Capítulo XV.

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Me permiti acordar mais tarde do que o usual, uma vez que havia dedicado a noite passada a estudos e investigações. Desci para a sala e encontrei Emma sentada no chão com algumas plantas de projetos residenciais e de restauração espalhadas no chão.

— Eu estava prestes a verificar se você estava viva — brincou, percebendo minha presença. Me sentei no sofá atrás dela e comecei a mexer em seu cabelo.

— Como andam as coisas no trabalho? — perguntei, olhando aqueles papeis que eu não entendia muita coisa.

— Está tudo bem — respondeu e virou-se para mim. — Na verdade, está ótimo. Estou trabalhando duro naquele projeto que lhe contei e vou conseguir um ótimo dinheiro quando acabar.

— É bom mesmo. Quero carregar meu status de "Podre de Rica" logo. — disse e Emma riu, sentando-se no sofá comigo.

— Elena — me chamou em um tom preocupado. — Ontem à noite, um pouco depois que você chegou, eu escutei alguma coisa aqui no andar de baixo. Você sabe de alguma coisa?

Eu sabia que ela falava da vinda de Damon. Precisava lhe contar o que aconteceu sem preocupá-la, mas não poderia esconder nada dela.

— Aparentemente Damon resolveu dar as caras por aqui — respondi e ela me olhou assustada. — Calma, ele não fez nada. Eu deixei um bilhete no cemitério, avisando que queria encontrá-lo. Esperava que ele respondesse na mesma noite, mas não imaginava que seria ousado dessa forma.

— E o que disse em sua resposta? — perguntou.

Subi as escadas correndo e busquei o pedaço de papel para que ela pudesse lê-lo.

— Isso foi uma ameaça? — perguntou assustada, apontando para o bilhete. — Isso não dará certo, Elena, esse homem é louco! Nós não sabemos suas intenções, mas saber que ele quer acabar com você é o suficiente para não continuar com isso.

— Eu tenho que encontrá-lo, Em. Eu preciso saber qual o segredo que essa família esconde. Se te conforta, eu estarei protegida, está bem? — disse e ela concordou.

— Que horas marcou de encontrá-lo?

— Às 16 horas. Preciso garantir que dessa vez ele não tente se esconder.

Já era 15:45 quando Emma saiu para encontrar alguns clientes, implorando para que eu tomasse cuidado. Tomei um remédio para dor de cabeça e peguei meu revólver, colocando-o no cós da calça antes de subir para o terraço. Não sabia o que esperar dessa conversa com Damon, então teria que estar protegida.

Assim que adentrei aquele lugar, o vento soprou forte, fazendo-me encolher. E então senti a presença de uma pessoa, a pessoa que eu esperava.

— Pontualidade é uma característica que chama minha atenção em alguém. É uma pena que, nesse caso, eu gostaria de adiar ao máximo o encontro. — Provoquei.

— Não é todo dia que a vida de alguém está em minhas mãos de maneira tão fácil. Não poderia deixar passar uma oportunidade como essa — ele disse e ri de suas palavras, finalmente olhando-o. — Você tem...

— ... tenho algo que lhe pertence. — O interrompi, revirando os olhos. — Não cansa desse mesmo discurso, toda vez? Repetiu isso durante os últimos dias, inclusive ao mandar me sequestrarem no metrô. Foi uma atitude ridícula até mesmo para você, Damon. Aliás, como está o homem? Espero não o ter machucado muito.

Vi a raiva nos olhos de Damon e sorri com o efeito que minhas palavras causaram.

— O que você quer, Elena? — perguntou, caminhando até mim.

Um Estudo em VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora