Capítulo XVII.

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No dia seguinte ao encontro com Matt, estava preparando o almoço quando Emma juntou-se a mim para me ajudar. Revolvi contar sobre o dia anterior, uma vez que quando cheguei, ela estava cansada demais e dormiu cedo.

— Como assim você e Matt saíram? Me conte tudo e não ouse esconder nem um detalhe.

— Você acha que lembro de todos os detalhes, Em? — disse, rindo de sua animação.

— Ele disse que queria conhecer minha casa, amiga — Emma lançou-me um olhar divertido e rimos.

— Matthew Donovan é um atrevido sem escrúpulos! Eu nunca mais me sento naquela cama!

— Ficou maluca, Emma? Acha mesmo que eu traria Matt para nossa casa, ainda mais para isso? — Olhei-a com a sobrancelha arqueada e ela riu.

— Claro que não, estou apenas brincando.

Não sabia se deveria contar a Emma sobre Damon ter aparecido, temia que ficasse mais paranoica. Decidi por contar mais tarde caso houvesse a oportunidade. Terminamos o preparo do café e fomos comer, enquanto Emma me contava a respeito da reunião que tivera no dia anterior e o que estava preparando. Sentia orgulho de Emma, por estar inserida em um mercado de trabalho tão concorrido e ser composto majoritariamente por homens, e mesmo assim ser tão bem sucedida.

Nos dividíamos na lavagem e secagem da louça quando ouvimos a campainha tocar. Nos olhamos confusas por nenhuma de nós estarmos esperando visitas, mas resolvi atender. Pensei que poderia ser um novo cliente com um caso para eu resolver e abri a porta.

O indivíduo parado em frente minha casa não aparentava ser um cliente, a não ser que Damon estivesse com problemas e precisasse de minha ajuda.

— Aprendeu a tocar a campainha? — perguntei sarcástica.

— Precisamos conversar. — Disse. — Posso entrar?

Ponderei sobre a situação e olhei para Emma, que me encarava com curiosidade. Fechei a porta na cara de Damon e me virei para minha amiga. Gesticulei com os lábios o nome de Damon e Emma arregalou os olhos assustada. Subiu as escadas e sussurrou um "deixe entrar". Abri a porta novamente e o encontrei fitando o chão, com as mãos no bolso da calça, e dei espaço para que entrasse.

— Essa é a primeira vez que não invade minha casa e não é para dizer que irá acabar comigo. Deve ser importante. — Me sentei na poltrona e lhe indiquei o sofá. — Você tem cinco minutos.

— Consideremos isso uma pequena trégua.

— De novo?

— Essa é permanente. — Disse, esboçando um sorriso de lado. — Acho justo que queira o dinheiro que foi usado para matar seus pais. No entanto, ele foi prometido à minha família.

— Você veio até minha casa e tocou a campainha com a finalidade de tentar me convencer de que merece ficar com o dinheiro? Ou de tentar me impedir? Não imaginava que me considerava uma ameaça. — Cruzei os braços e o encarei com a sobrancelha arqueada.

— Não, Elena. Eu vim fazer um acordo.

— Não tenho interesse em fazer mais nenhum acordo com você. — Rebati, me inclinando para frente. — Descobrirei quem mandou matar meus pais e conseguirei o dinheiro. Não queira fazer disso uma competição, Damon, sabemos que estou à muitos passos em sua frente.

— Não vim te impedir de ir atrás desse dinheiro, vim propor de irmos juntos. Nós dois merecemos esse dinheiro e, se concordar em achar essa pessoa comigo, dividiremos o valor por igual.

— O que eu ganho com isso? — desafiei-o com o olhar.

— Quito nossa rixa familiar e paro de planejar em acabar com você. Terá suas noites de sono de volta, eu sei que não tem dormido direito. — Encostei-me na poltrona e cruzei minhas pernas, pensando. Olhei para cima das escadas e vi Emma fazendo um gesto positivo com as mãos.

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