Encarando a si mesma no espelho, Andrômeda não conseguia evitar se sentir intrigada pelo vestido que suas mãos ajeitavam metodicamente em seu corpo. As mangas que praticamente não existiam, deixando parte de seus ombros à mostra, o recorte do decote que não chegava a ser muito aberto, mas mostrava o suficiente de sua pele pálida, e o tecido azul escuro que caía até o comprimento do chão, alternando entre detalhes de seda e tecido fosco.
Era lindo, deslumbrante até, e ela não tinha a menor ideia de quem lhe enviara aquilo, o que não a impediu de correr de volta à Sonserina depois do café da manhã para poder prová-lo. Assim que uma coruja branca como a neve soltou o pacote na mesa diante de si e ela deu uma breve espiadinha em seu conteúdo, surpresa, chegou até a cogitar se aquilo seria algo do feitio de Edward, mas logo espantou o raciocínio para longe. Por que ele faria algo do tipo?
Para a felicidade de Andrômeda, todos os professores decidiram não dar aulas no dia do Baile do Yule, uma festa anual para comemorar o solstício de inverno em Hogwarts — considerado pelos trouxas como o feriado de Natal — então o que ela mais teria ali era tempo livre para admirar seu presente.
Ao redor da garota, suas coisas já estavam todas empacotadas e bem guardadas para a viagem que aconteceria na manhã seguinte, resultado de um amontoado de ansiedade recorrente nos últimos dias. Já tinha até mesmo decidido não comparecer ao baile, fingir estar com dores de cabeça ou qualquer coisa que lhe desse um escape, uma vez que seria impossível ter uma noite de diversão com tanta preocupação em sua mente, mas quando colocou aquele vestido... começou a repensar fortemente sua decisão.
Andrômeda nunca se sentiu tão bem por vestir uma peça de roupa quanto naquele instante. Seus uniformes da escola e as roupas normais que usavam em casa eram costumeiras, enquanto aquele vestido era magnífico aos seus olhos, a fez voltar a se sentir bonita.
E a fez querer ser vista bonita daquele jeito.
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Assim que pisou os pés, hesitante, em um Salão Principal totalmente transformado para o baile, tudo em que Andrômeda conseguiu prestar atenção foi na voz de Sirius exclamando "Andie!" e correndo para abraçá-la tão rápido quanto um apanhador numa partida de Quadribol. Ao fechar os braços ao redor dela com um toque firme, a garota deu uma gargalhada de surpresa com tamanho carinho.
— Ai! Você vai amassar meu vestido, Sirius! - Brincou, fazendo o garoto arregalar os olhos e se afastar dela para observá-la de cima a baixo. Imitando o gesto, não pôde evitar admirar o traje formal em preto e branco que seu primo usava.
— Uau, Andie. — Ele sorriu, cruzando os braços por cima do cachecol vermelho e dourado que usava por cima do terno.
— Uau, Sirius. — Espelhou a postura dele, arqueando a sobrancelha. — Por que você está usando esse cachecol? Logo hoje.
Ele deu de ombros, indiferente.
— Precisava dar um toque original ao traje. Você veio sozinha? Quero dizer, sem par.
Andrômeda assentiu, e Sirius concordou em um murmúrio como se aquele fosse um fato muito interessante.
— Você veio com Remus? — Ela decidiu estudar ao seu redor pela primeira vez desde que entrou ali, podendo observar não muito longe dali os marotos conversando e rindo. — Contou a James e Peter sobre vocês?
Sirius assentiu.
— Eu precisava contar ou não seria capaz de disfarçar muito bem hoje.
A frase fez Andrômeda tomar uma expressão intrigada e provocante. Se os dois não se mantivessem comportados muito bem durante a noite, provavelmente já teriam uma detenção agendada com McGonagall no semestre seguinte.
— Você quer ficar ali com a gente? James e Peter estão com Lily e Mary. — Ele perguntou, mas Andrômeda detestava a ideia de ficar só em meio a três casais, então negou com a cabeça e apontou para uma mesa no canto com petiscos, confessando que estava com fome. — Tudo bem então, qualquer coisa grite bem alto que eu venho correndo. — E antes que se afastasse tão rápido quanto se aproximou, Sirius pousou um beijo na bochecha da prima.
O Salão Principal não estava tão cheio e barulhento como imaginava, mas ainda assim podia ouvir as risadas e o burburinho de conversa dos alunos alegres e uma música tocando ao fundo. Dirigindo-se até a mesa de petiscos, Andrômeda comeu algumas coisas que achou apetitosas e bebeu um pouco de suco de abóbora, logo ficando satisfeita. No entanto, enquanto tomava o último gole do suco em sua taça, sentiu um leve toque em seu ombro, o que a fez levar um susto ao se virar e quase engasgar com a bebida.
— Dromeda? Você tá bem? — Edward arregalou os olhos, preocupado, ao vê-la tossir algumas vezes, a pele da garota ficando um tanto vermelha por aquilo. — Eu te assustei? Desculpa.
A sonserina respirou fundo uma, duas vezes, até se normalizar e encarar o garoto de cima a baixo por um segundo. Edward Tonks em trajes formais era algo em um outro nível que Andrômeda não esperava se deparar, com certeza não, e a fez precisar respirar fundo mais uma vez, parecendo impaciente.
— Eu já falei pra você parar de pedir desculpas.
Ele revirou os olhos.
— É, é, me deixa parecendo bonzinho, mas eu meio que sou bonzinho.
Andrômeda ergueu a sobrancelha, murmurando um "é?" incrédulo que o fez espelhar sua expressão, retrucando com a voz um tanto rouca:
— Não tanto.
Antes que a sonserina pudesse questionar o que aquela resposta significava, uma movimentação no centro do Salão fez todos se virarem naquela direção. Ignorando todos os professores presentes no local, Sirius simplesmente chamou a atenção de todos e exclamou um "acho que já chegou a hora da festa de verdade começar, certo?" empolgado ao erguer sua varinha, e pegando todos de surpresa (mais ainda), ABBA começou a tocar.
A maior parte dos alunos explodiram em sons de animação com uma trilha sonora agitada, diferente da música clássica que tocava antes, arrastando seus pares até a pista de dança, dispostos a dançar até os pés não sentirem mais nada. Em um gesto automático, os olhares de Andrômeda e Ted se cruzaram.
— Você... tem um par? — Perguntou, com hesitação em seu tom de voz, o que espantou a garota. Ela esperava que o lufano simplesmente a levasse para dançar junto de todos, não fazia sentido dançar aquelas músicas com mais ninguém além dele.
Andrômeda negou com a cabeça.
— Você tem? — Retrucou, e por um segundo nunca desejou tanto escutar um "não" em toda sua vida.
Vendo Ted estender sua mão no espaço vago entre os dois, a sonserina não demorou muito a apoiar a palma de sua mão sob a dele, precisando reunir todas as suas forças para não sorrir quando ele respondeu:
— Agora eu tenho, dancing queen.
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NÃO ME BATAM PELA DEMORA DESCULPA DESCULPA *se esconde* foi mal de verdade gente, esse capítulo já devia ter saído faz tempo mas a faculdade me deixou birutinha
eu to tao JHHFJKSAF finalmente esse capítulo veio aí e ele vem com emoções a seguir, aguardem
pra uma melhor experiência recomendo o uso da playlist de starry night tanto nesse quanto no próximo /aguardem
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starry night - a tedromeda fanfic.
FanfictionAndrômeda Black odeia Ted Tonks desde o primeiro segundo em que pôs seus olhos nele. Edward Tonks finge sentir o mesmo por ela, porque é a única forma de ficar perto o suficiente da garota que conseguiu chamar a atenção da pior forma possível. Não m...