capítulo 8 • aguamenti

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— Você fez o quê?!

As vozes de Sirius, Clarence, Joseph e Amos ecoaram em uníssono conforme Edward lhes contava sobre o que aconteceu na tarde do dia anterior. Sob a sombra da árvore onde sempre se encontravam, o grupo o encarava cada um com uma expressão de surpresa estampada em seus rostos.

O garoto deu de ombros, ainda de pé em frente aos seus amigos sentados na grama. Não conseguiu nem se dar ao trabalho de se sentar para contar sobre seu surto de coragem ao chamar Andrômeda para sair, tamanho o nervosismo que preenchia cada pensamento seu.

— É, pois é, e eu espero não reprovar nos NIEMs, porque passei o dia inteiro pensando nisso sem parar e não ouvi uma palavra sequer do que os professores ou qualquer um falasse comigo. Tive sorte que hoje não teve aula do Slughorn ou eu teria explodido aquela sala tentando fazer uma daquelas poções bizarras que ele manda a gente fazer. — Ted começou a tagarelar, gesticulando como se não houvesse amanhã, e só percebeu o que fazia quando sua respiração passou a ficar um pouco ofegante. — E agora eu preciso ir. — Concluiu com um suspiro pesado.

Sirius sorriu, divertindo-se imensamente com a cena.

— Boa sorte. Se ela tentar te matar, me mande um sinal de fumaça ou algo do tipo pra eu te salvar. — Brincou, fazendo os outros garotos rirem e o direcionarem murmúrios de encorajamento. — Ou pelo menos tentar.

Ainda tenso, Ted respirou fundo e os agradeceu pela forcinha que lhe deram. Conforme andava lentamente de volta para dentro do castelo, seu corpo pareceu começar a ficar gelado — obviamente, não pelo frio — e suas mãos inquietas. Como um belo golpe de sorte, um pensamento súbito lhe surgiu enquanto assistia a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, uma memória de quando Sirius comentou com ele sobre uma sala em um dos andares da escola que se tornava qualquer coisa que desejasse, mas que só aparecia para quem realmente necessitasse dela.

No momento em que a Sala Precisa preencheu seus pensamentos Edward soube que era exatamente ela quem iria salvá-lo naquele dia porque, honestamente, se não fosse aquilo não saberia mais o que fazer para impressionar a sonserina. Sentindo-se um pouco menos agitado conforme subia as escadas até onde se recordava que a Sala era, apenas para verificar se ela estaria mesmo ali antes que fosse tarde demais, um pensamento intruso fez Edward imaginar se Andrômeda gostaria do que ele tinha em mente.

— O que você está aprontando aí?

Uma voz quebrou o silêncio ali, fazendo Edward pular em um susto terrível, uma palavra que sua mãe ficaria pálida de saber que seu filho conhecia escapando de seus lábios enquanto Andrômeda o observava com uma expressão intrigada e as mãos apoiadas em sua cintura.

— O que você está fazendo aqui? — Rebateu, ofegante. — Como me encontrou?

Ela se aproximou, ficando apenas há pouco menos de um metro de distância dele — o mais perto que Edward já havia chegado a ficar frente a frente com ela — e estudou o local ao redor deles, o corredor com apenas alguns alunos passando distraídos, mas bem distantes dali, até voltar a olhar diretamente nos olhos castanhos dele.

— Isso não importa. — Sacudiu as mãos, como se o gesto fosse espantar a pergunta feita. — Você não falou pra onde a gente iria ir, nem onde, então vim saber. Se formos agora, ainda podemos aproveitar o jantar depois.

Ted assentiu, comentando que estava trabalhando naquilo, o que fez Andrômeda mais uma vez estudar o local onde estavam. Tudo que o garoto conseguia pensar era o quanto a sonserina estava perto demais e como seria incrível a porta para a Sala Precisa simplesmente aparecer ali para que ele pudesse se afastar dela com um motivo plausível.

— É ali? — A garota desviou o olhar para a direção atrás de Edward, e o garoto se virou para analisar a porta de madeira que surgiu no meio da parede de pedras. Esperando que aquilo funcionasse como ele ouviu falar, se esforçou para mentalizar o melhor cenário possível que gostaria de encontrar ali.

starry night - a tedromeda fanfic.Onde histórias criam vida. Descubra agora