Capítulo XXV.

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— Estou surpresa, Damon — comento, provocando-o ao sair do banho, apenas de toalha. — Deixei a porta do banheiro destrancada e você não apareceu.

Damon está deitado na cama com os braços atrás da cabeça, o peito desnudo e os cabelos pretos bagunçados caindo por cima da testa. Olho-o de cima à baixo e não posso evitar morder o lábio diante daquela cena. Ao perceber meu gesto, Damon se senta, os olhos pesados de desejo, sorrindo preguiçosamente.

— Não pense que foi fácil não escancarar aquela porta e fazer o que eu quero desde o primeiro dia — começa, com o mesmo sorriso sedutor. — Mas, ao contrário do que deve pensar, querida Elena, eu sou um cara respeitoso. Jamais faria algo que você não estivesse de acordo.

Espero um momento para respondê-lo, falando por cima do ombro:

— E quem disse que eu não estava de acordo? 

Damon me olha surpreso e reprimo uma risada.

— Agora estou me sentindo um otário — Damon se levanta, vindo em minha direção, o olhar selvagem como um lobo pronto para atacar sua presa. Mas eu não sou uma presa fácil. — Vá tomar um banho — paro-o, espalmando a mão em seu peito —, vamos jantar fora hoje.

Damon se afasta lentamente com a sobrancelha arqueada.

— O que você está aprontando? — pergunta, olhando meu corpo coberto apenas por uma toalha.

— Você vai ver.

Assim que ele entra no banheiro, agradeço à Deus por meus joelhos não terem cedido e me sento na cama, vasculhando minha mala para achar uma roupa adequada para a noite.

Não faço ideia de quando resolvi ceder às seduções de Damon e passei a desejá-lo. Mas a cada provocação, a cada flerte e olhar intenso que ele me lança, meu coração dispara e me sinto despreparada e sem rumo.

Ontem à noite, antes de dormir, alguma conexão surgiu, nós dois sentimos, e passei o dia lutando contra isso por saber de onde Damon veio, quem ele é, o que tinha feito. São coisas que não posso desconsiderar apenas por querer tê-lo na cama e me satisfazer. No entanto, o que Damon confessou, o que disse sobre  funcionarmos juntos, me convenceu da química que serpenteia entre nós e que não faria mal permitir saciar o prazer carnal que está me consumindo. 

Então, vou entrar em seu jogo, não como peão, mas como jogadora.


Procurando alguma peça de roupa por mais de cinco minutos, bufo frustrada e me praguejo por não ter trazido nada apropriado para tal ocasião. Puxo uma calça preta para fora da mala e algo dobrado cai quando levanto a peça. É um vestido branco de alcinhas, com um decote e uma fenda lateral tão grandes que eu tenho certeza de que não é meu. Emma.

Mando uma mensagem para minha amiga perguntando se ela não estava sentindo falta de um vestido branco indecente e ela apenas responde com um emoji de silêncio. Espertinha! Vou agradecê-la mais tarde.

Agradeço também aos céus por Damon estar demorando mais que o usual no banho, o que me permite secar meu cabelo, encontrar algumas joias delicadas e ficar pronta no momento em que ouço a porta do banheiro se abrindo, revelando Damon já vestido. 

Certa vez pensei que era impossível que aquele homem ficasse mais sexy e bonito. Bem, eu estava enganada. 

Damon me olha da cabeça aos pés pelo menos três vezes, com os olhos tão intensos queimando em minha pele que sinto minhas bochechas corarem, meu estômago revirando pela atenção.

— Ainda quer jantar fora? Porque eu ficaria feliz em passar a noite comendo outra coisa nessa cama. — Sua voz soa grave e carregada de uma forma que me arrepia.

Um Estudo em VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora