Capítulo XIV.

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Passei a noite em claro explorando arquivos e estudando mapas com latitude e altitudes compatíveis às do anel. Anotei todas as informações necessárias em meu bloco, finalmente me dando conta de que já amanhecera. Me olhei no reflexo da televisão desligada e minha aparência estava horrível. Meus olhos estavam fundos e minha olheiras aparentes, mas daria um jeito nisso mais tarde.

Escutei Emma descendo as escadas e me apressei em contar sobre minha descoberta da madrugada.

— Certo, e em algum momento você pensou em, sei lá, o básico que é dormir? — perguntou, apontando para os meus cabelos bagunçadas e meu rosto cansado.

— Você ouviu o que acabei de falar? Como dormir em meio a algo tão grandioso como essa descoberta? — disse e ela riu.

Emma começou a preparar um café preto e me ocupei fazendo torradas e ovos enquanto conversávamos.

— Você conseguiu descobrir o lugar que as coordenadas levam? — perguntou.

— É estranho. Eu descobri onde fica, mas não há nenhum registro em mapas ou na internet sobre algum local nesse endereço. Parece um lugar fantasma.

— Bom, então teremos que encontrar esse lugar pessoalmente — disse Emma com brilho nos olhos.

— Essa é minha amiga!

— Certo, mas antes temos que buscar Amélia no hospital. — disse e eu assenti, bebendo uma enorme quantidade de café para me manter acordada. — Vamos deixá-la na casa dela para que faça o devido repouso.

Logo terminamos nosso café da manhã e fomos trocar nossas roupas para partimos para o hospital. Passamos em um café próximo a nossa casa e compramos algumas coisas que sabíamos que Amélia gostava para sua primeira refeição do dia. Chegamos ao hospital às 9:05 e nos direcionamos à recepção para informar nossos dados e esperar Amélia.

— Como está se sentindo? — perguntei ao ver Amélia em uma cadeira de rodas sendo conduzida por um enfermeiro.

— Estou muito bem! Só estou um pouco cansada — respondeu e sorriu quando lhe estendemos seu café. — Vocês são as meninas mais amáveis que eu conheço!

Ajudamos a colocá-la no carro e fomos o caminho até sua casa conversando e ouvindo-a contar sobre as conversas da madrugada das enfermeiras.

Chegamos em sua casa e deixamos as medicações que compramos e as recomendações do médico para a filha de Amélia que havia vindo de sua cidade para cuidar da mãe.

— Não pensem duas vezes antes de nos ligarem caso precisem de qualquer coisa. Estamos à disposição sempre! — disse Emma e fomos para o carro.

Antes de entrar, Amélia me chama novamente.

— Elena! — sua filha a traz até a metade do jardim e vou ao seu encontro. Ela segura minhas mãos e percebo que as suas estão trêmulas. Seu olhar se torna sombrio e preocupado. — Sei que não precisa dessas minhas palavras, mas te imploro para que tome cuidado.

— Não há motivos para ficar preocupada, mas vou reforçar meus cuidados. — Tranquilizo-a, mas ela me puxa mais para perto.

— Há sim. Minha queda não foi um acidente — ela sussurra e meu corpo congela. — Por favor, minha filha.

Concordo, atordoada e com a raiva começando a crescer em meu peito.

Entro no carro e me encontro cega e surda pelo ódio. Emma fala comigo, mas é como se estivesse imersa em uma piscina e longe da superfície.

Aquele infeliz imundo vai pagar. Mexer com as pessoas que amo gera consequências maiores e diferentes do que apenas me prejudicar. 

Mais calma e com a mente só com as nuvens após uma tempestade de pensamentos, voltamos para a estrada, agora em direção a nossa pequena aventura que começava a me deixar ansiosa.

Um Estudo em VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora