Capítulo XXIX.

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— Senti falta dessa Elena — Matt diz e dou de ombros, formando minha resposta, mas me calo ao olhar na direção de Damon.

A loira está em seu colo e ela o beija com tanta ferocidade e desejo que me pergunto se ela tem conhecimento de que estão em um local público. Damon a corresponde quase na mesma intensidade, pressionando sua cintura. Não consigo assistir nem mais um segundo dessa palhaçada.

— Acho que meu corpo não aceitou muito bem cinco shorts de tequila, estou com mal estar — minto e pego minha bolsa. — Vou embora, mas podemos marcar algo quando voltar para Londres.

Deixo o valor de tudo o que eu consumi em dinheiro em cima da mesa e me levanto.

— Espere, eu te levo. — Oferece Matt, mas eu já o dei as costas.

— Obrigada, mas não precisa. Até mais. — Saio do local sem ouvir uma resposta.

Ando até a rua de trás, me certificando de que não estou sendo seguida. Chamo um táxi e vou para o hotel, evitando ao máximo pensar. 

Chego no quarto e jogo minha bolsa na cama, frustrada. Tomo liberdade para xingar em voz alta, expelindo todos os palavrões que conheço, direcionando-os à única pessoa que os merecem hoje, e me sento para tirar os sapatos. 

Como Damon pode ser tão irresponsável? Ele podia ter arruinado todo o plano pelo simples prazer de ter alguém sanando suas vontades.

Sinto minha cabeça começar a reclamar pelo excesso de bebida em meu organismo e tomo um remédio. Estou prestes a tirar minha roupa para entrar no banho quando a porta do quarto se abre em um ruído.

— Não sabe bater? — pergunto ríspida.

— O quarto também é meu. — Responde no mesmo tom.

— Isso não te dá o direito de ser sem educação.

— Por que você foi embora? Por que saiu daquele jeito? — ele ignora meu comentário, puxando as mangas compridas da camiseta até os cotovelos.

— Você gostaria que eu organizasse a lista em ordem de acontecimentos ou em níveis de babaquice? — digo sarcástica, cruzando os braços.

— Estava apenas agindo conforme meu personagem — responde e sinto meu rosto ruborizando em raiva.

— Então aquela era a surpresa? — pergunto, dando um passo em sua direção. — Não prestar a atenção em nada além daquela mulher pendurada em seu pescoço? Agora que mencionou, estou me sentindo lisonjeada por você ter percebido que eu fui embora.

— Oh — exclama. E então sorri. — Espere um momento. Você está com ciúmes, Elena?

Eu não percebo o momento exato em que desisto de fingir e permito que a fúria se espalhe por meu corpo. À essa altura, não me importo que Damon perceba que estou á um fio de voar em seu pescoço e esganá-lo. 

— Eu não gosto muito dessa expressão, mas ela parece a mais apropriada para você neste momento — ele me olha confuso e cerro os punhos. — Vai para a porra do inferno, Damon.

— Pelo o que? Por ter interpretado bem o meu papel? Ou por ter beijado aquela mulher?

— Por ser um irresponsável, birrento e mimado! — elevo o tom. — Você podia ter colocado tudo a perder apenas porque não consegue se controlar!

Eu não consigo me controlar? — pergunta, dando dois passos em minha direção. — Não era eu quem estava enchendo a cara e rindo cheio de toques com o suspeito que estávamos investigando.

— Claro que não. Você estava ocupado demais não conseguindo manter a língua dentro da sua boca e sendo um perfeito canalha para se lembrar que de fato existia um suspeito! — grito, apontando o dedo para o seu peito.

Um Estudo em VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora