeza de que esses boatos são verdadeiros. A música alta tocava algo mundano e eletrônico, aparentava mais ser uma balada de que uma festa tão elegante e refinada. Os vampiros dançavam de um lado para o outro junto com alguns feiticeiros, os lobisomens por outro lado se mantiveram longe. Nem sequer havia notado a presença de algum seelie por ali.
A cada submundano que passava, olhavam para mim e Alec com desdém, somos os únicos caçadores de sombras por aqui e está claro seu desprezo por nós. Arrumei uma dose de Gim, ignorante todos os olhares e bebi.

— Amigáveis — ouvi Alec sussurrar — Se isso não fosse uma missão, diria que não foi uma boa ideia.

— Não estamos aqui por festividade, como você mesmo disse. Os ignore — dei de ombros e virei a bebida, que desceu quente por minha garganta.

— Você não deveria estar bebendo — frangiu o cenho, mas eu percebi que ele também queria uma bebida.

— Você pelo visto não sabe o que significa disfarçar em uma missão. Acha mesmo que acreditarão que estamos apenas para aproveitar se ficarmos parados? Céus, Alexander. Beba uma dose de Gim, mas apenas uma. Também não podemos beber demais — arrumei uma dose para ele, e entreguei. Ele olhou por alguns segundos, e bebeu — Você nunca bebeu antes?

— Sim, Gim é o meu preferido. A primeira vez que experimentei algo foi na casa do Magnus depois de uma missão que necessitava da ajuda dele, mas acabei bebendo demais e dormi lá — contou.

Semicerrei os olhos pra ele, e ele arqueou a sobrancelha pra entender o motivo.

— E vocês dois tiveram uma noite quente antes de você dormir? — questionei em um tom acusador. Alec arregalou os olhos, e ficou sem fala — Calma, Alexander. É brincadeira. E eu não tenho problema algum se vocês tenham feito isso.

— Não aconteceu nada, eu estava bêbado e dormi — respondeu constrangido e ri.

— Tudo bem — dei de ombros.

Desviei minha atenção para um homem que descia as escadarias com um grande sorriso no rosto, e os submundanos começaram a cumprimentá-lo. Apontei com a cabeça e encarei Alec.

— Quem é? — perguntei curiosa.

— Lorenzo Rey, o dono da mansão. Recomendo que fique longe dele, ele é muito exibido e invejoso.

Dei uma leve arregalada nos olhos e desviei. Os submundanos dançavam, e continuei sem ver nenhuma movimentação estranha. O que estão esperando?
Disfarçadamente, retirei a estela e desenhei a runa da audição no meu braço esquerdo. Os sons vieram como enxurradas em meu ouvido, e me concentrei para ouvir apenas o que era da minha importância. Não havia nenhum som suspeito, porém, ainda preciso estar atenta, eles podem estar usando a runa do silêncio.
Alguns vampiros olharam para mim e Alec com olhares desconfiados, e cochicharam entre si como é estranho caçadores de sombras estarem em festas submundanas sem uma intenção. Engoli seco, e me virei para ele.

— Finja que está me paquerando — sussurrei o mais inaudível possível.

— Como? — frangiu o cenho.

Balancei a cabeça, e o puxei pela cintura pra perto de mim e esbocei um sorrisinho torto. Ele continuou sério.

— Alguém já disse o quanto você está gato hoje? — sussurrei indo até seu ouvido, e mordi sua orelha.
Alec só faltou engasgar e piscou rapidamente.

— Hã....Só você, Elsie.

Mordi os lábios, segurando para não rir. Até que Alec me puxou pra ele com mais força, e se aproximou do meu ouvido.

HELLISH HUNTER || ALEC LIGHTWOODOnde histórias criam vida. Descubra agora