starry night - a tedromeda fanfic.

capítulo 2 • confundus

seis meses depois.
três de setembro.

Se havia algo que Andrômeda adorava desde muito tempo atrás, era o enorme tumulto tradicional dos primeiros dias de aula em Hogwarts. Altas e barulhentas vozes, o tempo todo, murmurando por todos os lugares; alunos contando novidades desde a última vez que estiveram ali antes das férias de verão, alunos novos fazendo novos amigos e sempre espantados ao topar com um fantasma pelo corredor… era incrível, principalmente porque tirava sua mente do caos em que se encontrava depois dos meses de férias em esteve presa à sua família.

A “grandiosa” família Black, em sua maioria purista até os ossos, era considerada pela sonserina a pior coisa que já havia ocorrido em toda sua vida. Se Andrômeda não tivesse nascido na família, nenhuma das coisas ruins ocorridas posteriormente a isso teriam existido, então era um raciocínio totalmente válido de se manter.

A garota teve a mesma empolgação daqueles calouros refletida em seus olhos quando pisou naquele castelo pela primeira vez; era um terreno inexplorado, uma oportunidade de conhecer pessoas novas e estudar a magia que sempre admirou — intensamente — desde pequeninha, e foi exatamente isso que Andrômeda fez. Como seria de se esperar, no início não foi tão fácil, já que as pessoas esperavam algo totalmente diferente de uma Black do que encontraram ao conhecê-la, principalmente quando se acostumaram com a figura de sua irmã mais velha antes da sua (por sorte, Bellatrix havia se formado no ano anterior a entrada de Andrômeda em seu sétimo, o que poupou a irmã do meio de muitas coisas), mas após algum tempo, todos pareceram se conformar de que Andrômeda nunca seria aquele tipo de pessoa, mesmo não aceitando aquilo de verdade e ainda fazendo de certas brincadeiras desagradáveis de se escutar.

Infelizmente, sua família não conseguia atingir esse nível de conformidade nem se desejasse com todas as suas forças. Cygnus e Druella Black, ano após ano, ainda tentavam levar Andrômeda na mesma direção que sua “tão exemplar” filha mais velha, ou então na mesma direção da filha mais nova, Narcissa, que tinha uma incrível capacidade de aceitar as ordens lhe dadas sem contradizer uma palavra sequer — uma “boa garota”, como a chamavam. Andrômeda não era nada daquilo, na verdade, ela era a personificação de todas as coisas que os Black sentiam vergonha de serem relacionados, exatamente o que acontecia entre Sirius e seus pais; a única diferença era que ele lidava com tudo aquilo de uma forma bem diferente do que a prima.

Graças a Merlin, a sonserina não precisou de muito tempo para ser influenciada por Sirius a aprender a ignorar os cochichos e risadinhas de seus colegas de casa sempre que ela era vista muito perto — foi uma das poucas coisas que Andrômeda se permitiu ser influenciada por Sirius — e se aproximou de alguns colegas grifinórios do primo, o que mais tarde lhe resultou em grandes amizades que a tratavam como a bruxa única e maravilhosa que era.
Agora, em seu último ano em Hogwarts, Andrômeda tinha outros dilemas em sua mente, como o que faria assim que se tornasse maior de idade — em três meses! — e como faria para ser digna de conquistar seu maior sonho: ser professora na mesma escola em que estudava. Esse talvez fosse o maior segredo dela, guardado desde o momento em que descobriu sua vocação para a vida, e provavelmente o que mais tinha receio em dizer em voz alta, já que acreditava existirem enormes chances de alguém a ridicularizar por querer tal coisa em uma idade tão pouca, mas ela nunca se importaria em esperar até estar pronta.

Em sua mente e ao seu redor tudo era tão extremamente caótico que, enquanto atravessava os corredores fechados e iluminados por velas, mal percebeu quando seu corpo se chocou contra outro em seu caminho até a sala de aula de Horácio Slughorn, seu professor de Poções. Com uma sobrancelha arqueada, ela encarou a única pessoa no mundo que nunca desejaria esbarrar nem no corredor e nem em qualquer outro lugar, não quando um desastre havia acontecido na última vez em que estiveram no mesmo local juntos. Ted Tonks talvez fosse a única pessoa no mundo — sem contar sonserinos e a família Black — a atrair a ira de Andrômeda, e aquilo era um feito e tanto. Ambos tiveram sorte de que não precisaram cumprir a detenção juntos por causa daquela cena fatídica.