capítulo 16 • oscausi

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Edward estava nervoso. Não havia palavra mais específica que essa para descrever como se sentiu ao caminhar para fora da biblioteca depois de uma tarde de estudos um tanto estressante junto de seus amigos — Horace Slughorn sempre testava sua paciência com os deveres em níveis extremos — e encontrar Andrômeda sozinha no corredor.

Era verdade que ela e seus amigos estavam sempre nos mesmos círculos, tendo amizades em comum e interagindo em algumas aulas, mas nunca os viu terem uma conversa de verdade com a sonserina, e uma corrente de calafrio percorreu seu corpo ao ouvir a voz de Clarence chamar a atenção dela ao se aproximarem. Aquela poderia ser uma interação muito perigosa.

— Andrômeda! Estudando sozinha hoje? Sirius não vêm sempre com você? — Ele perguntou, casualmente, enquanto Joseph, Amos e Ted mantinham uma expressão simpática genérica.

Analisando cada um deles com um olhar gentil, porém não menos intrigado, Andrômeda deu um sorriso ligeiro e assentiu com a cabeça.

— Ele veio, mas já voltou pra Grifinória, estava com pressa.

Arqueando uma sobrancelha, Edward se atentou para um detalhe importante:

— Você estava lá dentro também? Não vi vocês dois.

— Eu estava um pouco escondida hoje. — Ela respondeu, seu olhar se fixando no dele por um milésimo de segundo, e logo voltando a estudar a presença de seus amigos. — Acho que não fomos devidamente apresentados, fomos?

Um tanto animado, Amos deu um passo à frente e acenou brevemente.

— Eu sou Amos Diggory. — Apontou para o garoto ao seu lado de uniforme em detalhes vermelhos, que deu um sorriso simpático. — Clarence Thomas. — E para o outro lufano, que também acenou. — Joseph Abbott.

Com um olhar zombeteiro, ela se virou na direção de Edward e apontou em sua direção.

— E esse daqui? Excluíram ele, é? — Comentou, fazendo Edward revirar os olhos em resposta, enquanto os outros se divertiam com o lado brincalhão da garota, que raramente aparecia perto de pessoas com quem não tinha intimidade.

Para a surpresa do lufano, Andrômeda e o grupo começaram a interagir como se fossem amigos há anos enquanto passeavam pelo corredor em direção ao Salão Principal. Com o fim do semestre letivo, a escola tinha a tendência a ficar cada vez mais barulhenta e agitada com a expectativa de um descanso antes do novo semestre chegar; era o maior desejo de todos.

Aquele movimento todo fazia Edward ficar um tanto quieto, já que aquele seria seu primeiro recesso em que não iria voltar para casa; provavelmente teria alguns belos dias sozinho — já que seus amigos tinham o costume de viajar no período — para relaxar e ter certeza que não atrasou em nenhuma matéria, mas também não conseguia evitar pensar o quanto desejava poder estar em casa, mesmo que fosse sozinho, enquanto seus pais viajavam pela Europa para comemorar o aniversário de casamento, mas não podia.

— Então, Andrômeda, o que vai fazer nas férias? Visitar a família?

Ted ouviu a voz de Clarence preencher o ambiente. A sonserina e o grifinório haviam se perdido em um assunto qualquer bem rapidamente, pouco depois de Amos ter se dispersado alegremente ao ver Thai Hampton caminhando desacompanhada pelo corredor. Sem muito ânimo para tagarelar, o lufano caminhou em silêncio ao lado deles e de Joseph (que provavelmente também não estava no clima).

Andrômeda ficou em silêncio.

Levando uma mão até o braço de Clarence, Edward o beliscou discretamente, na tentativa de chamar sua atenção, fazendo-o tomar um susto com o gesto — Ted havia enfatizado aos garotos não muito tempo atrás que evitassem falar sobre a família Black se Andrômeda estivesse perto, será que eles esqueceram tão rápido?

Ted desconfiou que seu rosto havia formado uma careta, porque Andrômeda quebrou o silêncio com sua voz tranquila de sempre, mas era perceptível para ele que havia algo diferente em seu olhar.

— Tá tudo bem, Ted. — Ela soou bem mais tranquila do que geralmente acontecia quando tocavam em algum assunto desagradável. Sentindo-se meio enjoado, ele gesticulou um pedido de desculpa com os lábios que talvez ela não tenha percebido. — Sim, Clarence, eu vou para a casa dos meus pais, é meio que uma tradição.

Provavelmente se dando conta do que aconteceu ali, o grifinório se recompôs rapidamente e disfarçou com um sorriso bem-humorado no rosto.

— Boa sorte com a tradição. Ei, eu estou faminto, o jantar já deve ter começado. — Ele se virou para Joseph. — Você vem?

O garoto assentiu, murmurando uma despedida rápida para Andrômeda junto de Clarence e logo partiram em direção à porta do Salão Principal. Como se tivesse prendendo sua respiração por meia hora, Edward expirou pesadamente ao vê-los desaparecer da vista.

— Isso foi estranho. Desculpe. — Ted murmurou, ao mesmo tempo em que Andrômeda constatou:

— Seus amigos são legais.

Arregalando os olhos, ela se aproximou do lufano e deu um breve tapinha na parte de trás de sua cabeça, bagunçando um pouco seus cabelos claros.

— Por que você tá pedindo desculpas? Não é culpa deles que eu tenho uma família desastrosa. — Disse em um tom que parecia bem-humorado.

— Ai! Eu sei, e nem você tem culpa disso, tem? Eu só pedi pra eles não falarem nada sobre sua família perto de você, desculpa.

Ela lhe acertou a cabeça novamente.

— Pare de pedir desculpas, Edward, isso faz você parecer bonzinho demais.

O garoto ficou paralisado por um instante ao ouvi-la chamar pelo seu nome pela primeira vez. Era sempre Ted, e agora havia se tornado Edward? Não parecia uma boa mudança.

Estendendo as mãos no ar em gesto de rendição, ele suspirou.

— Sou culpado por tentar fazer você não andar de cara emburrada pela escola, como poderia me redimir? — Ironizou.

Andrômeda cruzou os braços, um pouco de surpresa sendo denunciada em seu olhar.

— Eu não fico... emburrada. — Resmungou.

— Fica.

— Não fico, não. Você me confundiu com outra pessoa.

— Você fica, até quando alguém diz o nome da sua irmã ao longe você fica com a cara fechada.

O argumento parecia ter a convencido, porque Andrômeda fez menção a responder várias vezes e desistiu antes de externalizar seus pensamentos.

— Como você...

E como se Edward fosse salvo pelo gongo, desviou seu olhar para ao redor dos dois e percebeu o corredor vazio, o que significava que o jantar estava prestes a começar, isso se já não houvesse se iniciado. Envolvendo os ombros de Andrômeda com seu braço, tornou a caminhar até a porta do Salão, sem ceder uma oportunidade dela terminar qualquer que fosse aquela pergunta.

— Vamos lá, Dromeda, você parece que precisa de uma boa refeição hoje.

⋆✯⋆

gente serio . não aguento, tem umas horas que esses dois me dão um piripaque. tô sem palavras, nada a comentar, e fico feliz de dar a notícia que logo logo vai ser a vez de vocês ficarem assim. *sorriso malvado*

espero que tenham gostado desse capítulo, e até a próxima hihi


starry night - a tedromeda fanfic.Onde histórias criam vida. Descubra agora