Love Or Sex?

XLVIII. Conferência

O gramado artificial era verde, hoje o céu estava extremamente azul e o sol amarelo brilhava forte, era uma combinação aquarela perfeita.
Era raro Nova York ficar assim, raro como achar água no deserto.

Tão raro e especial que me fez deitar na grama ao meio de todos aqueles alunos que passavam e parar para observar com meus fones de ouvidos.

Ao contrário do que deveria, a música que passava era extremamente alta e nada relaxante.
Mas se colocasse uma música calma, o que ficaria alto e nada relaxante seria meus pensamentos.

Ainda estava tentando entender o que havia acontecido na noite passada. O encontro com ele, tudo que senti, a descoberta sobre Donna, a briga.

Tudo foi rápido demais.

Cantarolei a música do Maroon 5 que passava, e fechei os olhos.

Não deixe seus pensamentos te dominar.

Essa frase era repetida pelo meu subconsciente.
A música ajudava a calar eles.

Em menos de 30 minutos deveria estar em uma conferência, ela oferecia estágios  de acordo com cada curso para cada pessoa que se destacasse em sua matéria.

Tinha chances de ganhar, não muitas, mas algumas.

Para se fazer sexologia, era preciso fazer medicina ou psicologia, de acordo com a área que você fosse atuar, e apenas depois fazer um curso profissionalizantes sobre sexologia com várias matérias.

Não sabia disso quanto entrei e a falta de informação me atrapalhou muito.

Escolhi psicologia, não por que queria mas porquê era mais fácil e já tinha gostado daquela profissão um dia.

Precisava ir.

Abri os olhos para observar uma última vez aquilo ali, era lindo, inspirador.
Estava me sentindo em O primeiro amor, quando a protagonista subia na árvore e via a vista que a deixava apaixonada.

Agora eu a entendia.

Inspirei o ar puro que de puro não tinha nada e sentei na grama, a puxando.

Quando Animals parou de tocar, tirei os fones e me despreguicei.

Vi as pessoas passando, com seus amigos, rindo e com seus cadernos na mão.

O sonho americano.

Chega.

Me levantei e fui até o estacionamento, entrando no carro e conectando o celular no auto falante.

Não estava pronta para ouvir meus pensamentos ainda.

Por que sabia exatamente o que iríam me dizer.

Vá atrás dele.

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Antes de chegar a conferência estúpida que um dia foi importante para mim, Leslie finalmente me ligou.

- Oi gata. - Falei colocando o celular no viva voz e abrindo a boca com sono, aproveitei para beber um pouco do café.

- Vamos adotar um bebê. - Leslie soltou animada e engasguei com o café.

- Desculpe? - Falei quando consegui respirar novamente.

- Está desculpada. - Nat soltou um riso e eu ri também.

- Gente? Vocês vão adotar uma criança?

- Sim, infelizmente de acordo com a biologia humana não podemos reproduzir, então decidimos entrar com o processo de adoação, semana de vem vamos começar a passar nos orfanatos.