capítulo 3 • bombarda maxima

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BOOOM!

Uma enorme explosão preencheu a sala de aula do Professor Flitwick, causando um susto enorme em todos os alunos presentes, mas principalmente em Edward Tonks, que entrava pela porta justamente no segundo em que Andrômeda lançou o feitiço em uma bolota qualquer utilizada em experimentos como aquele.

O lufano permaneceu paralisado ao lado da porta em surpresa, encarando a garota estaticamente — por um segundo imaginando se ela havia feito aquilo de propósito, mas ela não teria como saber que ele chegaria atrasado na aula justamente naquele segundo (ou saberia?).

Filius Flitwick o encarou com uma sobrancelha erguida ao perceber sua presença ali, o questionando se algum gato havia comido sua língua logo depois de dispensar Andrômeda — que voltou ao seu lugar com um sorrisinho triunfante no rosto, sendo elogiada como sempre — o que fez Ted murmurar um pedido de desculpas atrapalhado enquanto corria até o lugar onde ele sempre costumava sentar, ao lado de Joseph Abbott. O problema era que o lugar havia sido ocupado, e aquilo nunca acontecia.

Sirius e Joseph trocaram um olhar que tentavam fazer parecer inocente, mas não era, porque Sirius sempre se sentava ao lado de Andrômeda, e a cadeira ao lado dela estava vazia.

— Algum problema, sr. Tonks? — o Professor o chamou antes que pudesse se dirigir ao único lugar livre da sala. — Por que não nos surpreende com seu sucesso excepcional em Feitiços? — Fez menção para o garoto se dirigir ao centro vazio da sala, rodeado das carteiras que eram organizadas em um círculo para que todos pudessem enxergar todos. — Por favor.

Ted encarou Sirius com um olhar de espanto. Não sabia o que era para ser feito, e nem como, e pedir explicações ao professor não seria uma coisa sensata a se fazer, principalmente com seu atraso e sendo um aluno avançado, mas estava distraído e não podia evitar a confusão. O grifinório ao seu lado começou a escrever lentamente algo invisível na mesa com o dedo indicador, mas que Ted entendeu muito bem: Sirius estava lhe indicando o que fazer.

Sem dizer uma palavra, o garoto se dirigiu ao centro e apontou a varinha na direção do que pareceu ser Flitwick, mas na verdade era para sua mão. Em questão de segundos, a pena que ele segurava tornou a subir no ar, o Professor não contendo sua surpresa momentânea, e então ela começou a dançar. O inesperado foi que, enquanto a pena se sacudia alegremente no ar, ela tornou a ficar roxa de uma ponta a outra antes de voltar em direção às mãos de Flitwick como se nunca houvesse tomado vida.

— Simples, mas interessante. Pode se sentar, sr. Tonks. — O homem baixinho murmurou enquanto voltava a se sentar atrás de sua mesa. Para Ted, aquilo era um elogio e tanto se levasse em conta que estava meio rumo ali.

O lufano correu até seu novo lugar evitando olhar na direção de Andrômeda, dando seu máximo para não fazer mais nada errado durante a aula. Ele nunca havia sido ruim naquela matéria, na verdade era uma das que mais gostava de estudar, mesmo não sendo sua favorita — esse lugar de privilégio era dedicado a Herbologia — e se quisesse mesmo se tornar Medibruxo, precisava se dedicar mais ainda, o que não era um problema para Ted.

— Você devia ter chegado mais cedo. — Ouviu a voz da garota ao seu lado sussurrar, com os olhos fixos no pergaminho na mesa dela. Antes que Ted perguntasse o motivo dela dizer aquilo, Andrômeda passou a encará-lo com um sorriso que o desconcertou por um único instante, pouco antes dele desaparecer. — Eu poderia ter usado você no meu feitiço. Booom.

Ao lado dele, foi capaz de ouvir uma risada que Sirius tentou conter, levando Edward a se perguntar se o garoto estava realmente fazendo aquilo na intenção de o jogar na direção de um poço de trasgos para ser devorado. Nas semanas anteriores, ouviu o grifinório comentar casualmente que o humor de Andrômeda não era um dos melhores quando ela retornava das férias; na verdade, era tão péssimo que até mesmo Sirius — que raramente tinha medo de algo tão banal — parecia pisar em ovos perto da prima.

— Você gosta de dançar? — Ted logo retrucou sem pensar, fazendo a garota parecer intrigada com as palavras dele. Discretamente, ele sacudiu sua varinha debaixo da mesa e a pena que a garota segurava em sua mão levitou por um segundo, se sacudindo em uma dancinha.

No mesmo segundo, ouviram a voz do Professor concedendo permissão para a turma dispersar, e as mãos de Andrômeda alcançaram a pena em um movimento rápido para guardá-la. Sem dizer uma palavra, ela colocou seus pertences na mochila e partiu em direção a saída da sala, deixando Ted surpreso com o quão fácil foi provocá-la de volta.

O garoto se assustou ao sentir um braço envolver seus ombros por trás enquanto guardava suas coisas, e ao se virar viu um Sirius que claramente estava se divertindo com como nunca, mesmo tendo dito que não iria se envolver nos dilemas do amigo — o grifinório provavelmente era incapaz de não colocar lenha em certas fogueiras.

— De nada, Tonks. — Ele murmurou, logo correndo até o grupo que o aguardava no corredor antes que o lufano pudesse comentar qualquer coisa.

Naquele segundo Ted constatou algo que a princípio não esperava estar certo. Sirius tinha razão quanto o que lhe disse semanas antes: a única forma de se aproximar de Andrômeda seria retribuindo as implicâncias dela, e quem sabe um dia algo bom poderia sair disso — ou também não poderia, no entanto preferia se ater aos pontos positivos daquela tentativa.

Respirando fundo, caminhou até Amos e Clarence, a quem havia prometido uma sessão de estudos na biblioteca. Os garotos conversavam tranquilamente pelos corredores lotados de alunos agitados que andavam para lá e para cá, provavelmente os únicos que não estavam com pressa de chegar a lugar algum.

— O que você planeja fazer? — Amos indagou, os garotos o encarando em uma pergunta silenciosa. — Com Andrômeda. — Explicitou.

Ted deu de ombros, sem se dar ao trabalho de responder conforme entraram na biblioteca. A verdade é que não sabia exatamente, esperava que sua intuição o ajudasse um pouco, seus pais sempre o aconselhavam a segui-la e isso era a melhor coisa a ser feita; e aproveitando que precisavam fazer o maior silêncio possível no local, guardou aquela resposta apenas para si mesmo.

— Como Sirius disse, boa sorte com isso. — Clarence comentou enquanto abafava um risinho na direção da mesa onde Joseph os aguardava, e Ted e Amos demoraram alguns segundos até perceber sobre o que o comentário se travava. Há algumas mesas de distância, Andrômeda cochichava junto de Sirius enquanto os dois fingiam estudar.

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oi :) então é esse o capítulo de hoje, espero que tenham curtido, as coisas tão começando a ficar interessantes hihi até quinta feira!!! um beijo mwuah

starry night - a tedromeda fanfic.Onde histórias criam vida. Descubra agora