capítulo 18 • bamboé

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Quando as músicas agitadas cessaram por um momento, Andrômeda agradeceu mentalmente por ter a oportunidade de respirar fundo e desacelerar seus batimentos. Simplesmente não conseguia parar de girar e dançar com Ted por vontade própria, era um impulso mais forte e natural do que imaginava que deveria ser.

Antes que pudesse se dar conta, as mãos de Edward se apoiaram em sua cintura para seguir o ritmo de The Name of The Game. Colocando levemente suas mãos sob os ombros dele, aproveitou para dar uma olhada ao redor do Salão Principal, flagrando Sirius e Remus dançando naquela mesma posição, o que a fez sorrir consigo mesma. Espalhados pelo lugar, também conseguiu ver momentos fofos entre James e Lily, Amos e uma garota da Corvinal que conhecia apenas de vista, Peter e Mary (o que a deixou um tanto... surpresa?), Dorcas e Marlene e Joseph e Clarence.

Ver os amigos de Ted e os seus felizes parecia ser o suficiente para deixar o coração da sonserina um tanto quentinho, apesar de estar longe de ser a única razão.

— Você tá com aquela cara de quem fez a descoberta do milênio. — Ele murmurou, enquanto estudava o rosto de Andrômeda.

A garota quase abriu a boca para negar a constatação dele, apenas por costume, mas desistiu ao notar que ele estava certo. Quando ele ficou tão bom em ler os pensamentos dela?

— Eu não diria a descoberta do milênio, mas talvez a do ano. — Comentou, passando a entrelaçar seus dedos por trás da nuca de Ted. — Aliás, eu esqueci de te agradecer... sabe, por pedir pros seus amigos não mencionarem minha família e tal. Foi legal da sua parte, apesar de não ter dado certo.

Como se tivesse sido pego desprevenido, Edward permaneceu estudando a expressão da garota pelo que pareceu ser um minuto inteiro antes de aproximar seu rosto lentamente na direção de Andrômeda — o que a fez segurar a respiração em uma reação surpresa pelo gesto — e murmurar próximo de seu ouvido:

— Pare de me agradecer, Dromeda. Vai parecer que você é boazinha.

Ao escutar as palavras de Ted, Andrômeda finalmente soltou o ar que prendia em seus pulmões. Ela queria rir com aquela brincadeira interna entre eles, queria dar um tapinha atrás da cabeça de Ted, deixando o cabelo dele um tantinho mais bagunçado, mas não conseguia. Tudo que a garota conseguia fazer era se perguntar porque imaginou, por um mísero segundo, que Edward iria beijá-la.

Em silêncio, começou a listar seus pensamentos na tentativa de retomar um pouco de autocontrole:

1. Edward Tonks não iria beijá-la, nunca havia dado o mínimo indício de que desejava isso.

2. Edward Tonks estava com o rosto muito, muito, perto do seu.

3. Edward Tonks, apesar de tudo, gostava de Andrômeda Black, o que parecia um pouco... estranho?

4. Andrômeda Black ainda assim queria beijar Edward Tonks, e provavelmente estava fora de si por desejar isso.

Assim que o último pensamento tomou vida em sua mente, a garota percebeu que estava de olhos fechados, e quando os abriu, se deparou com Ted a estudando com um enorme interesse refletido em seu olhar.

— Você parece que fez outra descoberta do milênio. Duas na mesma noite, Dromeda?

Por Merlin, como ele conseguia saber de tudo sem ela dizer uma palavra sequer?

Sem pensar muito, Andrômeda abriu seus lábios e deu vida às últimas palavras que desejaria falar em um dia normal. Felizmente, aquele nunca seria um dia normal.

— Eu sei seu grande segredo, Edward Tonks.

Há bastante tempo, desde quando o garoto segurou sua mão e a levou para a pista de dança, aquele Salão já parecia começar a se esvaziar. Não de verdade, o lugar estava tão cheio como nunca, mas sempre que aqueles olhos escuros encaravam os seus era muito fácil sentir que não existia mais nada nem ninguém ao seu redor, e naquele segundo não era diferente.

