capítulo 22 • fidelious

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"Andrômeda,

Oi, espero que você tenha tido uma boa viagem e esteja bem. Sinto muito não ter me despedido de você hoje cedo, a noite passada me derrubou e acordei tarde demais. Enfim, vou aproveitar esse momento para dizer algumas coisas que preciso dizer a você cedo ou tarde, e esteja avisada, eu vou estar preparado para bloquear qualquer feitiço que você tente jogar em mim assim que retornar à Hogwarts.

Não disfarce, eu sei que você riu, mas vamos lá.

Eu me lembro de já ter gostado de garotos nos meus dias em Londres, e de garotas também, sempre foi algo natural para mim (não fique com ciúmes), mas não me lembro de ter sentido por nenhuma dessas pessoas algo remotamente parecido pelo o que eu sinto por você desde a primeira vez em que te vi. Eu digo isso porque posso sentir que você não vai me julgar, o que é apenas um dos motivos pelo qual você é incrível, e não dá pra evitar gostar muito, muito, muito da sonserina mais genial e linda que Hogwarts já abrigou em toda sua história.

Tenho pra mim que os quatro fundadores seriam capazes de duelar entre si só para ter a oportunidade de te ter em suas casas.

Sobre a primeira vez em que te vi... bem, nós estudamos na mesma escola por sete anos, então você estava lá o tempo todo e eu só fui distraído demais para não notar sua presença cedo (só para constar, eu não me importaria em ter sido alvo das suas azarações por sete anos, porque ter a sua atenção por si só já é o meu presságio de sorte particular). Continuando... teve esse dia onde você estava caminhando pelos jardins ao lado de Sirius e Marlene McKinnon e você deu uma baita gargalhada, alta o suficiente para roubar a atenção de todos ali, e desde então eu não poupei esforços para escutar essa mesma gargalhada quantas vezes eu tivesse oportunidade. Sim, eu comecei muito mal essas tentativas, porém tive sucesso várias vezes e é isso o que conta mais.

Sinto muito por dizer essas coisas enquanto você está longe (substituir "desculpa" por "sinto muito" me faz parecer menos bonzinho? Não responda, é uma pergunta totalmente retórica) mas achei que essa seria a única forma de ser honesto sem fazer você entrar em pânico e fugir de mim, e já que você está longe sua única opção agora é voltar para mim. Eu tentei, sabe... parar de gostar de você, ou pelo menos guardar segredo, mas não consegui, sou fraco demais para algo nesse nível de complexidade.

Você me faz sentir como uma noite estrelada, Dromeda, e se eu tivesse tantos segredos quanto o universo, gostaria que você fosse a única pessoa a descobri-los. No entanto, a realidade é que: qualquer coisa que você me perguntar, eu vou responder, então não tenho segredo algum.

Quer saber qual é a vantagem em receber uma declaração por meio de uma carta? Você pode eternizar as palavras em um papel, ou queimá-las, fazer o que desejar com elas; mas o importante é que eu tive oportunidade de registrar quando digo mais uma vez que você, Andrômeda Black, é perfeita em todos os aspectos existentes.

Para fins de registro também, me permita dizer que seus lábios são ainda mais perfeitos quando estão juntos dos meus, nós somos uma dupla e tanto. Meu coração quase parou ontem à noite quando você me beijou... uau, você sempre dá um jeito de me surpreender e me fazer adorar a sensação.

Espero também que você não se arrependa de nada do que fizemos nos últimos meses por conta do que aconteceu no baile, porque eu não me arrependo; mas, se você se sentir assim, seja sincera e me conte, preciso saber. Como você comentou em um desses dias, nós somos excepcionalmente bons em sermos honestos um com o outro (como quando você sugestivamente disse que queria me explodir em mil pedaços), então vamos nos manter assim, por favor (não a parte de me explodir em mil pedaços).

Por Helga, essa carta ficou enorme, você deve ter dormido antes de terminar de ler, vou parar por aqui. Espero que fique tudo bem aí, boa sorte e volte logo, ainda tenho muito a dizer e nem mil cartas seriam suficientes para cobrir tantos tópicos.

De seu seja-lá-o-que-você-quiser-que-eu-seja,

Edward Tonks."

Aquelas palavras se repetiam na mente de Andrômeda como um loop eterno, sem descanso, antes de dormir, em sonhos, e continuava quando seus olhos se abriram pela manhã da véspera de Natal, o que era torturante levando em conta que não conseguia encontrar Ted em lugar algum, e não queria arriscar perguntar a alguém e acabar colocando-o em apuros.

Pelo horário do almoço, a garota já havia explorado cada centímetro existente do castelo, e foi aí que ela percebeu que não havia procurado no lugar que não deveria existir.

Em um impulso, correu fora do Salão Principal e subiu as escadas mais rápido do que um grifinório fugindo da vice-diretora depois de aprontar. Sequer sentiu sua respiração ficar ofegante até ter parado no andar correto e voltado a pensar no quanto necessitava ver Ted.

Nunca havia pensado antes no quanto nutria um carinho especial pelo lufano até remoer suas próprias reações àquelas palavras por uma manhã inteira, e não encontrá-lo por tanto tempo foi... frustrante. Na verdade, existia a enorme possibilidade de todas suas ações nas últimas semanas terem sido um enorme indício de que aquelas sensações não eram algo tão novo, mas que se esconderam sob o véu da impulsividade.

E, também havia o fato de que seus problemas familiares tornaram a noite do baile em um borrão, o que tornou mais difícil ainda distinguir tudo que sentia. Estava muito, muito confusa, porém acima de tudo precisava ver Edward, e quando abriu a porta da Sala Precisa e o encontrou lá, não hesitou um mísero segundo em exclamar seu nome e correr até ele, apertando-o no abraço mais forte que pôde dar.

⋆✯⋆

ESSA CARTA, SERIO. sou tchola demais por eles vocês não fazem ideia. felizmente o pior já passou e agora é só alegria, podem comemorar! o que acharam?

starry night - a tedromeda fanfic.Onde histórias criam vida. Descubra agora