Capítulo XI.

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Havíamos chegado em Londres por volta das nove horas, aproveitando o horário para tomarmos um café da manhã reforçado em algum lugar, uma vez que estávamos famintas.

Durante toda nossa viagem de volta, Emma questionou sobre o encontro com Matt e não ousei mentir nem poupar detalhes, ela não descansaria até obter todas as informações.

— Parece que algo novo está rolando então — disse Emma, cutucando-me.

— Nada disso, Em. Tudo bem que foi muito melhor do que eu esperava, não apenas o encontro, mas meus sentimentos. — Disse e respirei fundo. — Mas seria precoce e errado afirmar essa possibilidade, tendo em vista que Matt ainda tem sentimentos por Caroline.

Chegamos em casa e busquei atualizar-me dos movimentos de Londres, vasculhando meu e-mail a procura de algo. Encontrei, então, uma convocação para uma reunião de uma das maiores empresas de investimentos de Londres. Comparecer, ou até mesmo responder uma convocação dessa me deixava desconfortável, uma vez que não compatibilizava com banqueiros. Muito pelo contrário, não os suportava e menos ainda o estilo de vida que levavam.

Enquanto isso, Emma havia ido na lavanderia na esquina de nosso quarteirão para deixar algumas roupas. Mandei-lhe uma mensagem notificando-a do caso e logo ela apareceu.

— "VLPC" e "TUNC"? — perguntou Emma com o celular na mão ao adentrar a sala minutos depois. — Suas abreviações estão se tornando quase indecifráveis, Elena.

— Significa "venha logo para casa" e "temos um novo caso". Muito simples, amiga. — Respondi.

— Eu não entendo, porque você é evidentemente uma pessoa articulada e manda mensagens como se fosse adolescente.

— A tecnologia e a linguagem nos permitem transmitir qualquer coisa sem perder velocidade. — disse, colocando meu casaco. — Temos um caso misterioso que não faço ideia de quanto tempo irá levar.

— Para onde estamos indo exatamente? — perguntou, também colocando o casaco.

— Fomos convocadas para uma reunião da diretoria da London Stock Exchange.

— A empresa de investimentos... Por que nos querem lá? — perguntou.

— Eu não faço ideia, por isso o uso da palavra "misterioso". Talvez Gregson tenha recomendado meus serviços. Eles não vão nos dizer nada até que eu assine um termo de confidencialidade.

Emma e eu adentramos a sala de reunião e
tomamos nossos assentos dentre todos os executivos sentados àquela grande mesa.

— Meu nome é Jim Folks, sou diretor de investimentos — disse um homem em pé. — Esse é Daniel Martini, diretor financeiro, outro membro da diretoria.

— Certo, são todos diretores de algo. — O interrompi, atraindo o olhar de todos. — E o que querem?

Uma mulher levantou-se e, vindo em minha direção com uma pasta de papeis, entregou-me um deles, contendo a foto de um homem e toda sua ficha profissional.

— Esse é nosso diretor de operações, Peter Downey. Ele responde pela empresa e era responsável por uma importante tele conferência que era para ter ocorrido ontem, mas tivemos de remarcar, pois Peter não apareceu. Ninguém sabe onde ele está.

— E se não resolverem isso logo, as pessoas começarão a falar — disse, fechando a pasta com os papeis sobre Peter Downey.

— E quando as pessoas falam, srta. Gilbert, milhões de libras desaparecem. — Disse o homem. — Conversei com o policial da Scotland Yard, sr. Gregson e ele me disse que a senhorita é a melhor investigadora que ele conhece. Gostaria de contratar a senhorita e... sua sócia.

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