Andrômeda podia jurar que um indício de pânico cruzou a expressão de Edward antes dele fingir ter escutado apenas uma boa piadinha. Ignorando aquela resposta indireta, ela completou em um murmúrio:

— Posso te contar um dos meus?

Por sorte, em meio a passos de dança e fugindo de esbarrar em pessoas, os dois foram parar quase em um dos cantos do Salão, onde a maioria das pessoas fugiam de ficar, e a maioria dos professores não ligavam de olhar — não que estivessem prestando atenção de verdade em algo.

Sem dizer uma palavra, Edward assentiu lentamente, suas mãos ainda segurando a cintura de Andrômeda com certa delicadeza, enquanto ela temia que a qualquer momento ele pudesse cair desmaiado no chão, porque era isso que estava escrito em seu rosto. E suas mãos estavam tão geladas como a neve, ela podia sentir isso mesmo através do tecido do vestido.

Ignorando qualquer coisa que pudesse perturbar sua mente, Andrômeda inspirou uma última vez antes de ter a sensação de que todo seu ar havia sido drenado de seus pulmões. Era isso que pareceu acontecer assim que inclinou seu rosto até que seus lábios tocassem os de Ted e algo inominável explodiu dentro de si.

⋆✯⋆

Edward tinha certeza que seu coração havia parado de bater e suas pernas poderiam ceder a qualquer momento. Precisou repetir várias vezes em sua mente que Andrômeda Black estar o beijando não era sua imaginação ou um sonho como os que havia tido algumas vezes, e sim real.

O primeiro toque dos lábios de Andrômeda nos de Ted foi tímido, quase acanhado, mas que não demorou muito a se tornar um pouco mais confiante assim que o garoto deixou a surpresa de lado e entreabriu seus lábios, permitindo que ela fizesse o que desejasse e como desejasse.

Suas mãos, apoiadas uma de cada lado da cintura dela, passaram a ter um toque mais firme sobre o vestido de Andrômeda. Chegou a ficar tão absorto com aquele momento que esqueceu tudo, baile, amigos que poderiam vê-los ali, provas, viagem, tudo a não ser que Andrômeda Black o estava beijando, e ele nunca queria que ela parasse.

Ted não havia notado o quão cansativo era tentar convencer a si mesmo de esquecer as coisas que sentia por ela, principalmente quando a cada dia desenvolviam mais intimidade na amizade entre si, mas era extremamente exaustivo, e não queria mais fazer algo como aquilo. A única coisa que desejava eram os lábios de Andrômeda juntos dos seus, acariciando e explorando, fazendo tudo o que tivessem vontade de fazer.

Antes que se perdesse mais ainda no gesto e levasse as coisas longe demais para um beijo que sequer esperava acontecer, Ted subiu suas mãos até que elas chegassem ao rosto de Andrômeda, o segurando no formato de concha, deixando vários selinhos em seus lábios antes de finalmente se atrever a abrir os olhos e colocar um pouco de distância entre os dois.

Seu cérebro, que tinha a sensação de ter se tornado gelatina, só conseguiu pensar em uma coisa para dizer assim que encarou Andrômeda, sentindo algo revirar dentro de si ao vê-la com as bochechas completamente coradas. Andrômeda nunca corava.

— Todos os seus segredos são tão bons como esse? — Perguntou, com a voz meio rouca.

Com um sorriso surgindo no canto de seus lábios, e um brilho diferente em seus olhos, o que a deixava com uma expressão ainda mais adorável — se é que isso era possível — ela respondeu:

— Nem de longe.

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JFHKNGAJDHAJK EU TO EM CRISE FINALMENTE MEU DEUS estou vivendo essa cena como se fosse a primeira vez, acreditem ou não, vou surtar

espero ter compensado meus atrasos com esse LACRE de baile e que vocês tenham gostado, to ate sem palavras n sei o que dizer

até a próxima leitores *acena*

starry night - a tedromeda fanfic.Onde histórias criam vida. Descubra agora