capítulo 25 • obliviate

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Após percorrer praticamente todos os corredores da escola, não só uma, mas várias vezes, Edward disse a si mesmo que se ele não encontrou Andrômeda em lugar algum era porque a garota não desejava ser encontrada, um pensamento que não fugia muito da realidade.

Uma realidade bastante decepcionante para ele, honestamente, mas isso não o impediu de tentar tornar aquele Natal uma data memorável de qualquer forma. Recebeu suéteres bordados em lã vermelha e verde de sua mãe, comeu chocolates, leu um livro de uma autora trouxa que seu pai lhe enviou e dormiu — bastante, por sinal. Essas coisas o distraíram tão bem que o garoto (quase) se surpreendeu ao ver Andrômeda no corredor assim que deixou o Salão Principal após o jantar.

Ela parecia irreconhecível, vestida em um moletom na cor verde de sua casa, os cabelos presos no topo de sua cabeça em um coque desleixado e uma expressão exausta em seu rosto; e Ted podia jurar que também haviam duas olheiras ligeiras embaixo de seus olhos.

Receoso, o lufano não mexeu um único músculo em sua direção, parecia perigoso demais.

— Acabei de perguntar à McGonagall se ela poderia ser minha mentora para me tornar professora em Hogwarts. — Andrômeda disse, em claro e bom som, embora sua voz estivesse meio rouca. Podia ser coisa de sua cabeça, mas ela não parecia empolgada.

— Você perguntou? — Ele ecoou.

Ted não estava incrédulo ou duvidando daquilo, se ela disse que fez com certeza acreditava que era verdade, mas não foi capaz de conter a surpresa por ouvir a notícia tão repentinamente. A garota nunca falava sobre suas ambições, e o garoto sempre quis saber o motivo, mas nunca acreditava que fosse a hora certa de perguntar.

Andrômeda assentiu.

— Ela aceitou. — Completou, mas sua expressão continuava a mesma. Nenhum sinal de alegria. — Com algumas condições, mas aceitou.

— Isso é incrível! É, não é? — Exclamou, um sorriso surgindo em seu rosto enquanto seus pés se aproximavam um pouco dela, porém mantendo uma certa distância segura. — Por que você não está contente?

Andrômeda ergueu o rosto para melhor vê-lo, e o lufano de repente sentiu uma onda de abatimento apagar seu sorriso. Nunca havia a visto daquele jeito, nem quando ela estava devastada depois de ter fugido de casa. Era quase torturante não estar ciente sobre certas coisas, e por mais que a conhecesse bem, não conseguia entender esses novos lados da garota.

— Porque eu sinto como se não tivesse nada. — Respondeu, simplesmente, a apatia escancarada em sua voz e sua postura. — Mesmo eu tendo coisas, eu sinto como se elas não fossem nada importante.

Edward não conseguiu mover um músculo, e ela continuou a falar.

— Veja você. — Gesticulou em sua direção com o braço. — É inteligente, adorável... e mesmo se o impossível acontecer e você não conseguir se tornar medibruxo, ainda vai ter sua família te apoiando, e sem dúvidas encontraria outra coisa que te fizesse feliz.

E como se uma luz tivesse clareado todos seus pensamentos, Ted soube onde ela iria parar com aquela linha de raciocínio, mas preferiu se manter calado por enquanto.

— Se eu fracassar no meu único sonho, não sei o que vai ser de mim. Não tenho família, irmãs... nada que vai me fazer pensar "bem, ao menos eu tenho isso...". Eu não tenho nada, e eu duvido que Isla vá querer criar uma fracassada em casa. — Suspirou alto, como se estivesse exausta de ter corrido uma maratona. — Eu estou tão quebrada, Ted...

As palavras doeram como uma faca na pele se Edward, e também a curiosidade sobre quem seria Isla, mas a única coisa que conseguiu dizer foi:

starry night - a tedromeda fanfic.Onde histórias criam vida. Descubra agora